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DI promove debate interdisciplinar sobre inteligência artificial e emoções

Markus Endler, Daniel Mograbi e Augusto Baffa vão discutir o tema em live nesta quinta (26)

É possível que no futuro a inteligência artificial (IA) desenvolva curiosidade, criatividade e emoção? Questões como esta, sobre epistemologia, emoções e IA, são o ponto de partida da live que acontecerá nesta quinta-feira (26), às 14h, ao vivo pelo canal do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio no YouTube. Em formato de debate, o evento interdisciplinar reúne o Diretor do DI, Markus Endler; o neurocientista e professor do Departamento de Psicologia da PUC-Rio, Daniel Mograbi; e o professor do DI, Augusto Baffa, para trocar informações e buscar respostas compartilhando a perspectiva da área de pesquisa de cada um.

Pesquisador na área Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos, e mais especificamente em Internet das Coisas Móveis, Endler desenvolveu o interesse pela visão da psicologia e neurociência relacionada à computação. Essa curiosidade se tornou a ponte para estabelecer o diálogo com Daniel Mograbi, que em uma de suas linhas de pesquisa investiga processos emocionais, incluindo a identificação, reatividade e regulação emocional. “Li que a emoção é um ‘ingrediente’ muito importante para os processos artísticos e, de certa forma, os científicos também, que abarcam criação e improvisação. Então vem a questão: ‘Será que máquinas vão poder replicar de alguma forma isso, poderão ter uma postura de curiosidade, apresentar emoções, e usá-las para se motivar a criar e descobrir novas coisas?’”, questiona o diretor do DI.

Segundo Mograbi, é uma questão em aberto pensar em que medida esses dispositivos artificiais e máquinas podem ter alguma forma de funcionamento que seja a mesma, parecida ou diferente da humana. “A partir do modo como o cérebro funciona, de como o pensamento e as emoções se desenvolveram ao longo das espécies, pensarei a inteligência  numa perspectiva que eu chamaria de neurobiológica. Acredito que podemos fazer aproximações pois sabemos que há vários dispositivos que funcionam de maneira parecida com nossa. ‘Será que é a mesma forma? Será que podemos inverter essa lógica, e criarmos máquinas que funcionam segundo os princípios de entidades biológicas?’, pondera o neurocientista. 

Além de ser docente na PUC-Rio, Mograbi é pesquisador visitante há nove anos no Instituto de Psiquiatria da King’s College London, onde cursou o doutorado. Cientista premiado, ele criou um curso de Bacharelado em Neurociência que é um dos primeiros do país e vai começar já no primeiro semestre de 2021. “Eu já vinha trabalhando nessa proposta de graduação desde o ano passado junto com alguns colegas. Tivemos uma procura excelente no vestibular, o que só mostra que de fato sugerimos algo que tinha um apelo, uma demanda na sociedade”, afirma o psicólogo. 

A live contará também com a participação de Augusto Baffa, que ministra uma disciplina sobre Inteligência Artificial no DI e é coordenador de desenvolvimento de jogos eletrônicos (Games) no laboratório ICAD/Visionlab.  Para Endler a perspectiva de Baffa é crucial para debater a possibilidade de computadores se tornarem capazes de fazer associação de contextos completamente diferentes. “Acho que vamos ter um debate bem rico em termos de pessoas com know-how e experiências diferentes, vai ser muito legal”, finaliza Endler.

 

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