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‘Quanto mais você entende do problema, melhor será a solução’

A professora Noemi Rodriguez, coordenadora da graduação, e o empresário e ex-aluno do DI João Magalhães

Diretor de tecnologia da Minds at Work, ex-aluno do DI João Magalhães participou de live da graduação; conversa está disponível no YouTube

De estágios em laboratórios e incubadoras a monitorias e iniciação científica, a experiência como estudante do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio foi determinante para a carreira do empresário João Magalhães, que hoje é diretor de tecnologia da Minds at Work e dono de uma série de empresas da área. O ex-aluno de Engenharia de Computação conversou com a professora Noemi Rodriguez, coordenadora da graduação, na quinta-feira (21). O papo está disponível na íntegra no canal do DI no YouTube (youtube.com/dipucrio).

“Nos estágios da PUC tive a oportunidade de desenvolver sistemas que depois serviram de base para a criação das nossas empresas. Hoje eu consigo ver como as tecnologias com as quais a gente trabalhava nessa época cresceram, se desenvolveram e hoje são um pouco a base para o comércio eletrônico atual”, contou o engenheiro, que também tem empresas com foco em desenvolvimento de software, logística, simulação, gestão de frotas e monitoramento de integridade de estruturas onshore e offshore. 

Um dos projetos que Magalhães desenvolveu no DI foi o classificador de documentos. O trabalho começou na graduação e foi tema da dissertação de Mestrado. O resultado foi uma espécie de crawler, que varria um conjunto de sites em busca de notícias de temas que pudessem interessar clientes. A ferramenta serviu também para que Magalhães, que também cursou o Doutorado no DI, abrisse sua primeira empresa, a Superclip. 

“Foi a primeira experiência que eu tive de desenvolvimento de um produto que tentamos levar para o mercado. Não deu muito certo, mas foi legal porque a experiência ficou”, contou o empresário, que até hoje é também pesquisador na PUC-Rio e orienta trabalhos de alunos. 

O know how foi tanto que, na mesma época, ele fundou outra empresa, a Minds at Work, que então se dedicava ao desenvolvimento de softwares. Hoje ele é o diretor de tecnologia da companhia. 

Antes disso, Magalhães também fez iniciação científica em Física, em estudos de eletromagnetismo. Lá, ele desenvolveu uma espécie de modelagem do coração para tentar detectar arritmias cardíacas. O ex-aluno do DI também deu monitorias de cálculo e trabalhou no Centro de Estudos em Telecomunicações (Cetuc) da PUC-Rio durante o segundo ano de Engenharia de Computação. Dali, nasceu a empresa incubada Pipeway, hoje uma multinacional brasileira. 

“Sempre gostei muito de Engenharia de Software, é o que eu mais gosto de fazer. Adoro projetar softwares, fazer o design, pensar como vai ser o relacionamento dos componentes”, revelou ele durante a live. 

À professora Noemi Rodriguez, o ex-aluno explicou os sistemas de missão crítica, área na qual ele vem atuando desde o início de sua carreira. “São sistemas que, idealmente, não podem falhar, ou, caso falhem, têm que fazê-lo de forma controlada, para não causar perdas, em um estado seguro”, ensinou o empresário, que falou com os participantes sobre a aplicação de técnicas e metodologias de desenvolvimento de software nesse setor, além de dar dicas valiosas para quem dá os primeiros passos no mercado. 

“A computação é uma “atividade meio”. A menos que você desenvolva um compilador ou um ambiente de desenvolvimento, você vai trabalhar para resolver o problema de alguém. Então, é uma área em que, quanto mais você entende do problema que você vai resolver, melhor é a solução que você vai dar para esse problema. É a famosa engenharia de requisitos”, resumiu. “Eu acho que a fórmula que funcionou para mim foi sempre conseguir aliar pessoas e projetos bem interessantes e o desejo de desenvolver coisas novas com a programação, o desenvolvimento e a engenharia de software”.