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Inteligência Aumentada vai além de IA e promove transformação nas empresas

Confira em quatro pontos como a aliar humanos e inteligência artificial pode evitar problemas e gerar soluções na Indústria

Desde o advento da inteligência artificial (IA), há um receio de que os robôs substituam os humanos e “roubem” seus empregos. O GPT-3, por exemplo, já escreveu um artigo, publicado pelo The Guardian, sobre esse tema. Porém, para Ganes Kesari — empresário, especialista em ciência de dados, autor e palestrante do TEDx — a combinação de forças entre os dois é a solução capaz de gerar ROI (Return Over Investiment, ou retorno sobre investimento) para as empresas. “Você precisa de humanos para tornar suas soluções de IA mais eficazes, aceitáveis ??e humanas para seus usuários”, afirmou o colaborador da Forbes no artigo “Go Beyond Artificial Intelligence: Why Your Business Needs Augmented Intelligence”.

Kesari reconhece que IA supera os humanos em algumas tarefas, como por exemplo reconhecimento de voz e imagem, jogos e transcrição de áudio. Mas aponta quatro motivos para transformar uma empresa aplicando a Inteligência Aumentada: o desempenho, a resiliência, responsabilidade e justiça. 

  • Desempenho:

Usando como exemplo um caso que aconteceu em sua própria empresa, Gramener, o autor conta que usou modelos de linguagem IA para, através de comentários dos clientes, descobrir o que os deixava felizes. Porém, em algumas categorias o algoritmo só conseguiu 60% de precisão, o que levou a tomadas de decisão erradas. A equipe então resolveu colocar humanos para lidar com essas categorias e a precisão geral da solução disparou.

  • Resiliência:

Os algoritmos não funcionam bem fora dos cenários em que foram treinados.  A pandemia trouxe muitas mudanças de comportamento, como por exemplo o aumento de consumo no e-commerce. O que foi um problema para os algoritmos usados para detectar fraudes online que usam o comportamento e histórico de compra do consumidor. Em situações atípicas como essa, os humanos precisam intervir e as empresas devem transferir o controle para eles. “Os seres humanos podem manter os sistemas funcionando sem problemas, garantindo que eles sejam resilientes diante das mudanças”, ressaltou Kesari.

  • Responsabilidade:

Relembrando o trágico incidente que culminou na primeira morte de pedestre causada por um carro que dirigia sozinho, em março de 2018, o Kesari questiona de quem é a responsabilidade quando a IA comete um erro. Ele afirma que deve-se redobrar os esforços para melhorar a responsabilidade, em vez de reverter os avanços feitos na automação quando algoritmos de alta precisão cometem falhas como essa. É recomendada uma melhoria nas interações homem-máquina para que a IA e os motoristas se comuniquem melhor e entendam suas limitações.

 

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  • Justiça:

Pesquisadores da Universidade Stanford descobriram que assistentes como Siri, Alexa ou Google Assistant entendem erroneamente 35% das palavras faladas por usuários negros, mas apenas 19% para usuários brancos. Assim como já foi dito pelo professor Thibaut Vidal, pesquisador de IA e machine learning (aprendizado de máquina), Kesari lembra que os algoritmos aprendem com nossos dados, e imitam as imperfeições de quem os alimenta. Ele diz que a luta contra o preconceito que acontece no mundo real deve se refletir em soluções de IA. “Projetar intervenção humana para verificar e abordar cenários potenciais de discriminação. Use o julgamento humano para combater o preconceito aprendido de uma máquina”, aconselhou.

As empresas muitas vezes colocam a IA contra os humanos, o que as leva a um desempenho abaixo do ideal, soluções frágeis, aplicativos não confiáveis ??e decisões injustas. Já a inteligência aumentada combina a velocidade e lógica das máquinas com o bom senso, inteligência emocional e empatia dos humanos. Mas alcançar a inteligência aumentada demanda planejamento e continuidade. É necessário projetar o fluxo de trabalho e decidir quais áreas são melhor desempenhadas por algoritmos e quais cabem melhor aos humanos.