Alexandre Meslin foi orientado pelos professores Noemi Rodriguez e Markus Endler; trabalho abordou aplicações para smart cities
Você já imaginou morar em uma cidade repleta de sensores e sistemas que ajudam a coletar dados e a gerenciar os aspectos do dia a dia? Talvez você não se dê conta, mas o uso da tecnologia para esses fins é uma tendência que tem crescido cada vez mais e que promete se consolidar no futuro. O desenvolvimento de aplicações para as chamadas cidades inteligentes é o ponto de partida da tese de doutorado do professor agregado do Departamento de Informática (DI) Alexandre Meslin, “MUSANet: A multitier platform for developing smart-city applications“, defendida na sexta-feira (16).
O trabalho foi orientado pela professora Noemi Rodriguez, coordenadora da graduação, e co-orientado pelo diretor do DI, professor Markus Endler, e se trata de um testbed, middleware, para a Internet das Coisas voltado para hospedar aplicações para cidades inteligentes. Esse conceito, conhecido em inglês como smart cities, está crescendo cada vez mais rápido e traz diversos benefícios para gestores e habitantes, ajudando-os em diversos aspectos como economia, educação, segurança, saúde, entre outros.
Uma cidade inteligente pode ter uma grande quantidade de sensores instalados e espalhados, com o objetivo de coletar dados que precisam ser analisados, de forma que os moradores e gestores tenham acesso às mudanças que a cidade apresentou ao longo do tempo. Portanto, cabe aos programadores a projeção de sistemas que façam esse processamento. “No futuro, quando essas cidades tiverem realmente monitoradas por milhões de sensores, elas vão precisar de um middleware geograficamente distribuído e altamente escalável”, disse Meslin.
A pergunta que norteia o trabalho é relacionada à arquitetura que quer investigar essa distribuição de sensores. “Desenvolvemos uma arquitetura em três camadas: na nuvem (cloud), na névoa (fog) e na borda (edge), todas com capacidade de processamento para permitir que a aplicação distribua o seu processamento de forma hierárquica”, explicou.
Diversas ferramentas em metodologias de monitoramento, emulação e captura de dados foram adicionadas nesse testbed, para que os desenvolvedores possam investigar e conhecer o sistema que eles estão desenvolvendo. Isso permite que eles investiguem a melhor forma de distribuir o processamento na nuvem, névoa ou borda, além de permitir a distribuição geográfica da computação dentro de cada camada.
Para Meslin, o trabalho foca em uma solução que não é só imediata, mas sim que poderá ser utilizada para novas aplicações, grandes cidades e muitos sensores.. “No futuro, as cidades ao redor do mundo terão milhões de sensores que vão retransmitir informações. Até que ponto a sua rede vai escalar com isso?”, indaga.
Conciliação de estudos e do trabalho
Meslin é professor do DI desde 1995. Atualmente, ele ensina software básico e programação para os alunos de Informática e do ciclo básico de Engenharia da PUC-Rio.
Durante quatro anos, ele foi professor e aluno do DI ao mesmo tempo – mas por não ser aluno de tempo integral, teve um pouco mais de tempo para se dedicar à tese. “Durante esse tempo, tentamos imaginar o que faríamos, para conhecer (o assunto) e saber o que já existia de sistema ao nosso redor”, contou.
Meslin atribui o sucesso do trabalho aos orientadores, Noemi Rodriguez e Markus Endler, e à colaboração de outros laboratórios, como o Instituto de Matemática e Estatística (IME), da USP, que lhe ofereceu o ambiente para modelar a cidade; e o Laboratory for Advanced Collaboration (LAC), do DI da PUC-Rio, onde ele conseguiu processar informações e coletar os dados. Esses ambientes foram integrados no trabalho. Inclusive, o Contextnet, middleware criado dentro do LAC, é um dos sistemas citados e trabalhados dentro da tese.
Em um vídeo publicado no YouTube do DI, Meslin explica brevemente a sua tese e apresenta as suas hipóteses, aplicações desenvolvidas e resultados. Você pode assistir aqui. Aproveite para se inscrever no nosso canal e acompanhar os nossos vídeos!