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Como o Departamento de Informática construiu a cultura de ensino, pesquisa e desenvolvimento

Os anos de 1970 a 1975 marcaram o que chamamos de fase de consolidação do mestrado na PUC-Rio. Nesta época, os professores do Departamento de Informática faziam, em grande parte, doutorado no exterior, enquanto o Brasil vivia a “Política Nacional da Informática”, que ocasionou diversas transformações. 

Neste período, tivemos uma importante negociação com a IBM para a instalação do computador IBM 370/165, um dos maiores disponíveis, mantendo a nossa liderança em capacidade computacional instalada. 

O governo procurava racionalizar o uso dos computadores nas administrações governamentais e estatais por meio da criação da CAPRE. Em paralelo, o departamento de Engenharia Elétrica desenvolvia um concentrador de dados para o SERPRO, permitindo a transcrição de documentos fiscais diretamente de uma fita magnética. Este fato, junto com o computador desenvolvido pela EPUSP, motivou o desenvolvimento de um microcomputador nacional, resultando no projeto G10, que tinha por meta criar o hardware (FDTE/EPUSP) e o software (Informática/PUC-Rio) desse computador. 

Este é considerado um dos primeiros projetos industriais que o DI participou, responsável por mostrar a importância do ensino aliado à pesquisa e desenvolvimento. Porém, interesses imediatos foram considerados mais relevantes, modificando a condução do projeto: o desenvolvimento se sobrepunha à pesquisa e ao ensino. 

Contudo, em 1975, ocorreu o retorno dos professores que tinham ido fazer o doutorado no exterior e o Departamento de Informática optou por manter o tripé que utilizamos até hoje! O projeto G10 e uma parte do corpo docente foram transferidos para a COBRA, uma empresa estatal que desenvolveria e comercializaria computadores e software básico, marcando um dos exemplos de sucesso de criação de spin-off.