Professor emérito do DI participou de seminário da graduação e contou sobre sua trajetória, fundação do DI e mais
Não dá para imaginar o Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio sem a presença do professor emérito Arndt von Staa, que foi um dos responsáveis por fundá-lo. Mas por pouco ele não seguiu outros caminhos profissionais. Formado em Engenharia Mecânica, o seu interesse pela computação ocorreu “por acaso”, como o próprio disse na live “História da Computação – Uma visão personalista”, que aconteceu nesta quinta-feira (25) no YouTube do DI. “Fiz um curso de programação na PUC-Rio e achei interessante. (…) Continuei trabalhando com computação e estou aqui até hoje”, contou.
Durante a live conduzida pela coordenadora de graduação Noemi Rodriguez, o professor respondeu a perguntas sobre a sua trajetória profissional em empresas, o seu trabalho acadêmico na PUC-Rio e também sobre sua atuação na área de computação e de desenvolvimentos de softwares.
Um dos programas desenvolvidos por ele foi o Talisman, um meta-ambiente de engenharia de software assistido por computador que apoia a especificação, arquitetura, projeto e desenvolvimento de software. “Foi extremamente interessante desenvolvê-lo. Levou mais ou menos cinco, seis anos de trabalho”, disse.
A sua paixão pela programação foi outro ponto abordado na apresentação. Noemi lembrou que ele sempre deu a impressão de se divertir durante o desenvolvimento de programas. “Certamente eu adorava programar. (…) Minha esposa reclamava que eu ia jantar e depois voltava a programar”, brincou o professor, que também disse que o seu propósito era escrever programas que o ajudassem a resolver um desafio. “Eu gostava de resolver problemas que não tinham solução, ou que tinham uma solução mal acabada”, disse.
Fundação do DI
O professor também falou sobre o seu papel na fundação do DI e do programa de Mestrado em Informática da PUC-Rio, o primeiro da área no Brasil. Ambos foram criados entre 1967 e 1968, e envolvem outros personagens célebres da história do nosso departamento, como os professores Carlos Lucena, Antonio Furtado, Sérgio Carvalho, Roberto Lins de Carvalho e Luiz Martins.
Segundo von Staa, o mestrado se desenvolveu por meio de um processo conhecido como bootstrap – ou seja, desenvolver uma coisa usando esta mesma coisa como instrumento.
“Cada um tinha que ensinar alguma coisa para os demais. Por exemplo: alguém era responsável por ensinar linguagens e programação, enquanto outro tinha que transmitir os conhecimentos em sistemas operacionais, e por aí vai. Eu tive que ensinar estruturas de dados”, contou.
Durante a conversa, ele confessou que achou a primeira turma de pós-graduação um pouco “capenga”, por conta da pequena bagagem de pesquisa dele e dos demais pesquisadores. Porém, não há como negar: a partir dali, o programa se desenvolveu e se tornou o que é hoje. “Parece que funcionou, porque vários daqueles alunos se tornaram conhecidos no mundo da computação. Dali para frente, foi só evolução”, disse o professor, que também já foi diretor do departamento.
Além disso, von Staa também contou histórias curiosas sobre sua trajetória acadêmica na PUC-Rio, como o ensino de computação na graduação para os alunos do CTC. Em dado momento, ele precisou assumir uma turma de 200 alunos. As aulas eram dadas nos auditórios do departamento de Química. “Tinha gente sentada nas escadas, porque não cabia todo mundo”, lembrou.
Ao final da live, von Staa respondeu a perguntas do público, falando sobre a sua visão sobre a programação atual e sobre sua participação no Instituto Gênesis, voltado ao desenvolvimento de empreendimentos e de empreendedores.
Você pode assistir à apresentação completa aqui. Fique ligado no nosso canal do YouTube, que recebe neste período uma série de seminários mensais da graduação, e uma série de lives semanais da pós-graduação!