‘Queremos trazer avanços para a nova geração de TVs’, diz Colcher em live

Foto: Reprodução/YouTube

Seminário destacou projetos atuais do laboratório do DI TeleMídia

Os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio são reconhecidos pela excelência em inovação, pesquisa e parcerias com a indústria. Dentro da universidade, já foram publicados diversos trabalhos que mostram o alcance nacional e internacional dos projetos – entre eles, os desenvolvidos no TeleMídia, laboratório coordenado pelo professor Sérgio Colcher. Essa trajetória de sucesso foi apresentada por Colcher na live “Pesquisa e Desenvolvimento no Laboratório TeleMídia”, realizada na última sexta-feira (9).  

A primeira parte da apresentação foi dedicada à história do laboratório do DI, fundado pelo professor Luiz Fernando Gomes Soares na década de 1990. O “embrião” do TeleMídia surgiu ainda em 1979, quando a Embratel e o CPqD da Telebrás iniciaram um projeto para a construção de uma rede comutada por pacotes, conhecida como REXPAC (Rede Experimental de Pacotes). Um dos objetivos desse trabalho era desenvolver uma central para essa rede, e duas universidades brasileiras foram escolhidas para a missão: a PUC-Rio e a USP.

A partir daí, nasceu a Redpuc, que dava suporte à concepção distribuída das centrais, e que tinha os professores Daniel Menasce e Luiz Fernando Gomes Soares à frente. Na live, Colcher explicou o caminho da Redpuc até o início das atividades do TeleMídia. 

“O TeleMídia começou voltado para pesquisas na área de redes de computadores. Com o passar do tempo, passamos a pesquisar as áreas de sistemas multimídia, hipermídia e, mais recentemente, de aprendizado de máquina”, disse Colcher.

O professor também destacou um dos principais trabalhos do laboratório, em conjunto com outros grupos de pesquisa: o desenvolvimento do middleware Ginga-NCL, que é uma camada de software que funciona entre os aplicativos e o sistema operacional das TVs. O Ginga foi ganhando visibilidade nos órgãos de padronização, a ponto de se tornar o ambiente declarativo do middleware do padrão brasileiro de TV digital terrestre, em 2007, e de obter a Recomendação ITU-T H.761 para serviços IPTV, em 2009. Foi o que fez dele um padrão totalmente brasileiro aceito mundo afora. 

Na live, Colcher também discorreu sobre o desenvolvimento da linguagem NCL (Nested Context Language), criada no laboratório, e que serviu de base para a criação do Ginga, também sobre a interatividade no sistema brasileiro de TV digital até se chegar aos modelos atuais.

Pesquisas e projetos atuais

Colcher jogou luz aos trabalhos que estão sendo desenvolvidos atualmente no TeleMídia. Caso da área de atuação mais recente do laboratório, que é o machine learning. “A gente tem começado a colocar novas formas de entender o vídeo em nossos sistemas”, explicou. 

Dentre os projetos baseados em machine learning, o professor sublinhou três diferentes aplicações de datasets: um que ajuda a detectar cenas impróprias em vídeos educacionais, outro que atua na melhoria da qualidade de imagens de vídeos, e um terceiro que detecta placas de veículos nacionais. Outro ponto ressaltado foi a atuação dos chatbots, dos mecanismos de reconhecimento facial e de vídeo 360. 

A longeva parceria com empresas e institutos também foi citada, como as cooperações com o banco BTG Pactual, a Fiocruz e o INCA. Ao final da live, o professor respondeu perguntas dos espectadores. 

Ele falou sobre o futuro do TeleMídia, e da meta de trazer avanços tecnológicos para as novas gerações de televisores. Colcher encerrou com uma bela homenagem ao professor Luiz Fernando Gomes Soares, fundador do laboratório, que morreu em 2015. 

A live “Pesquisa e Desenvolvimento no Laboratório TeleMídia” integra o ciclo de seminários da pós-graduação, que ocorrem todas as sextas-feiras, às 15h, no canal do YouTube do DI, com transmissão simultânea ao Facebook. Inscreva-se no canal e fique por dentro das próximas apresentações!

Leia também: Por Dentro do DI: TeleMídia trabalha com sistemas multimídia e hipermídia

Sérgio Colcher apresenta trabalho desenvolvido no TeleMídia em live 

Coordenador do laboratório mostrará resultados de pesquisas recentes

Nesta sexta-feira (9), às 15h, o professor do Departamento de Informática (DI) Sérgio Colcher apresentará a live “”Pesquisa e desenvolvimento no Laboratório TeleMídia”. A palestra será transmitida ao vivo pelo canal do DI no YouTube e pela página do Facebook

Colcher é coordenador do TeleMídia, um dos Núcleos de Inovação Tecnológica do DI. O laboratório se dedica à pesquisa e à inovação de sistemas hipermídia/multimídia, multimídia em rede e aprendizado de máquina. 

Segundo o professor, a apresentação será focada no trabalho desenvolvido no laboratório e nos projetos em andamento. “Vou contar a história do laboratório e falarei sobre as nossas pesquisas atuais”, promete Colcher. 

O foco do TeleMídia tem sido na análise de sentimentos em conteúdo multimídia, além da compressão e codificação de imagens e vídeo, novos cenários de TV e de mídia imersiva, e aplicação de técnicas de aprendizado de máquina aos domínios de TV Digital Interativa.

A live faz parte da série de seminários on-line da pós-graduação do DI. Você pode assistir à palestra no canal do DI no YouTube, com transmissão simultânea no Facebook. E pode, inclusive, participar do seminário, enviando perguntas pelo chat. Inscreva-se e ative o lembrete para não perdê-la!

Por Dentro do DI: TeleMídia trabalha com sistemas multimídia e hipermídia

Membros e ex-membros do TeleMídia. Foto: Arquivo pessoal

Machine learning e redes de computadores também fazem parte do trabalho do laboratório, responsável pelo desenvolvimento do middleware Ginga

No quarto post da série “Por Dentro do DI”, falaremos sobre o TeleMídia, um dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) do Departamento de Informática da PUC-Rio. O laboratório é coordenado pelo professor do DI Sérgio Colcher, e é voltado para as áreas de Redes de Computadores, Sistemas Distribuídos Hipertexto e Multimídia e Ciência de Dados. 

Mais recentemente, as pesquisas e projetos do núcleo têm se voltado para a análise de sentimentos em conteúdo multimídia, compressão e codificação de imagens e vídeo, novos cenários de TV e de mídia imersiva e aplicação de técnicas de aprendizado de máquina aos domínios de TV Digital Interativa.

O aprendizado de máquina, especialmente, tem sido um grande objeto de estudo do laboratório, que o vem aplicando em sistemas multimídia e hipermídia. “Estamos pensando na nova geração de sistemas de TV que já inclui a questão do machine learning. A ideia básica é ter, por exemplo, o reconhecimento automático de telas, de pessoas e a realização do sincronismo automático”, explicou Sérgio Colcher. 

O pesquisador Álan Guedes, que atua no TeleMídia desde 2013, faz coro ao “novo” movimento de atuação do laboratório. “Arrisco dizer que as temáticas mais importantes do TeleMídia são sistemas multimídia/hipermídia, redes de computadores e machine learning”, disse Guedes.

O coordenador do TeleMídia e professor do DI, Sérgio Colcher.

História do laboratório

O TeleMídia tem como origem a área de Redes de Computadores na PUC-Rio, que remonta a 1980. Naquela década, surgiram as primeiras redes locais brasileiras, como a Redpuc, que dava suporte à concepção distribuída das centrais. À frente desse estavam os professores Daniel Menasce e Luiz Fernando Gomes Soares (1954-2015). 

Sérgio Colcher ingressou no grupo quando a Redepuc evoluiu suas pesquisas para aplicações distribuídas em rede. Foi a partir desses desdobramentos que o professor Luiz Fernando Gomes Soares fundou o TeleMídia. Desde então, o laboratório teve uma série de desenvolvimentos na área de redes de computadores e de sistemas multimídia e hipermídia. 

Um deles foi a criação do HyperProp, em meados da década de 1990. Esse era um projeto na área de ambientes voltado a desenvolver aplicações hipermídia, a partir da necessidade de um tratamento mais formal para os documentos trocados nas aplicações multimídia. 

Em 2005, as pesquisas do projeto HyperProp se concentraram na área de TV Digital Interativa, e tiveram como resultado o subsistema Ginga-NCL, uma camada de software intermediário que funciona entre os aplicativos e o sistema operacional das TVs. Um ano depois, o Ginga se tornou o ambiente declarativo do middleware do padrão brasileiro de TV digital terrestre, e em 2009, o sistema obteve a Recomendação ITU-T H.761 para serviços IPTV. 

Esse padrão foi aprovado pelo grupo da União Internacional de Telecomunicações, fazendo do Ginga o primeiro exemplo de padrão brasileiro aceito mundialmente. Hoje, ele também é adotado em outros países da América do Sul e da África – além, é claro, de ter um grande alcance em território nacional.

“A maioria das TVs brasileiras hoje tem essa camada de software para interatividade”, explica o professor Colcher, que também destacou as atualizações do Ginga. Em dezembro do ano passado, ele e Álan Guedes publicaram um artigo na revista especializada “Set” sobre as atualizações do middleware para a TV Digital 2.5. A nova versão, chamada DTVPlay, visa a uma melhor comunicabilidade com os novos recursos das televisões SmartTV, serviços de streaming, celulares e dispositivos de Internet das Coisas (IoT). 

Desenvolvimento de projetos e alunos

Um dos pontos altos do TeleMídia é a parceria com diferentes empresas e instituições, como a Petrobras, a Força Aérea Brasileira e o banco BTG Pactual. Dentre as atividades exercidas, estão a análise de sinais e imagens e o desenvolvimento de serviços internos com machine learning

Arte do Prêmio Luiz Fernando de Computação para o WebMedia 2020. Foto: Divulgação

Também tem destaque a atuação do laboratório no Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web (WebMedia), que é promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e interliga alunos, pesquisadores e profissionais das áreas de Multimídia, Hipermídia e Web. Assim como o TeleMídia, o WebMedia foi fundado pelo professor Luiz Fernando Gomes Soares, anualmente homenageado no Simpósio com o prêmio Luiz Fernando de Computação, para trabalhos de impacto social.

Além disso, o TeleMídia fomenta a produção científica, investindo em seus colaboradores. Segundo Guedes, o laboratório fortalece o trabalho de quem tem interesse nas áreas de machine learning, sistemas multimídia/hipermídia e redes de computadores. “Eu acho que o TeleMídia tem uma vertente muito forte em pesquisa, inovação e padronização, e quem passa por aqui vai trabalhar nessas áreas”, disse o pesquisador. 

O laboratório oferece cursos de extensão e especialização nas áreas de TV Digital e Redes de Computadores, e se junta a pesquisas realizadas pelos alunos, sobretudo de mestrado e doutorado. Alunos da graduação e outros interessados também são bem-vindos. 

Para saber mais sobre o trabalho do TeleMídia, basta entrar em contato pelo seguinte e-mail: info@telemidia.puc-rio.br