Paulo Caroli é um dos principais consultores da Thoughtworks, além de autor de livros
Um dos muitos objetivos do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio é incentivar os estudantes a explorarem novos horizontes. Foi isso que o ex-aluno Paulo Caroli fez, após concluir a graduação em Engenharia da Computação (1997) e o mestrado em Informática (1999).
Hoje, Caroli mora na Espanha e atua em diversas frentes: ele é um dos principais nomes da consultoria global de software Thoughtworks, e fundou a iniciativa Caroli.org, portal de compartilhamento de conteúdo sobre inovação. É também autor de livros, como “Lean Inception: Como alinhar pessoas e construir o produto certo”, best-seller na categoria “empreendedorismo” da Amazon. Uma trajetória extensa, múltipla e que se desenhou na PUC-Rio.
Durante a graduação, Caroli trabalhou como estagiário em um dos Núcleos de Inovação Tecnológica do DI, o Laboratório de Engenharia de Software (LES), coordenado pelo professor Carlos Lucena. Ali, ele teve sua primeira experiência com o mercado de trabalho, atuando em projetos com a Petrobras, parceira do laboratório.
Pouco antes de ingressar no mestrado, interessou-se pela área de orientação a objetos, e direcionou a sua tese neste sentido. Foi orientado pelos professores Sérgio Carvalho, que acabou falecendo quando ele estava no mestrado, e Lucena. Neste período, Caroli começou a viajar para o Vale do Silício, na Califórnia, como estudante voluntário em conferências. Em maio de 2000, recebeu uma proposta de trabalho, o que o levaria a permanecer na Califórnia por oito anos.
Neste meio-tempo, e com bastante influência de sua pesquisa em orientação a objetos, ele voltou sua atenção para a área de métodos ágeis (agile). Esse foi um dos motivos de sua ida para a consultoria Thoughtworks, em 2006, após passar por outras empresas. “A Thoughtworks foi uma das primeiras empresas de consultoria que seguiram essa área”, explica o ex-aluno do DI.
A partir disso, Caroli passou a se desenvolver nesta área, da qual, hoje, é especialista. Mais especificamente, em práticas ágeis e lean, uma metodologia de gestão e padronização de processos. Na consultoria, atua com a facilitação de workshops complexos, mesclando business, tecnologia e experiência do usuário (UX).
Paralelamente, ele descobriu como paixão também a escrita, aprimorada durante o mestrado, no período de construção da tese. Ele começou a escrever um artigo por ano, para publicação em conferências. Em 2008, fundou um blog dentro do domínio caroli.org, criado desde os tempos de universidade.
A partir de 2014, começou a escrever livros – entre eles, o “Lean Inception”. De lá para cá, publicou outros, e fundou uma editora independente, hoje ambientada também no portal caroli.org.
Sua trajetória não parou por aí. “Comecei a receber muitos pedidos de treinamento das práticas escritas nos livros”, conta Caroli. Com isso, ele expandiu a caroli.org para uma empresa que também oferece treinamentos, aproximando quem busca e quem fornece conhecimento autoral. “O site vem de TI, mas está expandindo seus horizontes para outras áreas”, ele diz.
Reconhecimento do DI
Caroli fala com muito carinho do Brasil. Depois do período na Califórnia, ele retornou ao país em 2010, permanecendo até 2019. Foi quando desenvolveu projetos para diversas empresas nacionais, e ajudou a trazer o trabalho da Thoughtworks para cá – atualmente, a consultoria é acoplada à PUC-RS.
“Eu sempre quis, de alguma forma, ajudar o Brasil e a PUC. Quando retornei para cá, levei o manager director da Thoughtworks à PUC-Rio, mas optamos por estabelecê-la em Porto Alegre, na PUC-RS”, relata.
Mas Caroli sempre esteve presente no entorno da universidade carioca e do DI, tanto que lançou seu primeiro livro nas dependências do departamento. Ele atribui suas conquistas à experiência e aos conhecimentos adquiridos com o corpo docente. “A formação no DI e na PUC-Rio oferece a mescla entre indústria e academia, teoria e aplicação, que me ajudou a buscar e desenvolver conhecimento prático”, resume.
Caroli também relembra a importância do departamento no começo de sua vida profissional, quando ainda era estagiário do LES. “Tive acesso à excelência de conhecimento proporcionado pelos professores e colegas, além de ter tido uma ‘pitada’ da experiência com o mercado de trabalho”, finaliza.