Professor acredita que programação deve fazer parte da educação básica, assim como aritmética
“Eu diria que todo cidadão teria que saber programar, assim como sabe fazer aritmética. Esse é o novo mundo. Não é só usar os gadgets, celulares e computadores, mas sim saber a essência do raciocínio computacional e da programação”. A declaração do professor Bruno Feijó, no seminário online “Jogos e Entretenimento Digital: a busca pelo profissional híbrido“, na quinta-feira (26), alerta para a necessidade de formar profissionais preparados para o novo mercado de trabalho.
Com uma trajetória pautada na interdisciplinaridade — graduação em Engenharia Aeronáutica, mestrado em Engenharia Civil e doutorado em Computer-Aided Design (desenho auxiliado por computador) — Feijó é um entusiasta de uma formação educacional híbrida e transdisciplinar. Ele inclusive é coformulador do Curso Multimídia para Ensino Médio Profissionalizante do NAVE/Oi Futuro, um dois projetos que visam a aplicação desse conceito.
“É um ser híbrido que temos que formar. Voltei meu olhar para o Ensino Médio, participei da criação de uma experiência em que se colocava com muita intensidade a formação em computação e fiquei depois convencido de que problema ainda anterior, no Fundamental. Por isso, investi tanto tempo nessa preocupação com a programação em si e com a educação mais básica. É essencial isso. O novo ser é um ser híbrido e transdisciplinar. E temos que criar isso na graduação ou até antes”, declarou Feijó.
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O pesquisador ressaltou que, mais do que interdisciplinar, se faz necessária uma educação transdisciplinar, que vá além de cada uma das áreas isoladas, sintetizando novos conceitos, rompendo as paredes entre departamentos e disciplinas, a fim de preparar as pessoas para uma nova realidade. “Isso é um conceito que eu diria que é do século XXI: transdisciplinaridade. Formar as pessoas para isso é uma prioridade, na minha opinião. Estamos caminhando para uma universidade diferente do que o imaginado já há muito tempo, com as coisas muito separadas e puras em cada um dos seus nichos”, disse.
Feijó foi o convidado da terceira live da graduação. Organizados pela professora Noemi Rodriguez, coordenadora da graduação, os eventos online acontecem na última quinta-feira do mês, sempre às 18h. Na primeira edição Sérgio Colcher falou sobre o middleware Ginga e TV Digital 3.0. Em outubro o assunto foi a linguagem de programação Lua, com Roberto Ierusalimschy. O ciclo de seminários da graduação entra em recesso e voltará em 2021, mas todas as lives do DI estão disponíveis no nosso canal no YouTube. Confira!