Ricardo Bianchini e Marcos Fontoura falaram sobre o resfriamento de datacenters e sistemas de hardware e softwares, na sexta-feira (14)
Inovação faz parte do DNA de grandes empresas de tecnologia, como a Microsoft. Um de seus projetos mais ambiciosos – o resfriamento de datacenters, sistemas de hardware e softwares através de imersão em líquido – foi contado na live “Zissou – Uma nova arquitetura de software, servidores e datacenters usando resfriamento por imersão”, apresentada na sexta-feira (14) no YouTube e no Facebook do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio.
À frente da apresentação, estavam os engenheiros Ricardo Bianchini, distinguished engineer (reconhecimento dado a profissionais do mais alto nível) da Microsoft Research, e Marcus Fontoura, que atua como pesquisador technical fellow e vice-presidente corporativo da Microsoft Azure (plataforma de cloud da empresa). Fontoura também é ex-aluno do DI. Na live, Bianchini e Fontoura apresentaram detalhes sobre o projeto Zissou, que está sendo realizado na área física dos datacenters da Microsoft a fim de melhorar o custo e outros componentes desse ambiente.
O projeto visa combater os desafios existentes na conservação de um datacenter. Um deles é a manutenção dos servidores em uma temperatura estável, o que é capaz de evitar o aquecimento e possíveis falhas nos equipamentos de TI. “Um datacenter com uma variação de temperatura muito grande é capaz de causar falhas nos componentes presentes lá dentro”, disse Fontoura. O especialista também citou outros contratempos, como a oxidação natural desses componentes, a contaminação dos gases da atmosfera e casos de falha humana.
Para se opor a esses problemas, os pesquisadores estão investindo no projeto Zissou, que incorpora a técnica de resfriamento por imersão. O método possibilita a operação dos servidores em uma temperatura estabilizada. Com isso, há o melhor funcionamento de servidores e softwares de um datacenter.
Na técnica de resfriamento por imersão, os servidores são armazenados em um tanque e imersos em um líquido que é evaporado, condensado e reciclado dentro do próprio recipiente. Esse líquido deve permanecer em uma temperatura bem próxima daquela regular da operação dos componentes. Dessa forma, a atmosfera dentro do tanque se torna estável, evitando falhas nos sistemas e softwares. “Com um sistema de resfriamento mais potente, conseguimos rodar os servidores de forma mais agressiva”, disse Fontoura. Um vídeo que detalha o procedimento foi exibido na apresentação.
Outro ponto abordado na live foi o uso de overclocking (processo que força o componente a rodar em frequência mais alta do que a especificada pelo fabricante) em elementos como a CPU, a GPU e a memória, o que é capaz de melhorar a performance desses sistemas. Por outro lado, essa ação também traz alguns aspectos negativos, como o maior consumo de energia e o impacto de confiabilidade dos componentes.
Além do Zissou, a live abordou os feitos do projeto Natick, organizado entre a Microsoft Research, Microsoft Azure e a área de datacenters da empresa há alguns anos. Sua proposta era a de fazer e equipar datacenters mais eficientes. Esse projeto serviu de “inspiração” para o desenvolvimento do Zissou.
Durante a apresentação, os palestrantes também descreveram demais ideias de overclocking, fail-in-place e desagregação. “O Zissou está explorando todas essas áreas”, disse Bianchini. Ao final, eles participaram de uma sessão de perguntas e respostas moderadas pelo coordenador de pós-graduação, professor Marcos Kalinowski.
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