Simone Barbosa aborda reconhecimento facial ao Guia do Estudante 

Professora Simone Barbosa. Foto: Divulgação

Documentário disponível na Netflix que denuncia racismo em algoritmos foi tema de reportagem

O documentário “Coded Bias”, de 2020, está disponível na Netflix desde o início de abril. O filme mostra o mecanismo racista de algoritmos de reconhecimento facial, um desdobramento indesejável da inteligência artificial (IA). Para falar sobre o assunto, o site Guia do Estudante entrevistou a professora do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio Simone Barbosa, especialista na área de Interação Humano-Computador (IHC). 

Na reportagem, Simone explicou de que forma a tecnologia de reconhecimento facial foi desenvolvida, e apresentou um caminho para se tentar minimizar este caráter discriminatório e nada ético da IA. 

“A tecnologia de reconhecimento foi construída utilizando uma amostragem menor de rostos negros e de mulheres. Esse fato impede uma taxa de acertos maior. Foi uma escolha enviesada. No entanto, é possível realimentar o algoritmo para reduzir o viés e melhorar a classificação”, disse a professora, que também mostrou usos do reconhecimento facial em diferentes contextos. 

O texto do Guia do Estudante cita o grupo de Ética e Mediação Algorítmica de Processos Sociais (EMAPS), coordenado pela professora emérita do DI, Clarisse Sieckenius de Souza. Outro ponto abordado foi a utilização de dados pessoais por empresas ou governos de maneira controversa. 

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.  

Saiba mais sobre o documentário

“Coded Bias” é dirigido por Shalini Kantayya, e trata da experiência da pesquisadora do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets) Joy Buolamwini, que é negra e não teve o rosto reconhecido por uma tela com dispositivo de IA. 

Joy só conseguiu ser identificada pelo programa ao colocar uma máscara branca. Sendo assim, fica claro que os sistemas de inteligência artificial são instruídos a reconhecer o mesmo padrão de conjunto de dados, notadamente, homens brancos, o que dificulta o reconhecimento de rostos negros e/ou femininos. 

O filme também aborda o fortalecimento de sistemas de vigilância a partir do desenvolvimento das tecnologias de reconhecimento facial.

Simone Barbosa abre série de lives da pós-graduação, nesta sexta (12)

Seminário ‘Design e/ou Engenharia: uma perspectiva de IHC’ será ao vivo, às 15h, no YouTube do DI

Com o início do ano letivo, os Seminários da Pós-graduação em Informática do DI estão de volta. A primeira live de 2021, “Design e/ou Engenharia: uma perspectiva de IHC”, será apresentada pela professora Simone Barbosa nesta sexta-feira (12), às 15h, em transmissão ao vivo pelo canal do DI no YouTube e na página do Facebook

Segundo Simone, a palestra vai tratar de semelhanças e diferenças de perspectivas pautadas em Engenharia e em Design na produção de software. “Além disso, será retratada a influência dos métodos e modelos que escolhemos sobre a nossa forma de atuar e fazer pesquisa em IHC”, disse.

Com a pandemia, os seminários da pós-graduação, que eram presenciais, foram transferidos para o mundo virtual, e todos os interessados podem acompanhar as palestras transmitidas ao vivo. Para o coordenador da pós-graduação do DI, Marcos Kalinowski, o objetivo das lives é aproximar a sociedade dos resultados de pesquisa e desenvolvimento de ponta realizados no Departamento, o que pode, eventualmente, atrair novas pessoas para a área de Informática.

“Claro que as pesquisas são comunicadas no meio científico por artigos, em conferências e em periódicos, mas os seminários permitem que o professor faça uma transmissão mais humana de seus resultados para a sociedade”, ponderou Kalinowski.

No segundo semestre de 2020, foram realizadas 10 apresentações sobre temas relacionados ao Departamento, como machine learning, internet das coisas (IoT), ciência de dados e transformação digital. A nova etapa de lives trará novos assuntos e abordagens diferentes. Então, anote na agenda: Lives da pós-graduação do DI, às sextas-feiras, às 15h, no YouTube e Facebook.

Livro de Simone Barbosa aborda Interação Humano-Computador e UX

Foto: Divulgação

Obra da professora do DI está disponível em formato online

A professora do DI Simone Barbosa lançou o livro “Interação Humano-Computador e Experiência do Usuário” junto com os coautores Bruno Santana da Silva, Milene Silveira, Isabela Gasparini, Ticianne Darin e Gabriel Barbosa. O livro está disponível em formato online pela plataforma Leanpub gratuitamente, por tempo limitado. 

Trata-se de uma extensão da obra “Interação Humano-Computador”, escrita por Simone e Silva e publicada em 2010. A proposta da versão atualizada pretende buscar novas e diferentes perspectivas, experiências e conhecimentos relacionados à área de IHC e a sua relação com o campo de Experiência do Usuário (UX).

“No mundo acadêmico, essa é uma área conhecida como Interação Humano-Computador, mas no mundo corporativo, só se fala de Experiência do Usuário ou de UX (sigla em inglês para User Experience). Em vários casos, as pessoas usam as duas terminologias querendo dizer a mesma coisa”, disse Simone.

“Muitas pesquisas em UX se encaixam no campo de IHC. Na nossa visão, a UX ampliou a área de IHC, e ambas têm uma preocupação em comum: de criar uma tecnologia que melhore a vida das pessoas e da sociedade.”  

Atualmente, Simone atua nessa área, com interesses de pesquisa que incluem exploração e análise visual e narrativa, engenharia semiótica, design de sistemas interativos com base em modelos e, mais recentemente, como lidar com questões éticas em todo o processo de desenvolvimento. De acordo com a professora, a visão de UX busca promover aspectos positivos não só da interação com um produto, mas também das percepções, expectativas e sensações que surgem antes, durante e depois do contato com um produto, um serviço ou uma empresa. 

“Falamos muito pouco sobre Experiência do Usuário na primeira versão do livro, então agora estamos ampliando essa discussão, inclusive para falar sobre as semelhanças e as diferenças entre IHC e UX na academia e na indústria.” 

Para Simone, a publicação de “Interação Humano-Computador e Experiência do Usuário” também visa a dar mais exposição e visibilidade aos trabalhos no Brasil dentro dessas áreas. 

Foto: Divulgação

Um livro em “construção”

Apesar de lançado, o livro continuará a passar por constantes ajustes e terá novas versões lançadas em breve – provavelmente, uma a cada mês. “Tem muita coisa mudando sempre nessa área. Não podemos ficar desconectados”, disse Simone, que classificou a obra como um “texto em construção”. Essa denominação também excluiu a necessidade de concluir a extensão e a revisão do livro para a sua publicação inicial, já que ele será atualizado constantemente.  

Esse foi um dos motivos que fizeram os autores optarem por uma plataforma digital de autopublicação, conferindo-lhes maior liberdade na hora de realizar as edições. No caso do Leanpub, os leitores serão notificados toda vez que uma nova versão for disponibilizada, dando-lhes a opção de efetuar o download do arquivo atualizado. 

Futuramente, os autores querem publicar uma edição impressa, mas pretendem manter a obra independente de editora e continuar com as edições virtuais devido às mudanças na área, como as novas pesquisas e novas tecnologias. 

Pluralidade de vozes

A ideia de atualizar o livro “Interação Humano-Computador” surgiu em meados de 2017. Mas Simone e Silva chegaram à conclusão de que, para ampliar o livro da forma como gostariam, precisariam da contribuição de outros profissionais que estivessem trabalhando com diferentes aspectos da área de UX. Por isso, convidaram Milene Silveira, Isabela Gasparini, Ticianne Darin e Gabriel Barbosa.

Além disso, os autores pretendem incluir, nas próximas versões do livro, contribuições variadas como, por exemplo, entrevistas com pesquisadores profissionais da área, ampliando ainda mais o conteúdo. 

Por fim, os autores convidam os leitores a fornecer feedback por meio do e-mail livro.ihc.ux@gmail.com, que serão levados em consideração na publicação das novas atualizações.