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Do console da infância à indústria de jogos: a trajetória de Baffa

Em live da graduação, professor do quadro complementar do DI destacou a importância da motivação para se destacar no mercado de games

A infância marcada pelo uso de computadores e pelo fascínio por jogos explica em parte o interesse e a dedicação do Doutor em Informática e professor do quadro complementar do Departamento de Informática da PUC-Rio (DI) Augusto Baffa pelo mundo dos games e da Inteligência Artificial. Foi o que ele contou na Live da Graduação do DI na noite de quinta-feira (25). 

Baffa já mexia em computadores durante sua infância

Convidado pela coordenadora da graduação, a professora Noemi Rodriguez, para a edição desta semana da conversa virtual, o professor contou partes de sua caminhada na Ciência da Computação, no desenvolvimento de jogos e de seu trabalho no Laboratório de Visualização, TV/Cinema Digitais e Jogos do DI (ICAD/VisionLab).

O bate-papo, que aconteceu na quinta-feira (25), está disponível na íntegra no canal do DI no YouTube.

O professor explicou que a motivação inicial para estudar computação começou na infância, mas foi um pequeno desvio de percurso o que o levou a ingressar no curso.

“Eu era uma das poucas pessoas dos anos 1980 que praticamente nasceram com um computador. Já aos 3 anos, eu brincava com máquinas muito antigas e cresci em uma época onde tudo era console. Sem internet, tínhamos que digitar os games e acabávamos aprendendo por osmose a programar.  Fui acompanhando a tecnologia, a linguagem da época e achava a computação algo interessante, mas não me via fazendo aquilo pelo resto da vida. Até por influência de um primo do meu pai, que era da área de computação, imaginei fazer Engenharia de Produção, que é algo mais abrangente. Mas o campus para o qual eu passei era muito longe, então fui parar na Computação”, contou.

Baffa iniciou sua caminhada na PUC-Rio em 2014, tornando-se professor do quadro complementar no Departamento de Informática. No processo, enquanto dava aulas na disciplina Introdução à Engenharia, colaborou, com ajuda de outros professores, a dar início à matéria de Inteligência Artificial (IA), voltada para o desenvolvimento de jogos.

“Como todo aluno de graduação, eu queria fazer jogos, que é a área ‘Fórmula 1’ da computação, horizontal entre várias disciplinas. No caso da Inteligência Artificial, sempre tivemos a visão de um aprendizado lúdico usando jogos. A intenção era introduzir a IA para trazer essa a interatividade na resolução dos problemas ”, explicou.

O professor contou ainda como o aprendizado de máquina, tema da live, vem sendo incorporado no mercado para o desenvolvimento de jogos na indústria.

“Temos várias linhas de pesquisas, seja o aprendizado para reforço de machine learning ou outros aspectos na geração de conteúdo. Temos a narrativa do jogo, a história do jogo, a geração de fases e também a criação musical. Além disso, usamos métodos como redes neurais, regressões e data sets para realizar a analytics do usuário, o que colabora diretamente para entender o que é preciso para fazer o jogo e torná-lo interessante. Existem muitos games que usam algoritmos para observar a interação com o usuário, classificar esse jogador em algum tipo de perfil e, em cima disso, ajustar a própria dificuldade do jogo”, comentou.

No comando do ICAD/VisionLab, o Doutor em Informática falou sobre o processo de aprendizado dos alunos. Segundo Augusto Baffa, a ideia é que eles saiam como profissionais independentes e prontos para encarar o mercado dos jogos.

“No ICAD trabalhamos com duas linhas praticamente, a linha da graduação, que é um grupo de alunos que trabalha com desenvolvimentos de jogos e, em paralelo, temos a pós-graduação, onde trabalhamos com a pesquisa em si. Na graduação priorizamos o desenvolvimento do jogo de forma totalmente livre, onde só direcionamos os alunos, fazendo com que eles ganhem uma certa independência na criação. A ideia é que eles saiam prontos do laboratório”, explicou.

E como é costumeiro nas Lives da Graduação, o professor também contou à professora Noemi o que o mercado valoriza no profissional de computação focado na área de desenvolvimento de jogos. 

“É preciso mostrar vontade de aprender e se acostumar a buscar soluções. É fundamental para pesquisa em modos gerais. Se a pessoa tiver essa motivação ela é mais capaz de aprender o algoritmo e a linguagem da computação. Claro, é importante conhecer bem os fundamentos, os dados e softwares para ter uma solução mais rápida para entregar aos seus contratantes. As tecnologias mudam a cada cinco anos, então esteja sempre atualizado”, finalizou.