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Dissertação defendida no DI é premiada em encontro de IHC
quarta-feira, 3 de novembro de 2021 às 19:31

A mestre em Infomática Bianca Teixeira

Maior simpósio da área no Brasil dá 2º lugar ao trabalho de Bianca Teixeira 

Menos de um ano após ter concluído o mestrado pelo Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio, a ex-aluna do DI Bianca Teixeira recebeu o segundo lugar no concurso de teses e dissertações do XX Simpósio Brasileiro sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais, o IHC 2021. O encontro, que aconteceu em outubro, é o principal da área de Interação Humano-Computador no Brasil, setor que vem crescendo no país.

O trabalho de Bianca, Investigating the integration of user values with design rationale and its effects on IHC design artifacts, foi orientado pela professora do DI Simone Barbosa. A dissertação investiga a integração de valores de usuários com design rationale, formas de registrar a tomada de decisão, e analisa o impacto dessa integração em artefatos de design de IHC. 

“Vimos que valores de usuários bem definidos tendem a gerar softwares mais apropriados e personalizamos, e quando os valores não foram bem explorados designers tendem a usar seus próprios vieses na hora de projetar a interface”, explica Bianca.

Satisfeita com o reconhecimento que obteve no IHC 2021, ela também comemora a participação no encontro. “A comunidade de IHC é muito próxima e acolhedora. Foi muito bom ver esse lado social das conferências. É legal também ver como a comunidade brasileira está crescendo. Muitas vezes focamos apenas em veículos internacionais, mas é importante valorizar a própria cultura também”, diz. 

Para Simone, um dos grandes méritos do trabalho premiado foi optar por investigar a fundo modelos já existentes em vez de querer apenas lançar algo novo. 

“Alguns alunos acham que é necessário criar mais um modelo, técnica ou processo para fazer uma contribuição científica importante. Esse prêmio evidencia a valorização de investigações em profundidade sobre representações que já existem para derivar lições sobre como integrá-las e adaptá-las de forma efetiva”, reflete. 

Organizado pela Comissão Especial de IHC da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), o simpósio acontece anualmente e sempre em cidades diferentes do Brasil. A ideia do encontro é, dessa forma, chegar a todas as regiões do país e estreitar os laços entre a comunidade da área. 



Revolução em IA unificará processamentos, diz Wehrmann
sexta-feira, 29 de outubro de 2021 às 17:24

Professor Fundação Behring de Inteligência Artificial no DI participou de live nesta quinta (28)

Seja nas ferramentas de busca e catalogação das principais plataformas de streaming ou nas assistentes virtuais, a Inteligência Artificial (IA) tem transformado a relação da sociedade com o digital. E muitas invenções revolucionárias na área ainda estão por vir, alerta Jônatas Wehrmann, professor Fundação Behring de Inteligência Artificial do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio. Especialista na área, Wehermann participou da live da graduação do DI na noite de quinta-feira (28). 

Ele conversou com a professora Noemi Rodriguez, coordenadora da graduação, sobre sua trajetória profissional e as perspectivas da Inteligência Artificial e da Aprendizagem de Máquina para os próximos anos. O papo, para quem não acompanhou, está disponível na íntegra no canal do DI no YouTube.

Se na última década vimos a IA, com a ajuda das redes neurais e do deep learning, trazer inovações inéditas em processamento de imagem e de texto, a aposta para o futuro é a integração entre estas duas esferas, afirmou o entrevistado. “A próxima revolução que a gente vai ver com certeza é a unificação dessas duas áreas. Vamos ter temas que vão ser capazes de entender todos os tipos de conceitos, de textos e imagens. Isso já está acontecendo. Fico muito feliz em ver essa transformação porque trabalhei com isso no meu doutorado, e consigo ver a área indo para esse lado, que para mim é o mais promissor”.

Visando explorar este enorme potencial de descobertas, o professor contou que está trabalhando, junto com outros docentes do DI, na criação de um Laboratório de Inteligência Artificial do departamento, que vai estudar esta e outras tecnologias. 

“Nosso objetivo é fomentar a pesquisa de ponta. No DI já temos uma pesquisa de nível mundial, mas queremos chegar ao nível máximo que a gente conseguir. Para isso estamos tentando conseguir equipamento, temos a parceria com a Fundação Behring e estamos tentando também trazer outras empresas. Aqui no Brasil temos muito potencial, temos alunos brilhantes, e precisamos desenvolver mais nessas tecnologias novas, nas quais vários países estão investindo muito pesado”, avaliou. 

Durante a live, o professor convidou interessados em “ajudar a construir a história da IA no Brasil” para que conheçam o laboratório.

Durante o doutorado em Ciências da Computação na PUCRS, onde também se tornou mestre, Wehermann integrou um dos grupos pioneiros de pesquisa em Inteligência Artificial do Brasil, o que, contou ele, não veio sem desafios. 

“No começo não tinha ninguém que fizesse pesquisa na área na universidade e na região, e tinha pouquíssimos brasileiros começando a tentar entender isso. Pesquisar deep learning na época era uma coisa que só grandes universidades conseguiam, porque precisava de muitos equipamentos, como placa de vídeo. Sabíamos que era um conteúdo extremamente complexo”, lembra.

Procurando manter “um pé na academia e outro na indústria”, Wehrmann contou ainda que atuou em diversas empresas e startups ao longo de sua trajetória profissional, como a Kunumi, e acredita que essa troca é profícua para ambos os lados. “Gosto da academia pura, mas gosto muito de aplicar e tentar resolver algum problema do mundo real com as ferramentas. Acho um pecado que tamanha tecnologia fique só na academia. Tanto que tento sempre fazer essa ponte, envolver empresas nos projetos de pesquisa com algum tipo de bolsa ou estágio”, conta. 

No comando do papo, a professora Noemi Rodriguez acrescentou que o DI é o lugar ideal para quem aprecia esse tipo de equilíbrio. “A PUCRS tem muito essa alma e agora você veio para outro lugar que acho que você vai gostar também, que tem muito essa alma de interação com a indústria”, disse.

Para concluir a conversa, o Wehrmann alertou que ter uma sólida base matemática é fundamental para desenvolver sistemas de IA. “Você tem que conhecer bem aquilo que você está usando. Baixar um modelo da internet, apertar play e aplicar em algum lugar é extremamente perigoso. A área tem muitas armadilhas.” 

Reconhecendo que ler o conteúdo matemático nos livros pode ser intimidante, ele indicou que estudiosos do tema que encontram dificuldade nessa área recorram a formas mais visuais de explicação. “Ler aquilo em um livro pode ser assustador por causa do formalismo. Mas esse normalmente representa coisas que são super simples. Quando você vê aquilo, tudo faz sentido e não é tão complicado”, concluiu.



Defesa de Tese de Doutorado: On the Processing of Course Survey Comments in Higher Education Institutions
sexta-feira, 29 de outubro de 2021 às 11:18

Autor: Autor: Haydée Guillot Jiménez

Orientador: Marco Antonio Casanova

Data e Hora: 05/11/2021 às 11:00



‘Quanto mais você entende do problema, melhor será a solução’
terça-feira, 26 de outubro de 2021 às 12:37

A professora Noemi Rodriguez, coordenadora da graduação, e o empresário e ex-aluno do DI João Magalhães

Diretor de tecnologia da Minds at Work, ex-aluno do DI João Magalhães participou de live da graduação; conversa está disponível no YouTube

De estágios em laboratórios e incubadoras a monitorias e iniciação científica, a experiência como estudante do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio foi determinante para a carreira do empresário João Magalhães, que hoje é diretor de tecnologia da Minds at Work e dono de uma série de empresas da área. O ex-aluno de Engenharia de Computação conversou com a professora Noemi Rodriguez, coordenadora da graduação, na quinta-feira (21). O papo está disponível na íntegra no canal do DI no YouTube (youtube.com/dipucrio).

“Nos estágios da PUC tive a oportunidade de desenvolver sistemas que depois serviram de base para a criação das nossas empresas. Hoje eu consigo ver como as tecnologias com as quais a gente trabalhava nessa época cresceram, se desenvolveram e hoje são um pouco a base para o comércio eletrônico atual”, contou o engenheiro, que também tem empresas com foco em desenvolvimento de software, logística, simulação, gestão de frotas e monitoramento de integridade de estruturas onshore e offshore. 

Um dos projetos que Magalhães desenvolveu no DI foi o classificador de documentos. O trabalho começou na graduação e foi tema da dissertação de Mestrado. O resultado foi uma espécie de crawler, que varria um conjunto de sites em busca de notícias de temas que pudessem interessar clientes. A ferramenta serviu também para que Magalhães, que também cursou o Doutorado no DI, abrisse sua primeira empresa, a Superclip. 

“Foi a primeira experiência que eu tive de desenvolvimento de um produto que tentamos levar para o mercado. Não deu muito certo, mas foi legal porque a experiência ficou”, contou o empresário, que até hoje é também pesquisador na PUC-Rio e orienta trabalhos de alunos. 

O know how foi tanto que, na mesma época, ele fundou outra empresa, a Minds at Work, que então se dedicava ao desenvolvimento de softwares. Hoje ele é o diretor de tecnologia da companhia. 

Antes disso, Magalhães também fez iniciação científica em Física, em estudos de eletromagnetismo. Lá, ele desenvolveu uma espécie de modelagem do coração para tentar detectar arritmias cardíacas. O ex-aluno do DI também deu monitorias de cálculo e trabalhou no Centro de Estudos em Telecomunicações (Cetuc) da PUC-Rio durante o segundo ano de Engenharia de Computação. Dali, nasceu a empresa incubada Pipeway, hoje uma multinacional brasileira. 

“Sempre gostei muito de Engenharia de Software, é o que eu mais gosto de fazer. Adoro projetar softwares, fazer o design, pensar como vai ser o relacionamento dos componentes”, revelou ele durante a live. 

À professora Noemi Rodriguez, o ex-aluno explicou os sistemas de missão crítica, área na qual ele vem atuando desde o início de sua carreira. “São sistemas que, idealmente, não podem falhar, ou, caso falhem, têm que fazê-lo de forma controlada, para não causar perdas, em um estado seguro”, ensinou o empresário, que falou com os participantes sobre a aplicação de técnicas e metodologias de desenvolvimento de software nesse setor, além de dar dicas valiosas para quem dá os primeiros passos no mercado. 

“A computação é uma “atividade meio”. A menos que você desenvolva um compilador ou um ambiente de desenvolvimento, você vai trabalhar para resolver o problema de alguém. Então, é uma área em que, quanto mais você entende do problema que você vai resolver, melhor é a solução que você vai dar para esse problema. É a famosa engenharia de requisitos”, resumiu. “Eu acho que a fórmula que funcionou para mim foi sempre conseguir aliar pessoas e projetos bem interessantes e o desejo de desenvolver coisas novas com a programação, o desenvolvimento e a engenharia de software”.



Pesquisadores do DI publicam artigo no VLDB 2022
segunda-feira, 25 de outubro de 2021 às 13:26

O ex-aluno de Mestrado do DI Rodrigo Laigner e o professor do Departamento Marcos Kalinowski

Trabalho sobre Gestão de Dados em Microsserviços feito em parceria com a University of  Copenhagen é aceito na principal conferência da área de banco de dados do mundo; ‘Contam-se nos dedos os cientistas brasileiros que publicaram no VLDB’, diz Kalinowski

Aceito em uma das principais conferências da área de computação – a Conference on Very Large Data Bases (VLDB) -, o ex-aluno de mestrado do DI Rodrigo Laigner vai apresentar trabalho sobre microsserviços que realizou em parceria com pesquisadores da University of Copenhagen, na Dinamarca, e do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio. O evento acontece em 2022 em Sidney, na Austrália.

O artigo que será apresentado por Laigner, Data Management in Microservices: State of the Practice, Challenges, and Research Directions, publicado nos Proceedings of the VLDB Endowment (vol.14 no.3, Novembro de 2021), é assinado também por Yongluan Zhou, Marcos Antonio Vaz Salles e Yijian Liu, todos da University of Copenhagen, e pelo professor do DI Marcos Kalinowski.

Microsserviços são uma abordagem de design de software onde componentes fracamente acoplados se comunicam por meio de mensagens. Cada componente, por sua natureza autônoma, gerencia seu próprio estado e fornece uma funcionalidade específica da aplicação. De acordo com Laigner, o trabalho buscou explorar práticas da adoção desses microsserviços a partir de uma perspectiva de gerência de dados. 

“Buscamos entender as maiores dores dos desenvolvedores ao lidar com gerência de dados. Fomos surpreendidos pelos achados, uma vez que detectamos que os microsserviços centrados em dados muitas vezes acabam dependendo de funcionalidades e dados providos por outros microsserviços, adicionando um acoplamento funcional entre eles”, disse. O trabalho foi concluído apontando um conjunto de direções de pesquisa para a comunidade científica relacionadas com a gestão de dados em arquiteturas baseadas em microsserviços.

Hoje cursando doutorado na University of Copenhagen, Laigner destaca a importância da base que recebeu durante o mestrado no DI para realizar o trabalho e alcançar um resultado desta importância. “A essência da metodologia científica aplicada no trabalho foi assimilada durante o mestrado, e a metodologia do artigo foi definida em colaboração com o meu orientador de mestrado no DI, o professor Marcos Kalinowski”, contou. 

Já Kalinowski destacou os méritos do orientado. “O Rodrigo e toda a equipe estão de parabéns! Rodrigo mostrou características de um grande pesquisador, buscou uma publicação de impacto e foi resiliente, gerou um resultado de fato importante para a ciência brasileira na área de computação. Contam-se nos dedos os cientistas brasileiros que publicaram no VLDB. A contribuição em si tem extrema relevância prática para a área de TI e é norteadora para a comunidade científica. O potencial de citações deste trabalho é enorme”, resumiu o professor.



Aluno do DI recebe prêmio de melhor artigo no SBLP
sexta-feira, 22 de outubro de 2021 às 18:16

O professor do DI Roberto Ierusalimschy (esq.) e o doutorando Hugo Gualandi

Trabalho apresentou estudo sobre linguagem desenvolvida no Departamento

Das interfaces que usamos em nosso dia a dia até o entretenimento dos videogames, as linguagens de programação estão em todos os lugares. Foi nessa área em que o doutorando do Departamento de Informática (DI) Hugo Gualandi se destacou no último Simpósio Brasileiro de Linguagens de Programação (SBLP). O artigo “Pallene: A companion language for Lua”, escrito em parceria com o professor do DI Roberto Ierusalimschy, foi selecionado como vencedor do prêmio de melhor trabalho científico. 

De acordo com Gualandi, o artigo, que trata sobre a linguagem Pallene, uma ferramenta complementar a Lua, desenvolvida no Departamento, surgiu por acaso. 

“Uma coisa interessante desse trabalho é que ele aconteceu quase sem querer. Estávamos trabalhando no projeto principal, o compilador para a linguagem Pallene. Mas encontramos um problema: a comparação de desempenho que podíamos fazer era contra um interpretador, não com outro compilador. Assim, não ficava claro quanto do ganho de desempenho de Pallene era devido aos fatores únicos dessa linguagem e quanto poderia ser obtido por um compilador ‘qualquer'”, disse. 

A partir desse problema, os pesquisadores resolveram construir um compilador para conseguir demonstrar como uma abordagem simplificada pode ser capaz de garantir um bom desempenho desse processo.

No artigo, a dupla descreve a performance do compilador e o passo-a-passo da sua construção. O objetivo final, de acordo com o aluno, foi também divulgar essa metodologia para outras linguagens de programação. “Esperamos que isso incentive outros pesquisadores a reproduzir essa abordagem para outras linguagens de programação, além de Lua e Pallene”. 

O prêmio marca mais uma conquista para a produção científica do DI. Gualandi também comenta que o reconhecimento incentiva pesquisadores a seguirem com seus trabalhos. “Fiquei muito honrado. Quando o ponto forte de um trabalho é a elegância e simplicidade, nem sempre esse reconhecimento acontece. Agora sigo em frente ainda mais incentivado a enfrentar os próximos desafios”, disse.



Conexão Rio-Campinas debate consciência e inteligência
quarta-feira, 20 de outubro de 2021 às 16:01

Projeto recebe britânico David Gamez, autor de ‘Human and Machine Consciousness’

A conexão entre inteligência e consciência tanto de sistemas naturais quanto dos artificiais ainda é um aspecto difícil de medir. Mas há ferramentas para isso sendo criadas, e uma delas será apresentada na próxima palestra do Conexão Rio-Campinas, parceria entre o Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio e o Instituto de Computação (IC) da Universidade de Campinas (Unicamp) que promove debates e intercâmbios de conhecimento em Computação e Tecnologias. 

Na próxima quarta-feira (27), às 18h, o pesquisador britânico David Gamez, professor do Departamento de Ciência da Computação da Middlesex University, fará a palestra “Natural and Artificial Intelligence: Natural and Artificial Consciousness”. A transmissão será pela plataforma Zoom. As inscrições podem ser feitas neste link.

Autor do livro “Human and Machine Consciousness”, que apresentou ao mundo uma base inédita para pesquisas sobre o tema, Gamez estuda as relações entre a inteligência artificial e a consciência de máquinas, o que frequentemente esbarra em dilemas filosóficos. Para superar essas barreiras, o pesquisador britânico criou novas ferramentas tecnológicas e modelos que apresentará na palestra virtual.

Nela, Gamez mostrará o algoritmo desenvolvido por ele próprio e que consegue executar uma espécie de medição universal da inteligência, um aspecto para o qual ainda é difícil criar previsões exatas por conta das muitas variáveis consideradas para determinar o que é inteligente o que não, segundo o pesquisador. 

O britânico também criou uma nova forma de medir e prever comportamentos no campo da consciência, tanto a natural quanto a das máquinas, a partir de uma série de definições que ele desenvolveu e apresentará na palestra. A ferramenta, segundo Gae¡mez, pode ajudar a que pesquisadores identifiquem relações exatas e matemáticas na medição da consciência. 

Dessa forma, Gamez abre uma nova perspectiva para passos mais precisos e confiáveis na identificação de conexões entre a inteligência artificial e a consciência das máquinas.



Laigner recebe prêmio de dissertação em Engenharia de Software
segunda-feira, 11 de outubro de 2021 às 10:00

Trabalho realizado durante mestrado explorou nichos da engenharia de software

Os professores Leonardo Murta (UFF), Alessandro Garcia (PUC-Rio), o aluno Rodrigo Laigner e o coordenador da pós graduação Marcos Kalinowski (PUC-Rio)

Mais um reconhecimento para a qualidade das pesquisas do Departamento de Informática (DI)! Rodrigo Laigner, mestre pelo DI com orientação do coordenador da pós-graduação, Marcos Kalinowski, recebeu o prêmio de segunda melhor dissertação do país na área de engenharia de software. O trabalho se destacou por sua originalidade e robustez científica.

De acordo com Laigner, o assunto da pesquisa surgiu por acaso enquanto cursava uma disciplina lecionada pelo professor do DI Alessandro Garcia. Laigner optou por explorar um nicho ainda pouco desenvolvido em sua área.

“Propus um catálogo de más práticas no uso de uma técnica de engenharia de software que busca prover maior modularidade à aplicação. Em suma, o grau de modularidade de um software está intimamente ligado à capacidade de adaptá-lo a novas funcionalidades. A partir disso, o professor Kalinowski teve o mérito de enxergar no trabalho um aspecto de novidade, o que chamamos na academia de ‘novelty’. Isto é, nenhum ou poucos trabalhos realizados até então propuseram algo parecido”, contou.

O aluno também destacou que o trabalho do orientador foi essencial para garantir um olhar holístico e identificar as características diferenciais do projeto. “Ao longo da orientação, o catálogo foi sendo aprimorado de maneira incremental por meio do emprego de diferentes métodos para validar sua relevância prática, corretude e utilidade.”

Hoje doutorando na Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, Laigner acrescenta que os diferenciais do mestrado no Departamento garantiram os bons resultados encontrados. “A premiação recebida é a cereja do bolo e obviamente fico muito feliz com o reconhecimento. Minha opção pelo mestrado na PUC-Rio foi justamente buscar resultados de pesquisa relevantes e esse objetivo foi alcançado”, concluiu.

 



Ex-aluna do DI fala sobre carreira internacional em live
sexta-feira, 8 de outubro de 2021 às 13:37

Marina Leão contou como a graduação em Ciência da Computação a ajudou em sua trajetória no exterior

A coordenadora de graduação Noemi Rodriguez e a ex-aluna Marina Leão

“Eu pensei em cursar design, mas depois fui atrás de Ciência da Computação. Achei que poderia fazer animações sabendo programar. Quando entrei na PUC não sabia o que era sequer uma linha de código”. Interessada em animação, Marina Leão pensou que seu caminho seria nas artes. Ao perceber a importância da programação, entrou no Departamento de Informática (DI) e construiu uma carreira de sucesso no exterior.

A ex-aluna participou, nesta quinta-feira (7), da live da graduação do DI com a professora Noemi Rodriguez, coordenadora da graduação, e compartilhou um pouco das suas experiências fora do país. Durante o curso de Ciência da Computação, Marina passou um ano na New York University através do programa Ciências Sem Fronteiras, além de concluir um estágio de verão na Google, na Califórnia, por conta de uma parceria da empresa e a PUC-Rio.

“Foi muito diferente da minha realidade no Brasil. Falando da vida acadêmica, eu me senti muito bem preparada baseada nas aulas que eu tive na PUC. Consegui seguir as aulas direitinho. Não tive dificuldades”, disse.

Depois de concluir a graduação no DI, Marina partiu para um mestrado duplo na Europa, estudando um ano na Universidade Técnica de Berlim, e outro na Universidade Pierre et Marie Curie em Paris.

Buscando se especializar ainda mais, a ex-aluna decidiu aplicar para um novo mestrado, desta vez em interação humano-computador, na Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos. “Depois de me formar ainda estava meio perdida. Eu sabia que gostava de algoritmos, mas também sabia que gostava de design. Esses mestrados na Europa eram bem técnicos, mas uma das aulas obrigatórias era em UX. Aquilo foi o suficiente para me interessar”.

UX, ou user experience, é uma área da computação que une design ao raciocínio lógico. Um designer de UX trabalha principalmente com desenho de interfaces, tornando-as mais simples e agradáveis para o usuário.

Depois de se formar no seu segundo mestrado, Marina foi contratada pela Bloomberg, uma empresa de tecnologia e dados para o mercado financeiro, onde trabalha há três anos. A ex-aluna concluiu a live com um conselho para os que aspiram a uma carreira no exterior. “Para quem tem interesse em trabalhar fora, o inglês é muito importante. Não digo um inglês perfeito, aqui é cheio de estrangeiros, as pessoas falam com sotaque! Mas uma coisa essencial é o CR, o coeficiente de rendimento. Notas boas são uma moeda de troca”, concluiu.

Se você perdeu esse encontro, pode assistir à live na íntegra no canal do YouTube do DI (youtube.com/dipucrio). Para ficar ligado em futuros eventos, inscreva-se e ative as notificações!



Brad Templeton discute os impactos de carros autônomos na vida urbana
sexta-feira, 8 de outubro de 2021 às 10:23

Palestra da parceria Conexão Rio-Campinas traz um dos pesquisadores mais conceituados na área de veículos autônomos e transportes

Carro autônomo da empresa Waymo, um dos modelos apresentados pelo pesquisador na live. Foto: Divulgação

Carros ainda não são computadores, mas estão cada vez mais próximos disso. Na mais recente live da parceria Conexão Rio-Campinas nesta quarta-feira (6), o canadense Brad Templeton deu uma palestra sobre o futuro dessa tecnologia e o que a próxima revolução dos transportes deve trazer para a vida nas cidades. A “Conexão”, uma iniciativa de parceria entre o Departamento de Informática (DI) e o Instituto de Computação da Unicamp (IC), visa divulgar o que há de mais novo no mundo da informática através de encontros com pesquisadores na área.

Com uma longa trajetória no desenvolvimento de veículos autônomos, passando por empresas como Google e Waymo, o pesquisador compartilhou novas descobertas, projetos inéditos e sua larga experiência feitas ao longo da carreira. Templeton introduziu a palestra discutindo uma tendência da computação: A Lei de Moore. De acordo com esse princípio, o número de transistores em um circuito integrado (CI) dobra a cada dois anos, fazendo com que os processadores aumentem a sua capacidade exponencialmente, e o preço até caia. “Esse princípio se aplica a quase todas as tecnologias, e com carros não é diferente”, disse.

Pondo em perspectiva o impacto do uso de veículos nas cidades, o pesquisador apresentou dados que exibem os riscos ligados à condução por humanos. Em todo o mundo, 1,3 milhão de pessoas morrem em acidentes de carro todos os anos. Esse cenário implica em um custo de 871 bilhões de dólares só nos Estados Unidos. Além do custo humano, Templeton também destacou o enorme impacto ambiental desses veículos. Segundo ele, são 8 bilhões de toneladas de gás carbônico lançados na atmosfera diariamente.

Hoje, embora empresas como a Amazon e Baidu estejam à frente do desenvolvimento de veículos autônomos, a implementação em massa dessa tecnologia ainda não está de fato ocorrendo. “A Tesla, por exemplo, não tem um carro totalmente autônomo, mas conta com opções de piloto automático para a semi-autonomia. Essa função ainda depende da atenção do motorista. Se não prestar atenção na via, acidentes ainda podem acontecer”, completou Templeton.

Brad Templeton. Foto: Reprodução

Buscando mudar esse cenário, a Google tem implementado um modelo de testes em uma cidade no subúrbio de Phoenix, capital do estado norte-americano do Arizona. Lá, carros totalmente autônomos, sem presença de controle por parte de um motorista ou membro da empresa, podem ser solicitados através de um aplicativo. Segundo Templeton, esse teste nunca apresentou uma única falha ou acidente. “O futuro da mobilidade pode garantir um ambiente de trabalho portátil. Sem motorista, podemos ter assentos vis-a-vis para outras pessoas e transformar uma frota de carros em uma espécie de ‘nuvem de veículos’, que são entregues por demanda, onde e quando for necessário. Esses veículos ainda se recarregam e estacionam sozinhos”, declarou. E o passageiro nem tem que se preocupar com a manutenção, a limpeza ou combustível, além de poder se ocupar com outras coisas enquanto é transportado”.

O pesquisador também explicou que essa autonomia não se aplica só a carros, mas também a aviões e pequenos veículos aéreos. Templeton destacou que em São Paulo, uma das cidades do mundo com maior uso de helicópteros particulares para driblar o trânsito, os veículos aéreos autônomos seriam capazes de transportar um número considerável de pessoas e portanto seriam uma boa solução para redução de tráfego nas vias terrestres.

“O propósito de toda uma cidade é o transporte. Você quer que as viagens sejam mais curtas para conseguir encontrar e se relacionar com outras pessoas, para chegar rápido e confortavelmente a lugares. Frisou ainda, que as cidades sempre se transformam muito com novos os tipos de transportes. No século XVIII, foram os carros, que permitiram a criação de bairros residenciais nos subúrbios. Então, com frotas de carros autônomos e “sob demanda” certamente  outras mudanças profundas deverão acontecer. A própria dinâmica do mercado de imóveis também pode ser modificada. “Nos Estados Unidos, dizemos que o valor de propriedades depende de três coisas: local, local e local. Com as transformações dos transportes, isso também vai mudar.” Eu realmente espero que, no futuro, os estacionamentos virem parques”, disse.

Ao concluir a sua fala, Templeton abriu espaço para um bate-papo de perguntas e respostas com os participantes. Respondendo questionamentos sobre as falhas atuais de transportes autônomos, o pesquisador não mediu ressalvas ao falar dos riscos que ainda existem. “Computadores são bons em muitas coisas, mas humanos ainda são melhores em prever situações e agir conforme o cenário demanda. Se uma pessoa comete um erro e toma uma multa, não há garantias de que ela não vá fazer isso de novo. Mas o robô, se ele leva uma única multa, ele nunca mais fará isso. E melhor, todos os veículos autônomos daquela empresa também deixarão de cometer esse erro Eis uma vantagem que  uma atualização de um software traz. E perguntado se carros autônomos usam Inteligência Artificial Geral, afirmou que não. São capazes de aprender sim, mas coisas bem específicas, por exemplo reconhecer pedestres ou tomar decisões rápidas para evitar acidentes. “Mas humanos ainda têm uma enorme capacidade de abstração que a máquina não possui”, concluiu.

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