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Professor do DI comenta as inovações por trás do Google

Foto: Unsplash

Aniversário da ferramenta de buscas marcou 23 de anos revoluções na computação

Nesta semana, a ferramenta de pesquisa mais popular do mundo celebrou seu aniversário de 23 anos. Das tradicionais buscas casuais até investimentos em carros autônomos, a Google, uma das maiores empresas de tecnologia da história, ajudou a redefinir o rumo da tecnologia como a conhecemos, e até hoje as inovações da empresa seguem transformando o mundo da computação.

Uma das principais mudanças de paradigma proporcionadas pela Google foi a criação do mecanismo capaz de indicar a usuários que faziam buscas na internet os links com mais relevância sobre o tema que procuravam. Isso aconteceu no fim dos anos 1990, quando, à procura de uma forma mais fácil de fazer buscas em uma internet cada vez mais abarrotada e dominada por sites como o Yahoo e, no Brasil, o Cadê, a dupla de cientistas Larry Page e Sergey Brin desenvolveu essa metodologia.

“A ideia deles era de que não bastava indexar as páginas. Também era importante mostrar o que é mais interessante. Eles criaram uma metodologia chamada page rank. A página que é mais interessante provavelmente tem mais referências. Então, se tem uma página que é, de fato, mais importante, quer dizer que várias páginas estarão apontadas pra ela. Ele faz ali uma ordenação para achar o que é mais relevante para a sua busca e aparecer primeiro”, explicou o professor do Departamento de Informática (DI) Augusto Baffa.

A partir do sucesso da ferramenta de pesquisa, a Google partiu para outras iniciativas no ramo da tecnologia. A cultura interna da empresa incentiva usuários a criar projetos próprios que possam ser integrados ao leque de produtos da Google. Um exemplo é a rede social Orkut, uma das páginas mais visitadas do Brasil entre os anos de 2007 e 2008, criada por um programador como uma pesquisa pessoal durante sua passagem pela gigante de tecnologia.

Baffa explica que a diversidade em investimentos foi essencial para o futuro da empresa. “A Google, a partir de 2002, começou a patrocinar internamente as pesquisas. O Gmail começou como o primeiro bom e-mail de graça. Ele lia e-mails e indicava as melhores propagandas. O Google foi para um outro lado que era o de localizar dados de maneira geral. Não só dados de sites, mas de propagandas na internet, através de profilamento de usuários. Por volta de 2007, com o lançamento do iPhone, eles criaram o Android”.

O professor aponta também que um dos diferenciais da Google é sua capacidade de condensar em um único sistema uma série de serviços essenciais para a rotina. Seja no armazenamento de arquivos no Google Drive, nos e-mails pelo Gmail ou pelos trabalhos em texto no Google Docs. “A empresa atua muito nesse sentido, de organizar vidas. Tem um altruísmo. Quanto mais sabe, mais pode ajudar os usuários e dar uma resposta melhor ao que eles procuram”.

Ainda de acordo com Baffa, a Google foi crucial em uma série de inovações que tiveram grande impacto no mundo da informática. Sendo a primeira ferramenta a oferecer busca por imagens, a empresa também conta com assistentes que garantem ao usuário informações sobre filmes, resultados de partidas esportivas, quadro de medalhas durante as olimpíadas, além de dados sobre clima.

São revoluções que, na avaliação do professor do DI, estão longe de terminar. Em termos de contribuições para a computação, os próximos passos da plataforma podem ser inúmeros. Na última conferência Google I/O, onde a empresa apresenta suas novas visões para o futuro, os desenvolvedores introduziram os projetos da marca em avançar ainda mais a eficiência de assistentes virtuais. Agora, a gigante de tecnologia tem se voltado para a possibilidade de, no futuro, os usuários serem capazes de dar um briefing de tarefas para serem executados pela Google.

Um exemplo seria realizar uma reserva em um restaurante. Em alguns anos, a tecnologia desenvolvida pela empresa pode ser capaz de receber comandos do usuário, ligar para o restaurante, compreender o que é falado pelo atendente e manter uma conversa de forma totalmente automatizada. Ficção ou não, é mais um indicador de que a jovem empresa ainda deve mexer bastante com o mundo da computação.

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