Em live do DI, professor Bruno Feijó mostrou a importância de estruturar boas histórias para atrair os jogadores
“Todo mundo presta atenção no que é divertido, então é coisa séria”, compartilhou o professor Bruno Feijó na live “Narratologia Computacional e Jogos”, na sexta-feira (28), transmitida pelo Youtube e Facebook do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio. “Sejam casuais, realistas, educacionais, e-sports,… Um fato é inegável: os jogos intrigam, divertem, surpreendem, encantam”, declarou o professor, que é pioneiro no Brasil em CAD, animação e efeitos especiais. O material apresentado no seminário contou com a colaboração do professor emérito Antonio L. Furtado, que não pôde participar do evento.
Os jogos impulsionam os maiores desafios de simulação que a computação pode imaginar, levando a tecnologia a seu extremo. Por isso, Feijó costuma dizer que os games são a Fórmula 1 da computação. Em sua apresentação, o professor citou o exemplo do jogo Unreal Engine 5, que se destaca por seus detalhes de efeitos especiais cinematográficos de precisão impressionante. Segundo ele, o jogo conta com uma engenharia inteligente, adaptativa, que se traduz em fluidez e dinamismo.
Se desempenhos inacreditáveis já foram atingidos em termos de computação gráfica e inteligência artificial, o desafio no mundo do entretenimento digital se concentra agora no desenvolvimento de narrativas.
“Humanos adoram e precisam de histórias. Ouvir, ler, assistir, participar, contar. Quando não estamos envolvidos nas histórias dos outros, estamos girando em torno de nossas próprias. Sonhamos acordados sobre o nosso passado e nosso futuro. Fabricamos histórias enquanto dormimos, todos os dias!”, compartilhou Feijó. Para ele, a história é como uma “cola social” que gera mitos e narrativas que ajudam a unir as pessoas.
A narratologia computacional busca criar, interpretar e estruturar histórias do ponto de vista da computação. Hoje, se destacam os roteiros criativos e bem estruturados, que proporcionam uma experiência mais intensa e interativa ao usuário. Os jogos vão além de efeitos especiais e envolvem personalidade, comportamento, surpresas, empatia, cultura. Por isso, a criação de jogos demanda profissionais híbridos, de disciplinas de dentro e fora da computação, como psicologia, artes e design.
No seminário, o professor expôs três níveis na composição de histórias, conforme determina a pesquisadora Mieke Bal. Enquanto a fábula trata do enredo, personagens e do tema; a narrativa se debruça sobre a forma de contar, pensando nos métodos, na qualidade artística e no interesse da audiência. Já o texto se volta à apresentação, à expressão material da história, explicou Feijó, que coordena o ICAD/VisionLab, laboratório de destaque na América Latina em pesquisa em storytelling interativo, data storytelling e narratologia computacional.
“The Paper and Pencil Interactive Storytelling“, um dos jogos experimentais desenvolvidos pelos alunos do DI, foi exibido durante a live. Usando realidade aumentada, o jogador interfere na história desenhando em um pedaço de papel. O sistema permite dramatizar a narrativa e afetar diretamente as decisões dos personagens a ponto de alterar completamente a história.
A apresentação integra a série de seminários de pós-graduação do DI, que acontece toda sexta-feira, às 15h. Ative o lembrete do YouTube para não perder nenhuma das nossas lives!