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Por Dentro do DI: ICAD/VisionLab atua com games e entretenimento digital

Estande do ICAD/VisionLab no evento “PUC por um dia” de 2017. Foto: Divulgação

Trabalho do laboratório, o primeiro do DI, também inclui efeitos visuais e storytelling interativo

Jogos, efeitos visuais (VFX), realidade estendida, gamificação e entretenimento digital são alguns dos conceitos que fazem parte do dia a dia do ICAD/VisionLab, o laboratório de Visualização, TV/Cinema Digitais e Jogos do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio. A proposta deste Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), o primeiro criado no departamento, em 1989, é trabalhar pesquisa e desenvolvimento promovendo a inovação a partir da convergência da visualização, simulação e narratologia computacional.

Coordenado pelo professor e fundador Bruno Feijó, o laboratório é pioneiro na América Latina em pesquisa em storytelling interativo, data storytelling e narratologia computacional. Além disso, cria jogos independentes para testar novos modelos de montagem de equipes e processos para a indústria. O entretenimento digital é hoje o chamariz do grupo de pesquisadores. Não por acaso, a relação com a computação gráfica vem de muitos anos.

Quando de sua fundação, o ICAD, à época parcialmente financiado pela Faperj, já tinha essa vertente. “O laboratório utilizava conceitos de Inteligência Artificial para os desenhos de CAD (Computer-Aided Design), e sempre foi muito focado na parte de computação gráfica”, explica o professor Augusto Baffa, líder de pesquisa do ICAD/VisionLab. Ele destaca ainda que o DI foi o primeiro do Brasil a implantar um programa de pesquisa na área de CAD e animação por computador. 

Foi a partir de 1997 que o ICAD deu início a experimentos com jogos e efeitos visuais para TV. Começava, assim, uma longa contribuição científica para a área de jogos e simulações. Em 2002, o ICAD auxiliou a Finep no projeto de um novo centro de pesquisa e desenvolvimento na área de imagens digitais. Um ano depois, era criado o grupo de pesquisa no DI VisionLab, cuja missão era tornar o Brasil um player internacional na área de visualização e entretenimento digital. 

Professor Bruno Feijó. Foto: Divulgação

O DI foi mais uma vez pioneiro ao ser o primeiro do país a realizar pesquisas acadêmicas nas áreas de estudos de jogos e produção de conteúdo digital. Criou-se um novo modelo, alinhado a uma política industrial governamental induzida pela Finep. Foi daí que surgiu a Rede Brasileira de Visualização (RBV), que integrou P&D em visualização em diversos setores estratégicos, como TV digital e cinema, games, energia e manufatura. Após o fim da parceria com a RBV, em 2008, os grupos se juntaram e deram origem ao nome atual do laboratório.

Projetos e conquistas

Ao longo de sua história, o ICAD/VisionLab fez parcerias de peso. Colaborou em projetos da TV Globo e do instituto Oi Futuro; com este, na criação de um centro de educação em mídias digitais denominado NAVE, voltado para escolas públicas técnicas de ensino médio. “Nós sempre tivemos uma grande preocupação social. Por isso, o laboratório dedicou muito esforço e recursos para ações educacionais, como a parceria com o Oi Futuro”, disse Feijó.

Entre os games desenvolvidos no ICAD/VisionLab, destaca-se o Spookyard, jogo multiplayer com dinâmicas diferentes e competitivas, que ajudou o laboratório a conquistar o 2º lugar na feira de exposição de jogos do Congresso SBGames 2017. Trata-se do maior evento acadêmico da América Latina na área de Jogos e Entretenimento Digital.

Também no SBGames, mas na edição de 2020, o aluno do DI e integrante do laboratório Felipe Holanda Bezerra ganhou o primeiro lugar na categoria “sound design” pelo trabalho na trilha sonora do jogo Rythenia, desenvolvido por ele.

Você pode assistir ao trailer do Spookyard, do Rythenia e de outros jogos desenvolvidos dentro do ICAD/VisionLab no canal do YouTube do laboratório. Lá, também está disponível um documentário com a história do Spookyard. 

Atualmente, o ICAD/VisionLab tem dezenas de colaboradores, entre pesquisadores e alunos de graduação, mestrado e doutorado. São quatro grupos de pesquisa: Jogos, VFX e Animação,  Multimídia e Educação e Storytelling Interativo. Neste último, Feijó trabalha em conjunto com o professor emérito Antônio Furtado, também fundador, e conta com apoio do professor Baffa e do pesquisador Edirlei Soares de Lima. “Estamos estudando um novo conceito chamado data storytelling, que traz a interação entre a transmissão de dados e a narrativa, o storytelling”, disse Feijó.

Um dos produtos do grupo é o Logtell, projeto de pesquisa no campo da narrativa interativa que visa ao desenvolvimento de ferramentas integradas para gerenciar a geração e representação de histórias interativas dinâmicas.

Professor Augusto Baffa (na fileira do meio à direita) com grupo do laboratório. Foto: Arquivo pessoal

Ajudar na formação de profissionais versáteis é uma das missões de Feijó à frente do laboratório. “Procuro capacitar os alunos a desenvolverem projetos e novas técnicas, dando liberdade para eles. Acho essa uma forma disruptiva de educação”, diz. 

O mestrando Luís Fernando Bicalho trabalhou no desenvolvimento do Spookyard durante a graduação. Hoje, realiza trabalhos voltados à pesquisa no ICAD/VisionLab. Ele também auxilia as aulas da disciplina de Introdução à Engenharia da Computação, e tem incentivado alunos na criação de jogos digitais. “Levo a bagagem do laboratório para a sala de aula. Desenvolvi a didática com a troca de experiências no ICAD/VisionLab”, conta. 

Se você tem interesse em saber mais sobre o trabalho do ICAD/VisionLab, pode entrar em contato pelo e-mail coord@icad.puc-rio.br