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Endler fala sobre importância de colaboração na informática em live

Conversa destacou como colaborações são importantes para a carreira cientifica

Foto: Reprodução

Em um bate papo descontraído, a live da graduação do Departamento de Informática (DI) realizada na quinta-feira (30) enfatizou alguns elementos importantes para uma boa pesquisa em sistemas de software distribuídos: as colaborações científicas entre grupos acadêmicos, os projetos com a iniciativa privada e a manutenção de grupos de alunos trabalhando em um mesmo sistema de software fundamental. A coordenadora da graduação do DI, Noemi Rodriguez, conversou com o diretor do Departamento, Markus Endler, sobre sua trajetória científica e suas experiências com P&D em sistemas de middleware distribuídos, além da importância de projetos de cooperação.

Endler contou que fez sua escolha pela computação quando ainda tinha pouca experiência em programação. Durante sua graduação em matemática (na PUC-Rio), já era fascinado pela área e percebia que a computação seria parte do futuro. Iniciou, então, em 1985, o mestrado no DI, onde fez seu trabalho de dissertação sobre lógica. A escolha pelo assunto veio por conta de estar mais familiarizado com formalismos do que com desenvolvimento de software. Em 1987 iniciou o doutorado na Alemanha, já determinado a fazer uma tese mais prática e a trabalhar com sistemas paralelos e distribuídos. Já durante esse período de doutorado, participou de alguns projetos de cooperação ESPRIT, financiados pela Comunidade Européia, e que mostraram o quanto importante eram os contatos profissionais com outros cientistas de outras universidades. Mais tarde, já professor do IME/USP, teve um grande ponto de inflexão em sua carreira científica quando participou de uma importante conferência nos Estados Unidos nos anos 1990.

“Algumas conferências mudam a sua vida. Quando a gente vai para uma conferência assim como a Mobicom, visitada por muitos pesquisadores importantes e com apresentações excelentes, isso abre os olhos. Acabamos conhecendo pesquisas muito bacanas e interessantes e isso acaba sendo muito estimulante. A partir desse encontro eu decidi que faria minha pesquisa na em computação móvel”, contou Endler, que considera bons congressos ótimas oportunidades para encontrar desenvolvedores e pesquisadores com projetos em áreas similares e fazer parcerias acadêmicas.

Durante sua passagem pelo Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade de São Paulo (USP), de 1994-2000, o professor teve a iniciativa de criar o Laboratório de Computação Paralela e Distribuída (LCPD/USP), um laboratório compartilhado com outros colegas do IME/USP. Quando foi para a PUC-Rio, logo replicou a experiência anterior, e em 2003 fundou o Laboratory for Advanced Collaboration (LAC), dedicado a pesquisa e desenvolvimento de middleware para sistemas distribuídos, móveis e Internet das Coisas. Laboratório que coordena desde então.

“Um laboratório assim atrai muitos alunos, eles se sentem colaboradores do projeto. O aluno não vem apenas, faz sua pesquisa, e defende a tese e vai embora. Não, durante o seu trabalho ele construiu um pedaço, um bloquinho, de software dentro de um middleware que ele pode chamar de seu. Então, ele sente prazer por estar contribuindo para o sucesso de futuros trabalhos de alunos do laboratório, que vai usar o seu software. Esse senso de pertencimento é muito importante e muito forte, sendo que  alguns ex-alunos ainda contribuem para o LAC muito depois de terem concluido suas teses”, completou Endler.

Também explicou rapidamente o termo Middleware. Trata-se de um tipo de software que fica entre uma plataforma (Windows, Linux, ou Android) e os softwares da aplicação. No caso de sistemas distribuídos, é o middleware que serve como “software-cola”, ou seja, que permite a comunicação e a coordenação entre os computadores distribuídos, bem como o acesso a recursos remotos.

Essas experiências fizeram o professor destacar também a importância, para os profissionais da área, da formação continuada e do hábito de ler trabalhos científicos, fazer pesquisas e analisar criticamente os artigos lidos. Falando sobre a qualidade do ensino e da pesquisa do DI, Endler ainda relembrou que, apesar das inúmeras oportunidades que o atual mercado de trabalho oferece, cursar um mestrado deveria ser uma opção para o estudante, pois os põem em contato com outras áreas da computação, abrindo o seu horizonte de conhecimento, podendo assim ser importantes para o crescimento profissional.

Você pode conferir esse bate-papo na íntegra no canal do YouTube do DI (youtube.com/dipucrio). Para não perder outros encontros desse projeto, se inscreva no canal e ative as notificações.