Laboratório, que tem a computação gráfica como área de pesquisa, colabora há mais de 30 anos com a Petrobras
Mais de três décadas de pesquisa e desenvolvimento na área de computação gráfica e uma sólida parceria com a indústria. Esses são alguns dos atributos do Instituto Tecgraf, vinculado ao Departamento de Informática da PUC-Rio. O laboratório é coordenado pelo professor do DI Marcelo Gattass e desenvolve sistemas computacionais, simulações numéricas, computação distribuída e visualização gráfica interativa tridimensional.
O instituto nasceu como um ponto de interseção da Informática com os departamentos de Engenharia Civil e Matemática da universidade. Foi criado em 1985, pelo professor Luís de Castro Martins, que era diretor do Rio Data Centro (RDC) da PUC-Rio. A ideia era desenvolver a área de computação gráfica no campus.
Abrigados em duas salas dentro do RDC, a missão da equipe inicial do Tecgraf era também ajudar no desenvolvimento da biblioteca GKS/PUC, uma implementação nacional do então padrão internacional Graphical Kernel System, usado para desenvolver programas gráficos interativos.
Gattass fez parte daquele primeiro núcleo, e logo passou a liderar os trabalhos desenvolvidos por lá, o que chamou a atenção da diretoria do DI. Após o convite do então diretor, José Lucas Rangel, Gattass ingressou no nosso departamento, assim como o Tecgraf, que foi totalmente abraçado pela Informática da PUC-Rio até 2013. Foi neste ano que o laboratório se tornou um instituto diretamente ligado à Vice-Reitoria de Desenvolvimento da universidade.
Segundo Gattass, o atual objetivo é manter o Tecgraf engajado tanto no ambiente acadêmico quanto na sociedade de uma forma geral. “Eu sempre procurei fazer algo que colocasse a PUC como uma universidade de produção de conhecimento, de formação de pessoas de excelência”, define.
Leia também: Perfil: Marcelo Gattass trouxe parcerias com empresas e indústria ao DI
Parceria com a indústria
Não há como falar do Tecgraf sem destacar sua longa colaboração com o setor industrial. A principal parceira do grupo é a Petrobras. A cooperação com a empresa vem desde a criação do Instituto.
De lá para cá, o Tecgraf desenvolve, implementa e mantém diversos sistemas em operação na Petrobras, nas áreas da exploração, produção e abastecimento, e também com foco na segurança e na proteção do meio ambiente. Um dos projetos de responsabilidade do instituto é justamente o do sistema que previne derramamento de petróleo dos navios e plataformas da Petrobras. “A gente ajudou muito o setor a se tornar mais seguro e a combater vazamentos”, conta Gattass.
O Tecgraf também tem projetos em parceria com empresas como Transpetro, GE Brasil, Eneva, Shell Brasil e Marinha do Brasil. O Instituto também colabora com outros departamentos acadêmicos da PUC-Rio e instituições de ensino e pesquisa nacionais e internacionais.
Além da indústria de óleo e gás, o instituto trabalha nos setores de segurança, entretenimento e medicina, atuando de forma ampla em diversas áreas de competência, como Modelagem e Simulação Computacional, Gestão de Dados e Ciência de Dados, Tecnologias de Interatividade Digital, Indústria 4.0 e Otimização e Logística. “Nosso intuito é buscar o envolvimento dos alunos em um trabalho que seja relevante, e gerar riqueza com isso”, explica o professor.
A longa e abrangente associação com o setor industrial rendeu diversos prêmios e conquistas ao Tecgraf, ao Gattass, aos seus colaboradores e à própria universidade. Recentemente, a Ciência da Computação da PUC-Rio conquistou o 1º lugar na lista de cursos de universidades brasileiras da área que mantêm projetos com a indústria no Emerging Economies University Rankings 2021, divulgado pela prestigiosa revista inglesa “Times Higher Education”. “Grande parte do nosso reconhecimento com a indústria vem do Tecgraf”, ressalta o diretor do DI, Markus Endler.
Equipe ampla e engajada
Em 1987, o Tecgraf começou com uma equipe de 12 pessoas. Hoje, são mais de 400 colaboradores, que trabalham em projetos dos mais diversos clientes. Tamanho crescimento exigiu preparo e suporte. Na coordenação das gerências que compõem o Tecgraf hoje, está o gerente geral técnico e ex-aluno do DI Carlos Cassino. É ele quem mapeia as novas demandas e busca estimular um trabalho colaborativo em prol dos bons resultados. “Meu papel é ter uma visão geral do que os grupos estão fazendo, tentar integrá-los e fazer prospecção com empresas para buscar novos projetos”, explica.
Por sua vez, a pesquisadora Melissa Lemos, ex-aluna do DI, é a gerente de projetos na área de big data, trabalhando com busca e integração de dados. Um dos que estão sendo tocados por sua equipe é o Danke, com um tecnologia de busca de dados que não exige que os usuários tenham habilidades técnicas específicas para pesquisar, recuperar, explorar e resumir informações em bancos de dados.
Esse modo de operar do Danke é usado em produtos pensados para vários clientes do Tecgraf, como a Petrobras. “Já aplicamos busca para diversos projetos da indústria de óleo e gás, como, por exemplo, na área de inspeção, manutenção e segurança de plataformas”, conta Melissa. Mais recentemente, o Danke foi utilizado em aplicações web para ajudar a extrair dados relacionados à Covid-19.
Para os pesquisadores, o crescimento do Tecgraf é fruto de um ambiente colaborativo e de valorização de pessoas. “Precisamos fazer com que o conhecimento reflita para todo o ambiente, gerando uma espiral positiva que atraia cada vez mais alunos e pessoas”, disse o professor.
Se você é aluno de graduação, mestrado ou doutorado e tem interesse em saber mais sobre o Tecgraf e em como ingressar no instituto, acesse a área de Trabalhe Conosco do site e acompanhe as suas redes sociais, no Facebook e no LinkedIn.