Pesquisadora foi entrevistada por Poliana Abritta para o quadro Mulheres Fantásticas, exibido no domingo (3)
A professora emérita do Departamento de Informática (DI) Clarisse Sieckenius de Souza teve sua trajetória acadêmica contada no quadro Mulheres Fantásticas exibido no domingo (3), no Fantástico (TV Globo). Pioneira na área Interação Humano-Computador (IHC), Clarisse foi entrevistada pela jornalista Poliana Abritta e explicou algo fundamental em sua pesquisa: a relação entre pessoas e máquinas.
“Você tem as pessoas que fazem os programas, você tem as pessoas que encomendam os programas para quem vai fazer os programas, você tem as pessoas que comercializam os softwares, você tem as pessoas que são afetadas pelo uso de software. A computação está no meio da sociedade. Nós estamos nos comunicando com essas pessoas só que numa linguagem que é cheia de botãozinho, cheia de menu e cheia de arrasta para cá e para lá”, contou Clarisse.
O início da carreira no Departamento de Letras da PUC-Rio e a mudança para a ciência da computação foram outros pontos destacados na entrevista. Bacharel em Tradução e Interpretação de Conferências, mestre em Língua Portuguesa e doutora em Linguística Aplicada, ela migrou para a área de exatas após um curso de especialização para intérpretes nos Estados Unidos. “Parte do curso era visitar um programa de tradução automática da Organização Pan-Americana da Saúde. Foi ali que começou minha grande paixão”, ressaltou.
Ada Lovelace também foi homenageada
O episódio do Mulheres Fantásticas também contou a história de outra pioneira da computação, a britânica Ada Lovelace (1815-1852). Muito antes do computador existir, ela criou o primeiro algoritmo para ser processado por um computador e é reconhecida como a primeira programadora da história.
Clarisse e Ada estão na lista das 54 Mulheres Notáveis da Computação Mundial criada em 2014 pelo Instituto Anita B.org e pela Associação de Pesquisa em Computação Mulher (CRA-W, na sigla em inglês). O objetivo da seleção é estimular mais mulheres nas áreas de exatas e tecnologia.
A reportagem mostra que as mulheres representam apenas 15% dos estudantes de computação e 20% dos profissionais da área no Brasil. Um problema que ocorre em outros países. Entre os profissionais que trabalham nas quatro principais empresas de tecnologia dos EUA, só 30% são mulheres. “São poucas as cientistas mulheres sênior na computação”, pontuou Clarisse.
O episódio também contou um pouco da vida da professora emérita mostrando os dois gatos dela e até uma conversa por video call entre Clarisse e a mãe.
O quadro Mulheres Fantásticas, com a participação da professora Clarisse, ainda foi destaque na coluna do Ancelmo Gois no jornal O Globo, no sábado (2).
Clique aqui para assistir o quadro Mulheres Fantásticas com Clarisse de Souza