Livro de Simone Barbosa aborda Interação Humano-Computador e UX

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Obra da professora do DI está disponível em formato online

A professora do DI Simone Barbosa lançou o livro “Interação Humano-Computador e Experiência do Usuário” junto com os coautores Bruno Santana da Silva, Milene Silveira, Isabela Gasparini, Ticianne Darin e Gabriel Barbosa. O livro está disponível em formato online pela plataforma Leanpub gratuitamente, por tempo limitado. 

Trata-se de uma extensão da obra “Interação Humano-Computador”, escrita por Simone e Silva e publicada em 2010. A proposta da versão atualizada pretende buscar novas e diferentes perspectivas, experiências e conhecimentos relacionados à área de IHC e a sua relação com o campo de Experiência do Usuário (UX).

“No mundo acadêmico, essa é uma área conhecida como Interação Humano-Computador, mas no mundo corporativo, só se fala de Experiência do Usuário ou de UX (sigla em inglês para User Experience). Em vários casos, as pessoas usam as duas terminologias querendo dizer a mesma coisa”, disse Simone.

“Muitas pesquisas em UX se encaixam no campo de IHC. Na nossa visão, a UX ampliou a área de IHC, e ambas têm uma preocupação em comum: de criar uma tecnologia que melhore a vida das pessoas e da sociedade.”  

Atualmente, Simone atua nessa área, com interesses de pesquisa que incluem exploração e análise visual e narrativa, engenharia semiótica, design de sistemas interativos com base em modelos e, mais recentemente, como lidar com questões éticas em todo o processo de desenvolvimento. De acordo com a professora, a visão de UX busca promover aspectos positivos não só da interação com um produto, mas também das percepções, expectativas e sensações que surgem antes, durante e depois do contato com um produto, um serviço ou uma empresa. 

“Falamos muito pouco sobre Experiência do Usuário na primeira versão do livro, então agora estamos ampliando essa discussão, inclusive para falar sobre as semelhanças e as diferenças entre IHC e UX na academia e na indústria.” 

Para Simone, a publicação de “Interação Humano-Computador e Experiência do Usuário” também visa a dar mais exposição e visibilidade aos trabalhos no Brasil dentro dessas áreas. 

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Um livro em “construção”

Apesar de lançado, o livro continuará a passar por constantes ajustes e terá novas versões lançadas em breve – provavelmente, uma a cada mês. “Tem muita coisa mudando sempre nessa área. Não podemos ficar desconectados”, disse Simone, que classificou a obra como um “texto em construção”. Essa denominação também excluiu a necessidade de concluir a extensão e a revisão do livro para a sua publicação inicial, já que ele será atualizado constantemente.  

Esse foi um dos motivos que fizeram os autores optarem por uma plataforma digital de autopublicação, conferindo-lhes maior liberdade na hora de realizar as edições. No caso do Leanpub, os leitores serão notificados toda vez que uma nova versão for disponibilizada, dando-lhes a opção de efetuar o download do arquivo atualizado. 

Futuramente, os autores querem publicar uma edição impressa, mas pretendem manter a obra independente de editora e continuar com as edições virtuais devido às mudanças na área, como as novas pesquisas e novas tecnologias. 

Pluralidade de vozes

A ideia de atualizar o livro “Interação Humano-Computador” surgiu em meados de 2017. Mas Simone e Silva chegaram à conclusão de que, para ampliar o livro da forma como gostariam, precisariam da contribuição de outros profissionais que estivessem trabalhando com diferentes aspectos da área de UX. Por isso, convidaram Milene Silveira, Isabela Gasparini, Ticianne Darin e Gabriel Barbosa.

Além disso, os autores pretendem incluir, nas próximas versões do livro, contribuições variadas como, por exemplo, entrevistas com pesquisadores profissionais da área, ampliando ainda mais o conteúdo. 

Por fim, os autores convidam os leitores a fornecer feedback por meio do e-mail livro.ihc.ux@gmail.com, que serão levados em consideração na publicação das novas atualizações. 

Fantástico destaca trabalho da professora emérita Clarisse de Souza

Foto: Reprodução/TV Globo

Pesquisadora foi entrevistada por Poliana Abritta para o quadro Mulheres Fantásticas, exibido no domingo (3)

A professora emérita do Departamento de Informática (DI) Clarisse Sieckenius de Souza teve sua trajetória acadêmica contada no quadro Mulheres Fantásticas exibido no domingo (3), no Fantástico (TV Globo). Pioneira na área Interação Humano-Computador (IHC), Clarisse foi entrevistada pela jornalista Poliana Abritta e explicou algo fundamental em sua pesquisa: a relação entre pessoas e máquinas. 

“Você tem as pessoas que fazem os programas, você tem as pessoas que encomendam os programas para quem vai fazer os programas, você tem as pessoas que comercializam os softwares, você tem as pessoas que são afetadas pelo uso de software. A computação está no meio da sociedade. Nós estamos nos comunicando com essas pessoas só que numa linguagem que é cheia de botãozinho, cheia de menu e cheia de arrasta para cá e para lá”, contou Clarisse.

O início da carreira no Departamento de Letras da PUC-Rio e a mudança para a ciência da computação foram outros pontos destacados na entrevista. Bacharel em Tradução e Interpretação de Conferências, mestre em Língua Portuguesa e doutora em Linguística Aplicada, ela migrou para a área de exatas após um curso de especialização para intérpretes nos Estados Unidos. “Parte do curso era visitar um programa de tradução automática da Organização Pan-Americana da Saúde. Foi ali que começou minha grande paixão”, ressaltou.

Ada Lovelace também foi homenageada 

O episódio do Mulheres Fantásticas também contou a história de outra pioneira da computação, a britânica Ada Lovelace (1815-1852). Muito antes do computador existir, ela criou o primeiro algoritmo para ser processado por um computador e é reconhecida como a primeira programadora da história.

Clarisse e Ada estão na lista das 54 Mulheres Notáveis da Computação Mundial criada em 2014 pelo Instituto Anita B.org e pela Associação de Pesquisa em Computação Mulher (CRA-W, na sigla em inglês). O objetivo da seleção é estimular mais mulheres nas áreas de exatas e tecnologia.

Foto: Reprodução/TV Globo

A reportagem mostra que as mulheres representam apenas 15% dos estudantes de computação e 20% dos profissionais da área no Brasil. Um problema que ocorre em outros países. Entre os profissionais que trabalham nas quatro principais empresas de tecnologia dos EUA, só 30% são mulheres. “São poucas as cientistas mulheres sênior na computação”, pontuou Clarisse.

O episódio também contou um pouco da vida da professora emérita mostrando os dois gatos dela e até uma conversa por video call entre Clarisse e a mãe.

O quadro Mulheres Fantásticas, com a participação da professora Clarisse, ainda foi destaque na coluna do Ancelmo Gois no jornal O Globo, no sábado (2). 

Clique aqui para assistir o quadro Mulheres Fantásticas com Clarisse de Souza