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Painel ‘Mulheres na Computação’ debate presença feminina na área

Foto: Reprodução/YouTube

Organizada pelo CAINF, live teve participação da professora emérita do DI Clarisse de Souza

Lugar de mulher é onde ela quiser – inclusive na área da computação. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, o Centro Acadêmico de Informática da PUC-Rio (CAINF) organizou o painel “Mulheres na Computação”, que contou com a participação da professora emérita do Departamento de Informática (DI) Clarisse Sieckenius de Souza e da desenvolvedora front-end e streamer Laura Grassi. A conversa, em formato de live, foi realizada na última sexta-feira (12), e está disponível no canal do DI no YouTube. A moderação foi da aluna de Ciência da Computação e conselheira do CAINF Ana Carolina da Hora, também conhecida como Nina da Hora.  

As participantes falaram sobre a presença de mulheres na área de computação, tanto no mercado de trabalho, quanto na academia. Na visão de Clarisse e Laura, este percentual feminino ainda é baixo. A professora emérita do DI contou que as últimas turmas para as quais deu aula, antes de se aposentar, no início de 2020, tinham “uma ou duas mulheres” e mais de 20 homens. 

Para ela, houve uma grande mudança no perfil dos estudantes nas últimas três décadas. “Quando ingressei no DI, em 1988, a turma era constituída por metade de homens e metade de mulheres”, contou Clarisse, que já teve muitas orientandas. Ela disse que ao migrar de área de estudo – foi de Inteligência Artificial para Interação Humano-Computador (IHC) – encontrou maioria feminina, diferentemente do que se vê hoje. 

Laura disse que trabalha entre homens. “Eu nunca tive a chance de trabalhar com uma mulher próxima, seja na mesma área ou em cargos de gestão e diretoria”, apontou a desenvolvedora front-end. A situação não foi diferente na graduação: em uma turma com 90 alunos, 85 eram homens. Doze se formaram, sendo Laura a única mulher. 

A desistência de meninas durante o curso foi outro ponto comentado pelas participantes. Entre os aspectos que podem influenciar este abandono, elas mencionaram o ensino rígido de computação, a dificuldade para se encontrar estágios e também a ideia equivocada de que mulheres não têm performance tão boa quanto homens nesta área do conhecimento.

Elas reforçaram a importância de uma inserção feminina cada vez maior. “Sei que existem muitos estereótipos, mas a gente pode mudar isso”, frisou Laura. “É uma questão de trazer mais gente e mais talentos”, pontuou Clarisse. Nina, por sua vez, destacou que a presença de grupos formados por mulheres dentro das universidades dá uma maior sensação de segurança a quem chega, e estimula as alunas a seguir adiante.

Participantes falaram sobre carreira e experiências

Na live, Clarisse e Laura relembraram suas trajetórias profissionais. A professora emérita é graduada, mestre e doutora em Letras. No início da carreira, seu objetivo era trabalhar com tradução e interpretação de conferências. A relação com a computação aconteceu por acaso, após trabalhar como intérprete em programas de treinamento de informática. Veio daí o interesse por este novo universo. Ela fez então doutorado em Linguística Computacional, e migrou definitivamente para a computação em 1988. Foi quando ingressou no corpo docente do DI, onde trabalhou por mais de 30 anos, especializando-se em IHC. 

A professora também falou da inclusão de seu nome na lista de 54 Mulheres Notáveis da Computação Mundial, criada em 2014 pelo Instituto Anita B.org e pela Associação de Pesquisa em Computação Mulher (CRA-W, na sigla em inglês). O intuito de se fazer a lista foi estimular o interesse de mais mulheres nas áreas de exatas e tecnologia.

Já Laura é formada em gestão de TI e começou trabalhando como desenvolvedora back-end. Hoje, é desenvolvedora front-end e cria conteúdo na internet para auxiliar quem quer entrar na área. Sob o nome de @kibum.png, ela acumula milhares de seguidores nas redes sociais – são mais de 69 mil só no Instagram. 

Elas também responderam a perguntas dos espectadores, aprofundaram-se em aspectos de suas áreas e deram dicas para mulheres que desejam seguir carreira parecida. Assista à live completa no nosso canal do YouTube, e se inscreva para ser informado das próximas novidades!