Por Dentro do DI: TecMF estuda validação de sistemas

Laboratório aposta em parcerias dentro e fora do Departamento para projetos científicos

 

Da aplicação de tecnologia formal para o desenvolvimento de softwares ao diálogo com professores de filosofia, passando por projetos industriais nas áreas de energia, óleo e gás. O perfil versátil faz parte do leque de atividades desenvolvidas pelo Laboratório de Métodos Formais (TecMF) do Departamento de Informática. Um dos 14 laboratórios do DI, o TecMF se dedica a pesquisar a aplicação da Teoria da Prova, Teoria das Categorias, Sistemas Lógicos, Prova Assistida de Teoremas em Ciência da Computação em geral, e, principalmente, validação de sistemas, modelos de computação e complexidade computacional.

Embora os campos de pesquisa sejam inovadores, o TecMF tem uma longa história. Fruto da remodelação de um antigo laboratório criado no início dos anos 1990, ele ganhou identidade própria ainda na virada do milênio, a partir de uma demanda acadêmica e unindo professores e estudantes da pós-graduação na criação de novos projetos científicos.

Das principais áreas do laboratório, a que mais se destaca no TecMF está relacionada aos estudos em desenvolvimento e aplicação de tecnologia formal. A formalização, nas palavras do coordenador do laboratório, o professor Edward Hermann, é um processo diligente. “É resolver problemas e desafios de forma que seja muito mais do que simplesmente solucioná-los. Não estamos interessados em só resolver, mas explicar por que e como o processo foi resolvido. É explicar, formalmente, e de maneira precisa”.

Para resolver esses quebra-cabeças, o TecMF conta com um apoio que pode ser um pouco inusitado para os não-familiarizados com o laboratório: o do Departamento de Filosofia. Em um campo onde as ciências exatas e as humanas se encontram, a colaboração se torna essencial.

Grupo do TecMF em encontro em centro de pesquisa da Uerj, em Ilha Grande

“Certos conceitos em computação têm paralelos muito grandes com ideias da filosofia analítica, da filosofia da linguagem e da filosofia da matemática. Usamos muitos conceitos traçados por filósofos como, por exemplo, o conceito de prova. O que você pode usar como prova? Isso é muito importante para comprovação de que uma prova está sendo bem aplicada. Precisamos dessas ideias da filosofia para não derrapar”, disse o professor.

Esse trabalho em comum não se limita às salas de aula. Aliando os estudos acadêmicos à prática, o laboratório conduz projetos industriais nas áreas de energia, óleo e gás, campos que tradicionalmente dependem de pesquisas científicas. Além desses, o TecMF já atuou em estudos relacionados à formalização de argumentação legal. Edward completa que, neste último, a cooperação foi decisiva. “Formalização é um processo empírico, mas é feito por seres humanos. Nós podemos ser auxiliados por robôs, mas é um processo humano. A interação indireta com a filosofia foi essencial para o projeto. Não teria ido para a frente sem esse aprendizado”, completou.

Além da parceria entre Departamentos, o TecMF também olha para dentro na hora de escolher quais os próximos passos a serem dados em suas pesquisas. Integrantes do laboratório vindos de outros países costumam trazer desafios ou questões abordadas no exterior com potencial para serem pesquisadas pelo TecMF. A partir dessas ideias, é iniciada a fase de pré-projeto, e os alunos podem escolher participar da pesquisa.

Grupo do TecMF apresenta trabalho em conferência em Lyon, na França

O laboratório mantém uma forte parceria com o Laboratório de Bioinformática e Banco de Dados (BioBD), coordenado pelo professor Sérgio Lifschitz. Juntos, os dois grupos mantêm trabalhos relacionados à modelagem. O TecMF também conta com uma parceria de longa data com o Telemídia, laboratório que trabalha com sistemas multimídia e hipermídia.

Hoje, participam do TecMF alunos em diferentes níveis de estudo da computação, desde a graduação até o pós-doutorado. Os estudantes de iniciação científica, que conduzem projetos próprios, são estimulados a participar dos seminários do laboratório, interagindo com aqueles que já têm uma carreira mais consolidada no mundo da informática.

Abraçando os mais diferentes projetos, fica evidente que a colaboração é a base dos trabalhos do TecMF. “Nós temos como princípio evitar de recusar desafios. Os desafios estão aí para a gente aprender com eles”, finalizou.

Por dentro do DI: LabLua usa criatividade para estudar linguagens

Alunos trabalham em conjunto para fazer manutenção da linguagem Lua, criada no DI

Professor Roberto Ierusalimschy, arquiteto-chefe da Lua

A linguagem de impacto mais importante já criada no Brasil tem uma casa própria dentro do Departamento de Informática (DI): o LabLua, o laboratório responsável pela manutenção da Lua, hoje uma das linguagens em script mais importantes da computação e criada pelo próprio DI. Marcado pela inovação, o LabLua é responsável também pelo estudo de linguagens de programação. Mas, embora as pesquisas do laboratório sejam pautadas pelos olhos no futuro, para entender as origens da Lua precisamos nos voltar para a década de 1990.

A Lua é uma linguagem de programação totalmente projetada, implementada e desenvolvida no DI. O projeto é fruto de um esforço conjunto da equipe composta pelos professores Roberto Ierusalimschy, Waldemar Celes e Luiz Henrique Figueiredo (Instituto de Matemática Pura e Aplicada). Nascida no Tecgraf, que na época ainda se chamava Grupo de Tecnologia em Computação Gráfica da PUC-Rio, a Lua teve suas origens em uma demanda de mercado.

“Lua foi desenvolvida totalmente com base em necessidade. De início, a linguagem não era nem uma ideia acadêmica. Em um dos vários projetos que tínhamos com a Petrobras, fomos consultados porque eles precisavam de uma linguagem de configuração para a execução de um projeto. Pesquisamos, mas não encontramos nada que servisse para os planos que tinham. Então partimos para criar a nossa própria linguagem”, conta o professor Roberto Ierusalimschy, arquiteto-chefe da Lua.

Nos anos 1990, enquanto o acesso público à internet dava seus primeiros passos no Brasil, os professores vislumbravam as possibilidades que uma linguagem leve, rápida, portátil e livre poderiam oferecer para a nova realidade da computação. Lançada como open source (código aberto), a Lua pode ser usada para qualquer objetivo, até mesmo para propósitos comerciais. Depois de fazer download, o usuário pode fazer uso da Lua para seu projeto de maneira rápida e simples, sem custo ou burocracia.

Professor Roberto Ierusalimschy no até então Grupo de Tecnologia em Computação Gráfica da PUC-Rio

A virada de milênio foi agitada. A popularização da linguagem levou a sua aplicação em uma série de jogos de grande destaque como Grim Fandango (1998), Tibia (1997) e Grand Chase (2003). Como reconhecimento da relevância do trabalho dos pesquisadores do Tecgraf, o grupo responsável pela manutenção da Lua ganhou seu próprio laboratório, o LabLua, em 2005.

A decisão de tornar Lua open source ainda na sua fase inicial foi significativa para sua divulgação. Hoje, é uma das linguagens em script mais utilizadas em jogos. Lua é utilizada em uma série de games “Triple A”, a classificação utilizada para designar os jogos com maiores orçamentos e níveis de produção. Dessa forma, títulos jogados por milhões de pessoas ao redor do globo expõem ao público um trabalho gerado pela pesquisa do DI.

World of Warcraft, um dos maiores RPGs (Role Playing Game) on-line da história, Angry Birds e Roblox são apenas alguns dos clássicos que dependem da Lua para funcionar. Inicialmente, não havia pretensões para voltar o desenvolvimento da linguagem especificamente para jogos. Entender o por que de Lua ser tão útil para construir games motivou o laboratório a fazer algo como uma espécie de engenharia reversa: estudar a execução, para entender a teoria.

“Existem casos onde desenvolvedores fazem alguma coisa e depois descobrimos o porquê de dar tão certo. Por vezes nós pensamos ‘como aquele jeito de fazer um processo tal ficou tão mais fácil’? A partir daí, partimos para os estudos acadêmicos. O usuário da linguagem contribuiu muito para seu aprimoramento”, disse Roberto.

Foto: Divulgação/Rovio

E não são apenas os gamers que têm contato diário com a linguagem. Lua também é usada em várias aplicações industriais, como Adobe Photoshop Lightroom, um dos softwares de edição de imagem mais populares do mundo.

O futuro, tão presente nos trabalhos do laboratório, ainda guarda muitas possibilidades para quem trabalha no LabLua. Assim como no contexto que motivou suas pesquisas no início dos anos 1990, o laboratório olha para o futuro para desenvolver novas iniciativas. Entre elas, está a linguagem Pallene.

A ideia por trás do plano é preencher um espaço deixado por Lua. Por ser uma linguagem com ênfase em scripting, ela atua, geralmente, em parceria em engines programados em C ou C++. Já a Pallene é uma linguagem em desenvolvimento com o objetivo de facilitar esse processo. Um detalhe curioso: Pallene é o nome de uma das luas de Saturno, e por isso faz sentido que as duas sejam chamadas de linguagens complementares.

Ainda assim, a Lua segue atual. A linguagem é a porta de entrada no mundo da programação para jovens ao redor do mundo. Recentemente, uma das plataformas que permite usuários criarem seus próprios jogos, a Roblox, convidou o professor Ierusalimschy para uma edição da reunião mensal da empresa idealizadora da plataforma. O encontro, chamado de “TownHall”, contou com a presença de todo corpo empresarial, além do próprio CEO.

Foto: Divulgação/Roblox Corporation

“A Roblox é interessante porque você pode fazer seus próprios jogos e disponibilizar para outros, então é muito utilizado por adolescentes. Um garoto de 14 anos escreveu um livro inteiro sobre programação em Lua para Roblox, ensinando a fazer joguinhos na plataforma. Existe um mundo de usuários em Lua, e muitas vezes eles nem sabem!”, completou Roberto.

O LabLua representa a vanguarda na pesquisa de linguagens de programação no cenário nacional. Desenvolvida inteiramente na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), o impacto da Lua no desenvolvimento de aplicações representa a internacionalização da pesquisa de qualidade proporcionada pelos cientistas do DI. O mundo de possibilidades que a criatividade, aliada à Lua, pode trazer, torna o futuro imprevisível. Mas uma coisa é certa: quem vislumbrou possibilidades lá atrás, hoje conta com a colaboração gigante de milhões de usuários que fazem da evolução das linguagens de programação algo possível.

Por Dentro do DI: Galgos aposta na interdisciplinaridade para inovar

Da esquerda para direita: Artur Pessoa, Eduardo Uchôa, ex-alunos do DI, Marcus Poggi e Dan Bienstock, editor do periódico Mathematical Programming.

Interdisciplinaridade e inovação. São dois termos atuais e importantes na busca por conhecimento. E é apostando nesses dois pontos que o Galgos opera no desenvolvimento e aplicação de métodos algorítmicos para o manuseio e análise de grandes volumes de dados. O laboratório é um dos Núcleos de Inovação Tecnológica do Departamento de Informática, e é o tema do “Por Dentro do DI” de hoje.

Coordenado pelo professor Marcus Poggi, que tem como área principal de atuação a Ciência da Computação com ênfase em Teoria Computacional e Otimização e Raciocínio Automático, o Galgos trabalha com técnicas clássicas de design de algoritmos, técnicas de programação matemática e técnicas de aprendizagem de máquinas.

“Muita coisa que o Galgos faz está na fronteira. Nosso laboratório não é vertical. O Galgos abraçou a interdisciplinaridade porque trabalhamos em áreas bem diferentes.” afirma Poggi.

Graduandos, mestrandos e doutorandos, mesmo em fases muito diferentes da trajetória acadêmica, são expostos ao mesmo ambiente de inovação. De acordo com Georges Spyrides, que faz parte do Galgos, o contato com outras áreas foi crucial em sua experiência como mestrando e doutorando no DI.

“O que é legal no laboratório é a rotina de almoços e conversas que te expoem a temas diferentes. Fiz muitas amizades com outras pessoas e mesmo tendo como tema específico no doutorado o Process Mining, não deixei de aprender outras coisas. O doutorado tem essa coisa de te transformar em um especialista em algo específico, mas o Galgos me deu essa chance de ampliar horizontes para outras coisas, me transformar em um profissional mais completo”, afirma Spyrides.

Poggi lembra que o Galgos, que na época ainda se chamava ATD-LAB, começou com um esforço conjunto dele e dos professores do DI Hélio Lopes e Eduardo Laber. E destaca que a colaboração entre a equipe está no DNA do laboratório. “Eu, o Hélio e o Laber fizemos esse grupo e logo chegaram outros para colaborar. Desde que o Galgos surgiu, já existia essa coisa da parceria mesmo. Os alunos querem aprender e interagem bastante entre si, desde a graduação”, aponta Poggi.

Alunos do Galgos e de outros laboratórios reunidos Foto: Arquivo Pessoal

Pelo fato de o Galgos ser um laboratório com grande diversidade de áreas de atuação, existe também a colaboração com outros laboratórios. Entre eles se destacam o ExACTa, uma iniciativa de experimentação ágil e cocriação para transformação digital, e o Laboratory for Advanced Collaboration (LAC), que desenvolve softwares para redes móveis, Internet das Coisas e ambientes de computação pervasiva.

Parcerias com o setor produtivo

O Galgos também produz inovação em parcerias com empresas. O projeto PRONAV (patrocinado pela Petrobras) estuda algoritmos para gerar a movimentação dos produtos claros e escuros ao longo da costa do Brasil; enquanto o projeto RC (em parceria com a FAST-SearchandTransfer) visa a extração automática de conteúdo relevante de páginas Web.

A possibilidade de participar de grandes projetos com o setor produtivo é outro ponto ressaltado por Spyrides. “Uma coisa que impressiona no DI, na pós como um todo, é a liberdade. Agora, você é responsável pela sua própria trajetória. O acesso ao professor se torna muito mais pessoal. Por isso, conseguimos articular esses projetos”, conta.

O trabalho do laboratório também recebe reconhecimento internacional. Em 2017, o ex-aluno de doutorado do DI Eduardo Uchoa, que fez parte do Galgos, recebeu o prêmio de melhor artigo científico no International Symposium on Mathematical Programming, junto com Artur Pessoa, também aluno do departamento.

A qualidade das pesquisas produzidas pelo Galgos também pode ser constatada pelas publicações em veículos científicos relevantes, como ACM TOIS, SICOMP, Mathematical Programming, ACM TALG, WWW, IPCO, dentre outros.

 

Por Dentro do DI: ICAD/VisionLab atua com games e entretenimento digital

Estande do ICAD/VisionLab no evento “PUC por um dia” de 2017. Foto: Divulgação

Trabalho do laboratório, o primeiro do DI, também inclui efeitos visuais e storytelling interativo

Jogos, efeitos visuais (VFX), realidade estendida, gamificação e entretenimento digital são alguns dos conceitos que fazem parte do dia a dia do ICAD/VisionLab, o laboratório de Visualização, TV/Cinema Digitais e Jogos do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio. A proposta deste Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), o primeiro criado no departamento, em 1989, é trabalhar pesquisa e desenvolvimento promovendo a inovação a partir da convergência da visualização, simulação e narratologia computacional.

Coordenado pelo professor e fundador Bruno Feijó, o laboratório é pioneiro na América Latina em pesquisa em storytelling interativo, data storytelling e narratologia computacional. Além disso, cria jogos independentes para testar novos modelos de montagem de equipes e processos para a indústria. O entretenimento digital é hoje o chamariz do grupo de pesquisadores. Não por acaso, a relação com a computação gráfica vem de muitos anos.

Quando de sua fundação, o ICAD, à época parcialmente financiado pela Faperj, já tinha essa vertente. “O laboratório utilizava conceitos de Inteligência Artificial para os desenhos de CAD (Computer-Aided Design), e sempre foi muito focado na parte de computação gráfica”, explica o professor Augusto Baffa, líder de pesquisa do ICAD/VisionLab. Ele destaca ainda que o DI foi o primeiro do Brasil a implantar um programa de pesquisa na área de CAD e animação por computador. 

Foi a partir de 1997 que o ICAD deu início a experimentos com jogos e efeitos visuais para TV. Começava, assim, uma longa contribuição científica para a área de jogos e simulações. Em 2002, o ICAD auxiliou a Finep no projeto de um novo centro de pesquisa e desenvolvimento na área de imagens digitais. Um ano depois, era criado o grupo de pesquisa no DI VisionLab, cuja missão era tornar o Brasil um player internacional na área de visualização e entretenimento digital. 

Professor Bruno Feijó. Foto: Divulgação

O DI foi mais uma vez pioneiro ao ser o primeiro do país a realizar pesquisas acadêmicas nas áreas de estudos de jogos e produção de conteúdo digital. Criou-se um novo modelo, alinhado a uma política industrial governamental induzida pela Finep. Foi daí que surgiu a Rede Brasileira de Visualização (RBV), que integrou P&D em visualização em diversos setores estratégicos, como TV digital e cinema, games, energia e manufatura. Após o fim da parceria com a RBV, em 2008, os grupos se juntaram e deram origem ao nome atual do laboratório.

Projetos e conquistas

Ao longo de sua história, o ICAD/VisionLab fez parcerias de peso. Colaborou em projetos da TV Globo e do instituto Oi Futuro; com este, na criação de um centro de educação em mídias digitais denominado NAVE, voltado para escolas públicas técnicas de ensino médio. “Nós sempre tivemos uma grande preocupação social. Por isso, o laboratório dedicou muito esforço e recursos para ações educacionais, como a parceria com o Oi Futuro”, disse Feijó.

Entre os games desenvolvidos no ICAD/VisionLab, destaca-se o Spookyard, jogo multiplayer com dinâmicas diferentes e competitivas, que ajudou o laboratório a conquistar o 2º lugar na feira de exposição de jogos do Congresso SBGames 2017. Trata-se do maior evento acadêmico da América Latina na área de Jogos e Entretenimento Digital.

Também no SBGames, mas na edição de 2020, o aluno do DI e integrante do laboratório Felipe Holanda Bezerra ganhou o primeiro lugar na categoria “sound design” pelo trabalho na trilha sonora do jogo Rythenia, desenvolvido por ele.

Você pode assistir ao trailer do Spookyard, do Rythenia e de outros jogos desenvolvidos dentro do ICAD/VisionLab no canal do YouTube do laboratório. Lá, também está disponível um documentário com a história do Spookyard. 

Atualmente, o ICAD/VisionLab tem dezenas de colaboradores, entre pesquisadores e alunos de graduação, mestrado e doutorado. São quatro grupos de pesquisa: Jogos, VFX e Animação,  Multimídia e Educação e Storytelling Interativo. Neste último, Feijó trabalha em conjunto com o professor emérito Antônio Furtado, também fundador, e conta com apoio do professor Baffa e do pesquisador Edirlei Soares de Lima. “Estamos estudando um novo conceito chamado data storytelling, que traz a interação entre a transmissão de dados e a narrativa, o storytelling”, disse Feijó.

Um dos produtos do grupo é o Logtell, projeto de pesquisa no campo da narrativa interativa que visa ao desenvolvimento de ferramentas integradas para gerenciar a geração e representação de histórias interativas dinâmicas.

Professor Augusto Baffa (na fileira do meio à direita) com grupo do laboratório. Foto: Arquivo pessoal

Ajudar na formação de profissionais versáteis é uma das missões de Feijó à frente do laboratório. “Procuro capacitar os alunos a desenvolverem projetos e novas técnicas, dando liberdade para eles. Acho essa uma forma disruptiva de educação”, diz. 

O mestrando Luís Fernando Bicalho trabalhou no desenvolvimento do Spookyard durante a graduação. Hoje, realiza trabalhos voltados à pesquisa no ICAD/VisionLab. Ele também auxilia as aulas da disciplina de Introdução à Engenharia da Computação, e tem incentivado alunos na criação de jogos digitais. “Levo a bagagem do laboratório para a sala de aula. Desenvolvi a didática com a troca de experiências no ICAD/VisionLab”, conta. 

Se você tem interesse em saber mais sobre o trabalho do ICAD/VisionLab, pode entrar em contato pelo e-mail coord@icad.puc-rio.br

Por Dentro do DI: IDEIAS-SERG une IHC com engenharia semiótica

Foto: Pixabay

Laboratório nasceu da parceria entre os dois grupos de pesquisa, e se destaca pela sua atuação e pela união com demais NITs do DI

Produzir tecnologia e contribuir para a sociedade. Esse é o objetivo do IDEIAS-SERG, laboratório de pesquisa e desenvolvimento multidisciplinar do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio. O laboratório é coordenado pelas professoras Simone D.J. Barbosa e Clarisse Sieckenius de Souza e realiza pesquisa nas áreas de Semiótica, Visualização de Informação e Visual Analytics, Desenvolvimento por Usuários Finais e Computação Centrada em Humanos.

Fundado em 2019, o IDEIAS-SERG nasceu da junção de dois grupos que já existiam no departamento: o IDEIAS, fundado em 2010, e o SERG (Semiotic Engineering Research Group), fundado em 1996. O IDEIAS, então coordenado por Simone, nasceu da necessidade de possibilitar pesquisas e trabalhos em Interação Humano-Computador (IHC). Já o SERG, supervisionado por Clarisse, tinha o objetivo de estudar semiótica computacional. Foi pioneiro no desenvolvimento de pesquisas em engenharia semiótica e se tornou um centro de referência internacional na área. 

Mas como os grupos se juntaram? De acordo com Simone, os seus trabalhos tinham o mesmo objetivo: de contribuir para a sociedade através da tecnologia. Além disso, a professora contou que, por causa da sua própria formação, a engenharia semiótica contribuía para todos os seus trabalhos em IHC. “Houve essa junção por causa da afinidade dos temas e dos objetivos de melhorar a vida das pessoas”, disse. 

Simone Diniz Junqueira Barbosa

Professora Simone D. J. Barbosa. Foto: Divulgação

E essa foi uma união de peso. Tanto o IDEIAS quanto o SERG titularam mestres e doutores e receberam prêmios. Os pesquisadores sênior do SERG, por exemplo, receberam duas distinções da Association for Computing Machinery (ACM). Em particular, Clarisse se tornou membro do ACM SIGCHI Academy, grupo de pesquisadores ilustres da área. Tanto Clarisse como Simone receberam o prêmio internacional IFIP TC13 Pioneer e o prêmio nacional Carreira de Destaque em IHC (CEIHC-SBC), prêmios esses dedicados a pesquisadores que muito contribuíram para a área de IHC.

Parcerias e projetos

O IDEIAS-SERG tem tido projetos em parceria com outros laboratórios do DI — em particular, com daslab, ExACTa, LES, Tecgraf e Telemídia

De acordo com Simone, essa união ocorre quando um cliente procura um dos laboratórios para soluções em experiência do usuário (UX), forte do IDEIAS-SERG. Aliás, o termo “experiência do usuário” é muito utilizado na indústria, enquanto a sigla IHC é mais frequente na academia. 

“No final das contas, a gente pode dizer que entrega soluções em IHC/UX”, disse Simone.

A coordenadora do laboratório explicou como ocorrem os trabalhos em conjunto com os demais Núcleos de Inovação Tecnológica do DI.Essas parcerias se estabelecem quando os laboratórios identificam a necessidade de um trabalho mais aprofundado em IHC/UX em seus projetos, e nos convidam para colaborar.”

A cultura de colaboração dos laboratórios tem grande impacto no trabalho de todos os envolvidos. “Todos se ajudam em suas respectivas pesquisas, tirando vantagem das habilidades complementares da equipe”, disse o mestrando Gabriel Diniz Junqueira Barbosa, que atua no IDEIAS-SERG. 

Professora Clarisse de Souza. Foto: Divulgação

Além dos projetos em design e avaliação de interface do usuário desenvolvidos para diferentes tipos de indústria, desde óleo e gás até mídia, Simone destacou outra atuação do IDEIAS-SERG: os treinamentos e capacitação nessas áreas. De acordo com Simone, esses trabalhos trazem casos reais para o laboratório, e eles retribuem entregando resultados de pesquisa de ponta. “Todo mundo ganha”, comemorou.

Referência de dentro para fora

A atuação do IDEIAS-SERG é reconhecida nacional e internacionalmente, mas o seu prestígio nasceu dentro do próprio laboratório. Atualmente, conta com 23 colaboradores, além dos pesquisadores dos demais NITs do DI que também atuam em seus projetos. 

Um fato é unânime: os alunos exaltam os trabalhos realizados no laboratório e frisam a sua importância em suas trajetórias profissionais. Entre eles, está a pesquisadora Ariane Bueno, que está finalizando o doutorado em Informática e já conhece a professora Simone de longa data. “Ela é minha orientadora desde a graduação. Sempre que estive na PUC como aluna e participei dos projetos de pesquisa do IDEIAS-SERG, atuando como pesquisadora de IHC”, disse Ariane, que também atua no daslab com projetos de data science e visualização de dados. 

“Entre o mestrado e o doutorado, eu fiquei longe da PUC trabalhando exclusivamente na Petrobras como consultora de IHC. Tudo o que aprendi e desenvolvi no IDEIAS-SERG foi fundamental para a minha trajetória profissional. Porém, o mais importante é que me trouxe de volta à universidade para o doutorado, estabelecendo minha carreira como pesquisadora”, contou.

Já Gabriel ressaltou o valor de atuar em um grupo pioneiro na teoria de Engenharia Semiótica, sua área atual de pesquisa. “Estar no laboratório onde ela foi inventada e trabalhar com as pessoas que ajudaram a avançá-la é um privilégio enorme”, contou. 

Com relação ao seu trabalho, Gabriel disse que está estudando como desenvolvedores inscrevem significados em sistemas baseados em machine learning. “Temos uma boa diversidade de áreas de investigação no laboratório, conduzindo pesquisas desde Visualização de Informação até Model-based Design, utilizando uma grande variedade de metodologias.”

Se você é aluno de graduação, mestrado ou doutorado e tem interesse em saber mais sobre o laboratório e como ingressá-lo, entre em contato pelo e-mail ideias@inf.puc-rio.br

Por Dentro do DI: Instituto Tecgraf é pioneiro em parceria com indústria

O diretor do Tecgraf/PUC-Rio, prof. Marcelo Gattass (segundo à esquerda), ao lado de colaboradores do Instituto, no estande do Tecgraf na Rio Oil & Gas 2018. Foto: Reprodução / Instituto Tecgraf/PUC-Rio

Laboratório, que tem a computação gráfica como área de pesquisa, colabora há mais de 30 anos com a Petrobras

Mais de três décadas de pesquisa e desenvolvimento na área de computação gráfica e uma sólida parceria com a indústria. Esses são alguns dos atributos do Instituto Tecgraf, vinculado ao Departamento de Informática da PUC-Rio. O laboratório é coordenado pelo professor do DI Marcelo Gattass e desenvolve sistemas computacionais, simulações numéricas, computação distribuída e visualização gráfica interativa tridimensional.

O instituto nasceu como um ponto de interseção da Informática com os departamentos de Engenharia Civil e Matemática da universidade. Foi criado em 1985, pelo professor Luís de Castro Martins, que era diretor do Rio Data Centro (RDC) da PUC-Rio. A ideia era desenvolver a área de computação gráfica no campus. 

Abrigados em duas salas dentro do RDC, a missão da equipe inicial do Tecgraf era também ajudar no desenvolvimento da biblioteca GKS/PUC, uma implementação nacional do então padrão internacional Graphical Kernel System, usado para desenvolver programas gráficos interativos. 

Gattass fez parte daquele primeiro núcleo, e logo passou a liderar os trabalhos desenvolvidos por lá, o que chamou a atenção da diretoria do DI. Após o convite do então diretor, José Lucas Rangel, Gattass ingressou no nosso departamento, assim como o Tecgraf, que foi totalmente abraçado pela Informática da PUC-Rio até 2013. Foi neste ano que o laboratório se tornou um instituto diretamente ligado à Vice-Reitoria de Desenvolvimento da universidade. 

Segundo Gattass, o atual objetivo é manter o Tecgraf engajado tanto no ambiente acadêmico quanto na sociedade de uma forma geral. “Eu sempre procurei fazer algo que colocasse a PUC como uma universidade de produção de conhecimento, de formação de pessoas de excelência”, define. 

Leia também: Perfil: Marcelo Gattass trouxe parcerias com empresas e indústria ao DI

Parceria com a indústria

Não há como falar do Tecgraf sem destacar sua longa colaboração com o setor industrial. A principal parceira do grupo é a Petrobras. A cooperação com a empresa vem desde a criação do Instituto. 

De lá para cá, o Tecgraf desenvolve, implementa e mantém diversos sistemas em operação na Petrobras, nas áreas da exploração, produção e abastecimento, e também com foco na segurança e na proteção do meio ambiente. Um dos projetos de responsabilidade do instituto é justamente o do sistema que previne derramamento de petróleo dos navios e plataformas da Petrobras. “A gente ajudou muito o setor a se tornar mais seguro e a combater vazamentos”, conta Gattass. 

Marcelo Gattass durante inauguração do Prédio Pe. Laércio em 17 de outubro de 2013. Foto: Arquivo pessoal

O Tecgraf também tem projetos em parceria com empresas como Transpetro, GE Brasil, Eneva, Shell Brasil e Marinha do Brasil. O Instituto também colabora com outros departamentos acadêmicos da PUC-Rio e instituições de ensino e pesquisa nacionais e internacionais.

Além da indústria de óleo e gás, o instituto trabalha nos setores de segurança, entretenimento e medicina, atuando de forma ampla em diversas áreas de competência, como Modelagem e Simulação Computacional, Gestão de Dados e Ciência de Dados, Tecnologias de Interatividade Digital,  Indústria 4.0 e Otimização e Logística. “Nosso intuito é buscar o envolvimento dos alunos em um trabalho que seja relevante, e gerar riqueza com isso”, explica o professor. 

A longa e abrangente associação com o setor industrial rendeu diversos prêmios e conquistas ao Tecgraf, ao Gattass, aos seus colaboradores e à própria universidade. Recentemente, a Ciência da Computação da PUC-Rio conquistou o 1º lugar na lista de cursos de universidades brasileiras da área que mantêm projetos com a indústria no Emerging Economies University Rankings 2021, divulgado pela prestigiosa revista inglesa “Times Higher Education”. “Grande parte do nosso reconhecimento com a indústria vem do Tecgraf”, ressalta o diretor do DI, Markus Endler. 

Equipe ampla e engajada 

Em 1987, o Tecgraf começou com uma equipe de 12 pessoas. Hoje, são mais de 400 colaboradores, que trabalham em projetos dos mais diversos clientes. Tamanho crescimento exigiu preparo e suporte. Na coordenação das gerências que compõem o Tecgraf hoje, está o gerente geral técnico e ex-aluno do DI Carlos Cassino. É ele quem mapeia as novas demandas e busca estimular um trabalho colaborativo em prol dos bons resultados. “Meu papel é ter uma visão geral do que os grupos estão fazendo, tentar integrá-los e fazer prospecção com empresas para buscar novos projetos”, explica.

Equipe do Tecgraf responsável por desenvolver o Projeto CCPD – Centro de Controle de Proteção de Dutos para a Transpetro: Ricardo Terzian, Leonardo Barros, Douglas Carriço, Maria Julia Lima, Samir Azzam, Silvio Hamacher, Carlos Cassino, Carlos Coutinho Netto, Rodrigo Iaigner (em pé da esquerda para direita); Melissa Lemos, Daniel Gonçalves e Rodnei Silva Couto (sentados da esquerda para direita). Foto: Reprodução / Instituto Tecgraf/PUC-Rio

Por sua vez, a pesquisadora Melissa Lemos, ex-aluna do DI, é a gerente de projetos na área de big data, trabalhando com busca e integração de dados. Um dos que estão sendo tocados por sua equipe é o Danke, com um tecnologia de busca de dados que não exige que os usuários tenham habilidades técnicas específicas para pesquisar, recuperar, explorar e resumir informações em bancos de dados.

Esse modo de operar do Danke é usado em produtos pensados para vários clientes do Tecgraf, como a Petrobras. “Já aplicamos busca para diversos projetos da indústria de óleo e gás, como, por exemplo, na área de inspeção, manutenção e segurança de plataformas”, conta Melissa. Mais recentemente, o Danke foi utilizado em aplicações web para ajudar a extrair dados relacionados à Covid-19.

Para os pesquisadores, o crescimento do Tecgraf é fruto de um ambiente colaborativo e de valorização de pessoas. “Precisamos fazer com que o conhecimento reflita para todo o ambiente, gerando uma espiral positiva que atraia cada vez mais alunos e pessoas”, disse o professor. 

Se você é aluno de graduação, mestrado ou doutorado e tem interesse em saber mais sobre o Tecgraf e em como ingressar no instituto, acesse a área de Trabalhe Conosco do site e acompanhe as suas redes sociais, no Facebook e no LinkedIn.

 

Por Dentro do DI: TeleMídia trabalha com sistemas multimídia e hipermídia

Membros e ex-membros do TeleMídia. Foto: Arquivo pessoal

Machine learning e redes de computadores também fazem parte do trabalho do laboratório, responsável pelo desenvolvimento do middleware Ginga

No quarto post da série “Por Dentro do DI”, falaremos sobre o TeleMídia, um dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) do Departamento de Informática da PUC-Rio. O laboratório é coordenado pelo professor do DI Sérgio Colcher, e é voltado para as áreas de Redes de Computadores, Sistemas Distribuídos Hipertexto e Multimídia e Ciência de Dados. 

Mais recentemente, as pesquisas e projetos do núcleo têm se voltado para a análise de sentimentos em conteúdo multimídia, compressão e codificação de imagens e vídeo, novos cenários de TV e de mídia imersiva e aplicação de técnicas de aprendizado de máquina aos domínios de TV Digital Interativa.

O aprendizado de máquina, especialmente, tem sido um grande objeto de estudo do laboratório, que o vem aplicando em sistemas multimídia e hipermídia. “Estamos pensando na nova geração de sistemas de TV que já inclui a questão do machine learning. A ideia básica é ter, por exemplo, o reconhecimento automático de telas, de pessoas e a realização do sincronismo automático”, explicou Sérgio Colcher. 

O pesquisador Álan Guedes, que atua no TeleMídia desde 2013, faz coro ao “novo” movimento de atuação do laboratório. “Arrisco dizer que as temáticas mais importantes do TeleMídia são sistemas multimídia/hipermídia, redes de computadores e machine learning”, disse Guedes.

O coordenador do TeleMídia e professor do DI, Sérgio Colcher.

História do laboratório

O TeleMídia tem como origem a área de Redes de Computadores na PUC-Rio, que remonta a 1980. Naquela década, surgiram as primeiras redes locais brasileiras, como a Redpuc, que dava suporte à concepção distribuída das centrais. À frente desse estavam os professores Daniel Menasce e Luiz Fernando Gomes Soares (1954-2015). 

Sérgio Colcher ingressou no grupo quando a Redepuc evoluiu suas pesquisas para aplicações distribuídas em rede. Foi a partir desses desdobramentos que o professor Luiz Fernando Gomes Soares fundou o TeleMídia. Desde então, o laboratório teve uma série de desenvolvimentos na área de redes de computadores e de sistemas multimídia e hipermídia. 

Um deles foi a criação do HyperProp, em meados da década de 1990. Esse era um projeto na área de ambientes voltado a desenvolver aplicações hipermídia, a partir da necessidade de um tratamento mais formal para os documentos trocados nas aplicações multimídia. 

Em 2005, as pesquisas do projeto HyperProp se concentraram na área de TV Digital Interativa, e tiveram como resultado o subsistema Ginga-NCL, uma camada de software intermediário que funciona entre os aplicativos e o sistema operacional das TVs. Um ano depois, o Ginga se tornou o ambiente declarativo do middleware do padrão brasileiro de TV digital terrestre, e em 2009, o sistema obteve a Recomendação ITU-T H.761 para serviços IPTV. 

Esse padrão foi aprovado pelo grupo da União Internacional de Telecomunicações, fazendo do Ginga o primeiro exemplo de padrão brasileiro aceito mundialmente. Hoje, ele também é adotado em outros países da América do Sul e da África – além, é claro, de ter um grande alcance em território nacional.

“A maioria das TVs brasileiras hoje tem essa camada de software para interatividade”, explica o professor Colcher, que também destacou as atualizações do Ginga. Em dezembro do ano passado, ele e Álan Guedes publicaram um artigo na revista especializada “Set” sobre as atualizações do middleware para a TV Digital 2.5. A nova versão, chamada DTVPlay, visa a uma melhor comunicabilidade com os novos recursos das televisões SmartTV, serviços de streaming, celulares e dispositivos de Internet das Coisas (IoT). 

Desenvolvimento de projetos e alunos

Um dos pontos altos do TeleMídia é a parceria com diferentes empresas e instituições, como a Petrobras, a Força Aérea Brasileira e o banco BTG Pactual. Dentre as atividades exercidas, estão a análise de sinais e imagens e o desenvolvimento de serviços internos com machine learning

Arte do Prêmio Luiz Fernando de Computação para o WebMedia 2020. Foto: Divulgação

Também tem destaque a atuação do laboratório no Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web (WebMedia), que é promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e interliga alunos, pesquisadores e profissionais das áreas de Multimídia, Hipermídia e Web. Assim como o TeleMídia, o WebMedia foi fundado pelo professor Luiz Fernando Gomes Soares, anualmente homenageado no Simpósio com o prêmio Luiz Fernando de Computação, para trabalhos de impacto social.

Além disso, o TeleMídia fomenta a produção científica, investindo em seus colaboradores. Segundo Guedes, o laboratório fortalece o trabalho de quem tem interesse nas áreas de machine learning, sistemas multimídia/hipermídia e redes de computadores. “Eu acho que o TeleMídia tem uma vertente muito forte em pesquisa, inovação e padronização, e quem passa por aqui vai trabalhar nessas áreas”, disse o pesquisador. 

O laboratório oferece cursos de extensão e especialização nas áreas de TV Digital e Redes de Computadores, e se junta a pesquisas realizadas pelos alunos, sobretudo de mestrado e doutorado. Alunos da graduação e outros interessados também são bem-vindos. 

Para saber mais sobre o trabalho do TeleMídia, basta entrar em contato pelo seguinte e-mail: info@telemidia.puc-rio.br

Por Dentro do DI: ExACTa desenvolve soluções para empresas parceiras

Foto: Arquivo pessoal

Iniciativa focada em experimentação ágil, cocriação e transformação digital tem amplo impacto na receita dos clientes

No segundo post da série “Por Dentro do DI”, que trata sobre os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio, falaremos sobre o ExACTa, que criou e utiliza uma forma inovadora de trabalhar com experimentação ágil e cocriação para prover soluções em transformação digital. 

O objetivo do ExACTa é estreitar os laços entre pesquisa e desenvolvimento, permitindo aplicar resultados de pesquisa para desencadear inovação e excelência nas empresas parceiras, como é o caso da Petrobras. 

O ExACTa realiza pesquisa aplicada em ciclos ágeis para entregar, em curto espaço de tempo, soluções de TI que resolvam problemas de negócio e maximizem os resultados dos clientes. Para tal, são empregadas tanto pesquisas inéditas realizadas especificamente no contexto dos projetos quanto aplicados resultados de pesquisas desenvolvidas em outros laboratórios temáticos do DI.  

A iniciativa é coordenada pelos professores do quadro principal do DI, Helio Lopes, Marcos Kalinowski, Marcus Poggi e Simone Barbosa, que são pesquisadores das áreas de Ciência de Dados, Engenharia de Software, Otimização e Interação Humano Computador. 

“Entre os diferenciais do ExACTa, estão a orientação a resultados para o cliente, a forte integração com pesquisa e a abordagem própria e inovadora para a cocriação de soluções de pesquisa e desenvolvimento com agilidade”, disse Kalinowski, que também destaca a equipe altamente qualificada e a qualidade da infraestrutura física e ferramental, que permite a realização de dinâmicas de cocriação tanto em formato presencial quanto remoto.

Dentre as áreas de atuação da iniciativa estão soluções multidisciplinares envolvendo ciência de dados, inteligência artificial, internet das coisas (IoT), otimização, entre outros.

Pilares da iniciativa

O primeiro pilar que rege o trabalho do ExACTa é a experimentação ágil; ou seja, todo o processo é focado na integração com a estratégia do negócio do cliente, de forma ágil e pautado na experimentação contínua. “Desenvolvemos uma tecnologia onde a gente traz, do negócio, soluções para serem desenvolvidas e colocadas em operação”, explica Lopes.

Foto: Arquivo pessoal

O segundo é a cocriação, que consiste na atuação da equipe do ExACTa em conjunto com a equipe do cliente, de forma que agilize a criação de soluções inovadoras que agreguem valor ao negócio.

Por fim, o intuito da iniciativa é promover transformação digital, oferecendo soluções disruptivas e que empreguem tecnologia de ponta, pensando fora da caixa para buscar a excelência operacional do cliente. 

Reconhecimento

Tamanho trabalho tem surtido efeito. A partir dos pilares de experimentação ágil, cocriação e transformação digital, o ExACTa tem alcançado resultados surpreendentes. 

“As soluções são entregues em um tempo mediano de quatro meses”, disse Lopes, destacando os processos da iniciativa. “Em 2020, entregamos seis soluções para a Petrobras, que foram colocadas em operação em vários setores.”

O resultado é notório. Segundo Lopes, as soluções implementadas na Petrobras trouxeram um retorno de pelo menos sete vezes o valor investido. 

“Já em relação à nossa abordagem inédita de cocriação, ela resultou em publicações  em conferências científicas especializadas na área, como a EuroMicro Conference on Software Engineering and Advanced Applications (EuroMicro SEAA) 2020 e a International Conference on Product-focused Software Process Improvement (PROFES) 2020, que é um dos principais fóruns internacionais sobre processos de software, recebendo excelente retorno da comunidade internacional”, ressaltou Kalinowski.

Equipe qualificada

O trabalho do ExACTa não seria possível se não fosse a sua equipe altamente qualificada. Além da coordenação dos professores Hélio, Kalinowski, Poggi e Simone, a iniciativa conta com a presença de quatro líderes de equipe – Jacques Chueke, Juliana Alves Pereira, Rodrigo Lima e William Fernandes –  mais de 20 agentes de transformação digital contratados especificamente para o ExACTa e cerca de outros 50 colaboradores contratados pelos laboratórios temáticos diretamente relacionados com a iniciativa. 

Marcos Kalinowski, Helio Lopes e Jacques Chueke. Foto: Arquivo pessoal

A iniciativa oferece oportunidades práticas diferenciadas para profissionais de destaque. Os desenvolvedores e pesquisadores da equipe são talentos formados pelo Departamento de Informática da PUC-Rio ou por outras instituições de ponta, a maioria com mestrado ou doutorado em suas áreas de atuação.

Chueke, por exemplo, é doutor em Ciência da Computação na área de Interação Humano Computador pela City University of London. Hoje, ele atua como líder de equipe de UX (User Experience) e UI (User Interface) no ExACTa. Seu trabalho consiste na materialização de soluções que atendam aos usuários finais, transformando-as em artefatos digitais interativos. “As interfaces criadas para as soluções permitem o acesso fácil, seguro e útil aos dados pertinentes a cada projeto”, explica. 

Para Chueke, a iniciativa reúne profissionais que possuem uma forte presença corporativa, mas que  também se dedicam à pesquisa acadêmica. “Os aspectos corporativos e acadêmicos são contemplados com eficiência e harmonia, e possibilitam a inovação e aplicação de tecnologia de ponta”, finaliza.

Para saber mais sobre o ExACTa, acesse http://www.exacta.inf.puc-rio.br ou envie um e-mail para contato@exacta.inf.puc-rio.br.

Por Dentro do DI: LAC desenvolve middleware e aplicações para IoT

Foto: Arquivo pessoal

Laboratório coordenado pelo diretor do DI, Markus Endler, é focado nas áreas de computação distribuída com mobilidade, computação pervasiva e Internet das Coisas

Um dos grandes diferenciais do Departamento de Informática da PUC-Rio (DI) é a existência de 13 Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), os laboratórios de pesquisa coordenados por professores e pesquisadores do DI. Esses laboratórios realizam pesquisa aplicada e inovação em muitas áreas, tais como Ciência de Dados, Engenharia de Software, IA e Machine Learning, Otimização de algoritmos em grafos, Games e Realidade Virtual e Internet das Coisas.

Para falarmos mais sobre os NITs, iniciamos a série “Por Dentro do DI”, que trará os objetos de pesquisa e as conquistas de cada laboratório. O primeiro NIT a ser abordado é o LAC (Laboratory for Advanced Collaboration), fundado em 2002 pelo atual diretor do DI, Markus Endler.

O LAC é responsável por realizar pesquisa básica e aplicada em computação distribuída com mobilidade, computação pervasiva interconectada, e desde 2014, também em Internet das Coisas com mobilidade (Internet of Mobile Things – IoMT). 

Desde sua fundação, tem se dedicado ao desenvolvimento de plataformas de middleware (i.e. uma infraestrutura de software envolvendo serviços e protocolos), que facilitam o desenvolvimento, a operação e o gerenciamento de aplicações distribuídas adaptativas.

Em paralelo, o LAC desenvolveu também inúmeras aplicações inovadoras (protótipos) para testar e validar as funcionalidades dos middlewares subjacentes. Todos esses softwares foram e continuam sendo extensivamente usados para pesquisa e ensino na pós-graduação.

Nos últimos 10 anos, o LAC tem inovado na criação de uma plataforma de middleware extensível para aplicações de IoMT. Esse middleware, chamado de ContextNet, tem componentes na nuvem e em dispositivos mobile (p.ex. em smartphones ou outros dispositivos móveis, como drones), e parte da ideia de que alguns elementos da infraestrutura também podem executar em nós móveis, permitindo assim monitorar e controlar dispositivos IoT em movimento, e até identificar e classificar padrões de mobilidade de objetos, como co-mobilidade de pessoas ou coisas.

O ContextNet é usado em vários grupos de pesquisa na PUC-Rio e também em outras universidades. Em 2020, por exemplo, o LAC iniciou uma pesquisa em Computação Pervasiva e IoT em parceria com a Universidade de Waterloo, no Canadá, a fim de criar um sistema IoT de serviços de saúde hospitalares e ambulatorial, tendo como base o middleware ContextNet.

“Esse é um middleware bastante complexo e extensível, que serve como uma ferramenta muito útil e versátil para o desenvolvimento de sofisticadas aplicações para a Internet das Coisas e que leva em consideração a mobilidade de agentes e coisas, e seus contextos mutáveis”, explicou Endler.

O ex-aluno do DI e então pesquisador do LAC, Gustavo Baptista, recebendo o prêmio Software Development Award do engenheiro de sistemas da Boeing, Tom Dubois, nas dependências do Laboratório, em 2012. Foto: Arquivo pessoal

Para Endler, o desenvolvimento de um sistema de middleware escalável, confiável e multi-serviço, como o ContextNet, é um dos grandes diferenciais do laboratório, permitindo um grande engajamento e senso de pertencimento por parte de todos os envolvidos, incluindo atuais alunos – de graduação e pós-graduação – e ex-alunos já formados.

Parcerias com universidades, centros de pesquisa e empresas

A Universidade de Waterloo não é o único exemplo de parceria do laboratório. Ao longo dos anos, o LAC fez projetos com diversos parceiros internacionais, como a Boeing, a Microsoft Research, a FairCom, a Microsoft Brasil, Bell Hellicopters, Sikorsky, e a Petrobras/Liquigás.

Também vale destacar parcerias com grupos acadêmicos nacionais e internacionais, como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o centro de pesquisa alemão L3S, a Tecnhical University Dresden e a Universidade de Stuttgart, na Alemanha.

Além disso, o LAC é participante e membro do Conselho do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), que agrega 14 universidades brasileiras e startups, com mais de 40 pesquisadores e empresários.

Conquistas e premiações

Recentemente, a relevância do middleware ContextNet foi devidamente reconhecida. Em novembro de 2017, Endler recebeu o prêmio Tecnologias de Impacto 2017, concedido pela Qualcomm Brasil, pelo desenvolvimento do ContextNet.

O prêmio Tecnologias de Impacto, que teve cerca de 100 concorrentes, também foi dado para nove outras startups e inventores autônomos, com o objetivo de reconhecer iniciativas de inovação tecnológica e premiar seus respectivos inventores. No caso, o middleware do LAC foi o único projeto inteiramente acadêmico a conquistar o prêmio, e o único na categoria de infraestrutura de middleware, que é agnóstico a um problema ou aplicação concreto.

O fundador do LAC e atual diretor do DI, Markus Endler, recebendo o prêmio Tecnologias da Inovação em 2017. Foto: Arquivo pessoal

“Receber o prêmio foi uma honra muito grande, pois o ContextNet foi reconhecido como sendo um trabalho de PD&I que tem trazido inovação para o país, na forma de uma ferramenta que facilita o desenvolvimento de aplicações distribuídas de IoT”, disse Endler.

Ponte para o mercado de trabalho

Atualmente, o LAC conta com a colaboração de pós-doutorandos, doutorandos, mestrandos, estagiários e alunos de graduação, cada um trabalhando em um total de 13 sub-projetos de evolução do middleware. No LAC, atuam também diversos pesquisadores e colaboradores externos, entre eles, inclusive outros professores do DI, como Edward Hermann Haeussler, Anderson da Silva, Valeria de Paiva e Adriano Branco.

Segundo o doutorando Vitor Pinheiro, o trabalho no LAC o ajudou a ter contato com problemas reais da área, devido ao incentivo pelo contato com empresas. “Ao ter contato com os problemas ainda dentro da universidade, pude desenvolver minha capacidade crítica de avaliar qual solução é mais adequada para cada problema”, disse.

Ainda de acordo com Pinheiro, o LAC e os demais laboratórios da PUC-Rio o ajudaram a fazer uma conexão entre a academia e o mercado de trabalho. 

“Os laboratórios servem como um mediador entre as empresas e os alunos, quase um matchmaking, no qual os dois lados ganham. Os alunos ganham porque eles têm a oportunidade de ter contato com problemas reais e com as empresas já participando na criação de soluções. Já as empresas ganham porque elas já podem avaliar o aluno desde esse processo e podem contratar agora um profissional que eles já possuem uma confiança maior de que ele irá agregar valor.”

O LAC está sempre aberto para receber estagiários, alunos de graduação e pós-graduação, assim como pós-doutorandos, que estejam dispostos a “vestir a camisa” e virarem “LACianos”. Para saber mais sobre as pesquisas do LAC, visite www.lac.inf.puc-rio.br e/ou entre em contato com Markus Endler pelo e-mail: endler@inf.puc-rio.br.