Artigo de Alessandro Garcia é premiado em congresso de software

Trio de pesquisadores recebeu segunda colocação com trabalho sobre boas práticas em linhas de produtos

O professor Alessandro Garcia (esq.), o aluno Anderson Uchôa e o pós-doutorando Wesley Assunção. Foto: Arquivo pessoal

O professor do Departamento de Informática (DI) Alessandro Garcia trouxe para a computação da PUC-Rio mais um destaque em produção científica. O pesquisador, junto ao pós-doutorando Wesley Assunção e o aluno Anderson Uchôa, receberam a segunda colocação entre os melhores artigos do Simpósio Brasileiro de Componentes, Arquiteturas e Reutilização de Software (SBCARS).

O artigo “Do critical components smell bad? An empirical study with component-based software product lines” explorou os cuidados que programadores de linhas de produto devem ter no desenvolvimento e na qualidade de componentes críticos. De acordo com os pesquisadores, uma linha de produto de software é difícil de manter, uma vez que softwares são capazes de gerar muitos programas. O estudo realizado pelo trio investigou até que ponto os componentes críticos de três softwares gerados apresentam problemas de manutenção.

De acordo com Garcia, o prêmio é um reconhecimento do trabalho dos pesquisadores em uma fronteira ainda pouco estudada da informática. “A premiação veio coroar um trabalho que é um dos primeiros a investigar problemas recorrentes de manutenibilidade em componentes críticos de linhas de produtos de software. Muitos sistemas de software importantes no mundo, tais como editores de texto, aplicativos móveis e sistemas operacionais, são construídos na forma de linhas de produtos de software. Desenvolvedores destes sistemas podem se beneficiar diretamente das orientações derivadas do estudo que realizamos”, declarou.

 

Artigos de alunos da pós-graduação do DI são premiados na Europa

Os alunos Cláuvin Almeida (esq.), Silvio Alonso e Hugo Villamizar

Trabalhos foram apresentados na EuroMicro Conference on Software Engineering and Advanced Applications

As pesquisas desenvolvidas no Departamento de Informática (DI) receberam nesta sexta-feira (3) mais um reconhecimento. Dois dos três artigos produzidos no programa de pós-graduação do DI aceitos na EuroMicro Conference on Software Engineering and Advanced Applications (SEAA) foram destacados entre os melhores da conferência. A SEAA é uma tradicional conferência internacional sobre desenvolvimento de software que se encontra em sua 47a edição. O destaque foi dado para somente 7 dos 45 artigos aceitos. As pesquisas foram conduzidas em parcerias entre alunos e professores do DI e focaram em diferentes temas.

Um dos trabalhos do DI que entraram na lista dos sete melhores foi o artigo “A Systematic Mapping Study on the Use of Software Engineering Practices to Develop MVPs”, escrito por Silvio Alonso, aluno de mestrado orientado pelo professor Marcos Kalinowski, em uma colaboração com a professora Simone Barbosa e com os co-autores Marx Viana (doutor em informática pelo programa) e Bruna Ferreira (aluna de doutorado do programa). O trabalho discute práticas de engenharia de software utilizadas para desenvolver produtos mínimos viáveis (MVPs).

O artigo “A Systematic Mapping of Negative Effects of Gamification in Education/Learning Systems”, de Clauvin Almeida, recém mestre pelo DI, orientado pelos professores  do DI Bruno Feijó e Marcos Kalinowski também foi um dos destaques da conferência. A pesquisa traz à tona possíveis efeitos negativos de elementos de gamification para sistemas de educação.

A aluna de doutorado Bruna Ferreira (Foto: Acervo Pessoal)

O aluno de doutorado do DI Hugo Villamizar, que também teve seu artigo “Requirements Engineering for Machine Learning: A Systematic Mapping Study” aceito na conferência, destacou a importância da cooperação entre os professores para a condução da pesquisa. Hugo é orientado pelo professor Marcos Kalinowski e o artigo contou ainda com a colaboração da professora Tatiana Escovedo.

“O processo de elaboração do artigo foi dinâmico e coordenado. Agora, a sensação de ter um artigo aceito em uma conferência internacional é um plus para nós, pois mostra-se que aqui na região também podem ser criados trabalhos de qualidade que podem competir mundo afora. O feedback recebido por parte dos professores ao longo da elaboração do artigo foi fundamental para atingir os objetivos e um adicional foi a atitude e energia positiva que recebi desses professores.”

Os bons resultados, para o coordenador da pós-graduação, Marcos Kalinowski, são consequência do trabalho científico de qualidade desenvolvido no DI. “Estou muito satisfeito com o destaque que recebemos na Euromicro SEAA, mas mais do que isso estou satisfeito com as contribuições científicas registradas nos artigos, que possuem grande valor para quem atua na área de software. O artigo liderado pelo Cláuvin auxilia desenvolvedores na escolha de elementos de gamificação, evitando efeitos indesejados. O artigo do Hugo delineia como requisitos de software são tratados no contexto de machine learning. Por fim, o artigo do Silvio revela como definir e avaliar produtos mínimos viáveis (MVPs) que ganharam grande popularidade em iniciativas de transformação digital. Todos estes assuntos são úteis para as empresas que querem se posicionar no mercado de software de maneira diferenciada e estamos sempre abertos para o diálogo e para transferência de tecnologia”.

Kalinowski acrescenta: “Os três artigos foram escritos seguindo uma metodologia própria que definimos em trabalhos anteriores (com a participação de Érica Mourão, Leonardo Murta, Emilia Mendes e Claes Wohlin), uma estratégia híbrida de busca por evidências científicas.”

Em sua entrevista para nossa assessoria de imprensa, ele destacou ainda o clima do DI. “Cabe ressaltar o clima de parceria e colaboração dentro do DI. Esses artigos só foram possíveis graças às colaborações do meu laboratório (Software Science Lab) com os laboratórios ICAD-IGames/VisionLab, coordenado pelo professor Bruno Feijó, e o IDEIAS-SERG, coordenado pela pela professora Simone Barbosa”, completou.

Para quem quiser fazer parte das pesquisas científicas de ponta desenvolvidas no DI, o programa de pós-graduação (mestrado/doutorado) recebe inscrições semestrais e abrirá seu próximo edital em Outubro. Alunos da graduação do DI também são bem-vindos para colaborar com a pesquisa dos laboratórios e vivenciar as novidades do front científico, os interessados devem procurar os coordenadores de cada laboratório temático.

Para quem ainda quer ingressar na área, as inscrições para o vestibular dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia da Computação da PUC-Rio estão abertas até o dia 22 de setembro! Clique no link e inscreva-se!

 

Última dia para inscrições no Prêmio Luiz Fernando de Computação

Competição busca contemplar professores e estudantes de Tecnologia da Informação e Comunicação

Foto: Divulgação

Terminam nesta segunda-feira (23) as inscrições para o Prêmio Luiz Fernando de Computação. O concurso reconhece projetos de inovação de professores e estudantes  da área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) que tenham impacto social e promovam a melhoria da sociedade como um todo.

Os três primeiros colocados no prêmio receberão certificados chancelados pelo Comitê Especial do WebMedia. Devido à pandemia da Covid-19, as apresentações serão realizadas virtualmente. O melhor trabalho receberá um notebook no valor de até R$3.000,00.

A premiação é promovida pelo XXVII Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web (WebMedia) e existe desde 2016. Luiz Fernando Gomes Soares, um dos co-fundadores do WebMedia, foi professor do Departamento de Informática (DI) e se destacou em pesquisas na área de TIC. Além do impacto social promovido pelos estudos acadêmicos, Luiz Fernando foi o responsável pela criação do middleware de TV Ginga e sua linguagem NCL. Ele faleceu em 2015.

O Ginga é uma tecnologia que possibilita, além de outras funções, compras em tempo real através da televisão a partir do controle remoto. Essas inovações possibilitadas pelo trabalho de Luiz Fernando tiveram grandes impactos na indústria nacional e levaram o professor a ser considerado a maior autoridade em TV digital no país.

Os projetos serão avaliados pelos seus possíveis impactos sociais e viabilidade (levando em conta aspectos como potencial de uso, replicabilidade e possíveis parcerias).

Como participar?

O artigo escolhido deve estar em português, inglês ou espanhol e em PDF obedecendo os padrões da ACM do WebMedia. Trabalhos que concorreram em outros concursos e premiações também podem participar.

Todos os projetos precisam ser submetidos eletronicamente pelo sistema JEMS na categoria “Prêmio LF”

O artigo deve conter informações técnicas como arquitetura e funcionalidades, além das instituições envolvidas e currículos do professor e do estudante com links para o Lattes. A relevância, impacto social e executabilidade também devem estar contidas no texto, assim como os resultados já alcançados e esperados, o potencial futuro, recursos envolvidos e parceiros. Por último, o projeto precisa apresentar um cronograma para sua execução e continuidade. Também é desejável incluir uma análise de impacto pela métrica Social Return on Investment (SROL)

A competição recomenda os seguintes tópicos

  • TICs de apoio ao combate à pandemia da COVID-19
  • TICs de apoio às populações vulneráveis ou que vivem em regiões de difícil acesso (e.g, indígenas, ribeirinhos)
  • TICs de apoio à acessibilidade e assistência a indivíduos com limitações
  • TICs de apoio à saúde física e emocional
  • TICs de apoio à educação (básica, profissionalizante, superior e outros)
  • TICs de apoio à transparência pública e justiça
  • TICs de apoio à ONGs
  • TICs de apoio à atividade de cidadania (doações de alimentos, sangue, etc)
  • TICs de apoio à Agenda 2030 da ONU 

Além de outras categorias de TICs de impacto social. Clique aqui e inscreva-se!

Agência da Força Aérea Americana renova apoio para pesquisa do DI

Projeto liderado por Endler desenvolve algoritmos para controlar drones que coletam dados de sensores em áreas de difícil acesso 

A agência de fomento de pesquisa da Força Aérea Americana (Air Force Office for Scientific Research) acaba de renovar por mais um ano o financiamento para um projeto de pesquisa em Internet das Coisas Móveis desenvolvido no Laboratory for Advanced Collaboration (LAC), liderado pelo diretor do Departamento de Informática (DI), Markus Endler. Com o novo aporte, esse projeto de pesquisa receberá ao todo US$ 100 mil, algo em torno de R$ 525 mil.

O projeto visa criar algoritmos e protocolos de roteamento para controlar uma frota de drones (quad-cópteros de baixo custo) com a tarefa de coletar continuamente dados de sensores de uma rede sem fio implantada em uma região isolada ou de difícil acesso e sem infraestrutura de comunicação. Esses drones se comunicam mutuamente através de rádios para a troca de dados e a coordenação das rotas de voo, trabalhando de maneira coordenada e flexível para captar o máximo de dados e transportar para uma estação conectada à internet.

“Além do recurso financeiro, esse apoio abre portas para colaborações científicas. Estamos em contato com pesquisadores da Universidade da Flórida, que trabalham num projeto semelhante. O potencial dessa parceria é enorme”, conta Endler.

O projeto utiliza os resultados de uma tese de doutorado recente em que foi desenvolvido o protocolo DADCA. Esse protocolo realiza a movimentação coordenada de drones para otimizar a troca mútua de dados coletados por cada drone, de forma a aumentar o volume de informações transferidas para uma “estação base” conectada à Internet. O protocolo DADCA é dinâmico e adaptativo, e permite tanto a adição como a remoção de drones da frota a qualquer momento, sem necessidade de ajuste.

No primeiro ano do projeto foi desenvolvido, no escopo de um trabalho de mestrado, um protocolo para redes de sensores sem fio (RSSF) em solo com baixo consumo de energia. Esse protocolo se baseia na tecnologia sem fio Bluetooth Mesh e foi denominado Mobility Aware Mesh (MAM). Ele tem a funcionalidade de transmitir os dados (de sensores) coletados em solo para qualquer nó da RSSF que vier a ser visitado, por sobrevoo por um drone.

Simulação feita em um simulador GrADys

Os protocolos já foram implementados e demonstrados com sucesso em um ambiente simulado (veja o vídeo). Agora, o projeto parte para a etapa da implantação e testes do MAM e DADCA no “mundo real”, onde diversos fatores, como a altura de sobrevoo dos drones, o efeito de vento, garoa, obstáculos, etc. podem ter impacto na execução do monitoramento cooperativo Solo-Ar, e devem gerar certos erros de aproximação e comunicação que precisam ser considerados.

“Com essa renovação por mais um ano, poderemos ganhar mais experiência com a construção e utilização dos drones e da rede se sensores no mundo real, e esperamos realizar testes práticos de demonstração em campo, até meados do ano que vem”, revela.

A expectativa é que os resultados desta pesquisa sejam aplicados em vários campos, como segurança/vigilância, monitoramento ambiental, cidades inteligentes, agricultura de precisão e indústria 4.0. Apesar do financiamento ser da agência de fomento da Força Aérea Americana, o projeto não terá qualquer aplicação militar.

“Uma das possibilidades futuras é o monitoramento de encostas com risco de desabamento. Sensores no solo podem medir o grau de encharcamento do terreno, os drones captam essas informações e levam para a estação base. Com esses dados, é possível detectar se há risco de deslizamento”, explica Endler.

O projeto, chamado “GrADyS: Exploring movement awareness for efficient routing in Ground-and-Air Dynamic Sensor Networks”, é desenvolvido no LAC e conta com oito colaboradores, entre professores, pesquisadores pós-docs, e alunos de pós-graduação e graduação.

“Um fato interessante deste projeto é que ele tem um apelo científico e aplicado tão grande que está atraindo pesquisadores e colaboradores voluntários de diversas áreas e de outros institutos e universidades”, comemora Endler.

 

Para saber mais visite o site do projeto: http://www.lac.inf.puc-rio.br/index.php/gradys/

Tecnologias das Olimpíadas de Tóquio são destaque em pesquisas do DI

Visão computacional e Inteligência Artificial, estudadas no DI, são usadas para monitorar a performance de atletas olímpicos em tempo real

Foto: Pixabay

As Olimpíadas de Tóquio levaram às telas do mundo inteiro muito mais do que entretenimento e performances de atletas. No país da tecnologia, os Jogos introduziram uma série de inovações para aproximar um pouco mais os esportes do público. Uma das principais novidades foi o reconhecimento inteligente de imagem.

Tecnologia estudada pelos pesquisadores do Departamento de Informática (DI), o reconhecimento inteligente de imagem nos esportes é capaz de processar informações numéricas instantaneamente para apresentar dados na tela enquanto as provas acontecem.

“Essa parte de ‘reconhecimento inteligente de imagens’, na verdade, é o que chamamos de visão computacional. Superficialmente falando, essas tecnologias operam de diversas formas, mas basicamente se baseiam na capacidade dos algoritmos de aprendizado de máquina serem capazes de reconhecer elementos da imagem”, explica o professor Alberto Raposo, Gerente de Projetos no Instituto Tecgraf e pesquisador na área de Realidade Virtual, Visão Computacional e Processamento de Imagens.

Um exemplo são as provas de velocidade. Enquanto a competição acontece, uma Inteligência Artificial (IA), aliada à visão computacional, é capaz analisar a performance dos atletas do atletismo, decatlo e heptatlo, exibindo a suas velocidades máximas. “Em TV, cinema e treinamentos esportivos, essas tecnologias de reconhecimento de imagem podem ter o auxílio de sensores adicionais, o que torna possível algumas dessas coisas que estamos vendo nas Olimpíadas”, completou Raposo.

No caso das maratonas, ciclismo, mountain biking, triatlo e canoagem, o 2D image tracking é o protagonista. Na tela, os telespectadores conseguem ver uma espécie de “etiqueta” em cada atleta enquanto ele se move, permitindo um acompanhamento mais fácil da prova.

A visão computacional é um campo de destaque na informática e nas pesquisas do DI. Além de ser uma tecnologia que deve ser bastante aplicada no futuro, segundo Alberto Raposo. “A importância dessas tecnologias é grande. Há anos isso já vem sendo estudado em robótica, segurança e medicina, por exemplo, e atualmente um dos grandes investimentos nessa área é em torno das pesquisas para veículos autônomos, já que são essas tecnologias que permitirão que eles sejam ‘dirigidos’ sem humanos”, finalizou.

Professor Wehrmann recebe prêmio de melhor tese de doutorado no CSBC

Pesquisa sobre redes neurais recebeu destaque no Congresso da Sociedade Brasileira de Computação

Professor Jônatas Wehrmann

Você sabia que a computação também pode ter muito a ver com o cérebro humano? E não estamos falando só de códigos. O uso da informática para desenvolver redes neurais, uma espécie de emulação das sinapses humanas, é uma das áreas que mais vêm ganhando relevância no mundo da computação.

O professor  Jonatas Wehrmann, que ocupa no DI o cargo “Professor Fundação Behring de Inteligência Artificial”, recebe destaque nesse campo. A sua pesquisa, Language-Agnostic Visual-Semantic Embeddings”, ganhou o prêmio de melhor tese de doutorado no XLI Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC 2021).

Conduzido por Wehrmann durante doutorado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), o projeto estuda redes neurais profundas para aprendizado multimodal. O trabalho propõe abordagens para melhorar o desempenho preditivo de redes neurais multimodais.

A tese introduz novos sistemas de inteligência artificial (IA) capazes de entender o que está escrito em textos e aprende a relacionar os diferentes conceitos descritos com o conteúdo de imagens. Dessa forma, um usuário é capaz de realizar uma busca de imagens a partir de um texto.

A extensa pesquisa apresenta quatro novas estratégias de codificação de texto, assim como uma abordagem de incorporação de palavras baseada em caracteres. O modelo proposto é altamente flexível e pode ser utilizado em textos dos mais variados idiomas, desde o inglês até o japonês.

Recém integrante do DI, Jônatas espera trazer seus conhecimentos no campo das redes neurais para o Departamento. “Estou muito animado, com muitas ideias e projetos. Já estou atuando na graduação, especialização, mestrado e doutorado, ministrando disciplinas e orientando alunos. Estamos inclusive com um projeto para criar um novo laboratório de pesquisa em IA e Machine Learning visando focar em pesquisa de ponta no Brasil.” disse Jonatas.

O prêmio da SBC é um dos mais importantes reconhecimentos para teses de doutorado de computação do Brasil, e dá destaque a projetos inovadores. “A premiação tem um significado muito especial pra mim, especialmente considerando todo o trabalho e tempo que eu dediquei à pesquisa. Eu fui um dos primeiros estudantes brasileiros a fazer pesquisa em Deep Learning no Brasil, e na época nosso laboratório não tinha nenhum equipamento e nem conhecimento a respeito do assunto. A área era extremamente nova e não tinha muitos materiais a respeito, então foi um período bastante desafiador, mas que também trouxe muitas recompensas”, conclui.

Artigo sobre uso de robôs nas eleições de 2020 é premiado em congresso

Trabalho teve a participação do professor do DI Sérgio Lifschitz e parceria com o Departamento de Comunicação da PUC-Rio, ITS Rio, INCT.DD e o LNCC.

Arthur Ituassu (esq.) e Sérgio Lifschitz

A atuação de bots (robôs) nas redes sociais é um assunto que tem ganhado destaque nas manchetes por conta da sua relevância no contexto político. Trazendo essa questão para o campo da computação, o artigo “From digital militias to coordinated behavior: interdisciplinary methods for analyzing and identifying bots in Brazilian elections”, analisou o conteúdo de 92.600 usuários do Twitter durante o segundo turno das eleições de 2020. Com a colaboração de diversas instituições, o estudo conquistou segundo lugar (menção honrosa) na categoria short paper do X Brazilian Workshop on Social Network Analysis and Mining (BRASNAM 2021)

Trabalharam juntos o Departamento de Informática (DI), o Departamento de Comunicação (COM), o ITS Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio), o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD) e o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).

O pesquisador João Guilherme Bastos dos Santos

O trabalho foi conduzido por uma equipe extensa. O grupo é formado por João Guilherme Bastos dos Santos, do INCT.DD, em parceria com os pesquisadores do ITS Rio Thayane Guimarães, Diego Cerqueira, Debora Albu, Redson Fernando, Julia Hellen Ferreira e Maria Luiza Mondelli. Todos em estreita colaboração a PUC-Rio, envolvendo os professores Sérgio Lifschitz (DI) e Arthur Ituassu (COM).

O artigo analisa a atuação de possíveis bots (robôs) nas respostas aos tweets de candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Porto Alegre e Fortaleza nas eleições de 2020. A partir dessa identificação, o texto faz uso de métodos de análise para identificar semelhanças de vocabulário utilizadas por esses bots.

O laboratório BioBD, coordenado por Lifschitz, realizou a coleta de dados dos tweets nas cinco capitais com uso da ferramenta ePOCS Twitter Crawler (eTC), desenvolvida em parceria com o laboratório COMP. Essa ferramenta permite a extração de dados históricos do Twitter, coletando dados e metadados envolvidos em tweets sobre determinados assuntos dentro de um período de tempo especificado.

Os pesquisadores do ITS Rio, Diego Cerqueira, Thayane Guimarães e Maria Luiza Mondelli

“Temos uma bela parceria com o Departamento de Comunicação através do professor Arthur Ituassu. Há mais de 5 anos, publicamos e pesquisamos juntos. Começamos exclusivamente com o Twitter, mas já estamos trabalhando há um tempo no Facebook e, em breve, no Instagram”, declarou Lifschitz.

O professor ainda destacou a importância do BioBD no estudo de big data, uma área importante da computação. “No nosso lab BioBD, o foco sempre foi no grande volume de dados. Twitter é ‘big data‘ total por conta do streaming de grandes volumes, e lidar com isso com qualidade, permitindo análises corretas sempre foi e segue sendo nosso foco”, afirma.

O BRASNAM 2021 traz os artigos selecionados e apresentados na edição do evento realizada online, de 18 a 23 de julho, como parte do XLI Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC 2021), que teve como tema “Inovação e Transformação Digital: Enfrentando a Complexidade e as Incertezas do Mundo Contemporâneo”.

Os pesquisadores do ITS Rio, Redson Fernando, Debora Albu e Julia Hellen Ferreira

“Ter recebido menção honrosa (segundo lugar) na categoria de short papers, nossa primeira participação, em um evento que ganha relevância a cada ocorrência, é certamente um fator de visibilidade para o DI, para o departamento de Comunicação e para o grupo ePOCS que fazemos parte. Também destaco a participação dos alunos de Engenharia da Computação Bruno Coutinho e Mariana Porto Barreto, integrantes do laboratório, que foram fundamentais para o trabalho”, finalizou Lifschitz.

Esses alunos continuam com pesquisa e desenvolvimento nesse tema através de bolsas PIBIC e PIBITI da PUC-Rio.

Alunos Bruno Coutinho e Mariana Porto Barreto

Times Higher Education: PUC-Rio é a 7ª melhor universidade da América Latina

Ranking destaca a universidade como a quarta melhor do Brasil

Foto: Divulgação

A produção acadêmica da PUC-Rio mais uma vez recebe destaque internacional. A Times Higher Education, periódico britânico focado em educação, apontou a universidade como a sétima melhor na América Latina e a quarta melhor no Brasil. No total, 177 instituições foram avaliadas, sendo 67 brasileiras.

A PUC-Rio também se destacou como a melhor universidade do estado do Rio de Janeiro e a melhor particular do país.

A Times Higher Education avalia as cinco principais áreas de atuação de instituições de ensino superior – Ensino, Pesquisa, Produção Acadêmica, Internacionalização e Parceria com a Indústria, por meio de 13 métricas diferentes.

Pelo terceiro ano consecutivo, A PUC-Rio ficou em primeiro na categoria “Industry Outcome” (parceria com a indústria), que destaca as relações da universidade com empresas, tanto para inserção no mercado de trabalho, quanto para o investimento em projetos acadêmicos.

Além disso, a PUC-Rio conquistou a melhor posição entre as universidades brasileiras na categoria “International Outlook” (Internacionalização), que mede a proporção de alunos e professores estrangeiros, assim como o volume de colaborações internacionais na redação de artigos acadêmicos.

A PUC-Rio também figura como a primeira colocada da América Latina no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 17 (ODS), uma das diretrizes da ONU que trata da contribuição da universidade para a inovação e desenvolvimento de infraestrutura locais.

Todos os 26 departamentos foram avaliados em conjunto, assim como os 36 programas de graduação e os 26 programas de pós.

Por Dentro do DI: Galgos aposta na interdisciplinaridade para inovar

Da esquerda para direita: Artur Pessoa, Eduardo Uchôa, ex-alunos do DI, Marcus Poggi e Dan Bienstock, editor do periódico Mathematical Programming.

Interdisciplinaridade e inovação. São dois termos atuais e importantes na busca por conhecimento. E é apostando nesses dois pontos que o Galgos opera no desenvolvimento e aplicação de métodos algorítmicos para o manuseio e análise de grandes volumes de dados. O laboratório é um dos Núcleos de Inovação Tecnológica do Departamento de Informática, e é o tema do “Por Dentro do DI” de hoje.

Coordenado pelo professor Marcus Poggi, que tem como área principal de atuação a Ciência da Computação com ênfase em Teoria Computacional e Otimização e Raciocínio Automático, o Galgos trabalha com técnicas clássicas de design de algoritmos, técnicas de programação matemática e técnicas de aprendizagem de máquinas.

“Muita coisa que o Galgos faz está na fronteira. Nosso laboratório não é vertical. O Galgos abraçou a interdisciplinaridade porque trabalhamos em áreas bem diferentes.” afirma Poggi.

Graduandos, mestrandos e doutorandos, mesmo em fases muito diferentes da trajetória acadêmica, são expostos ao mesmo ambiente de inovação. De acordo com Georges Spyrides, que faz parte do Galgos, o contato com outras áreas foi crucial em sua experiência como mestrando e doutorando no DI.

“O que é legal no laboratório é a rotina de almoços e conversas que te expoem a temas diferentes. Fiz muitas amizades com outras pessoas e mesmo tendo como tema específico no doutorado o Process Mining, não deixei de aprender outras coisas. O doutorado tem essa coisa de te transformar em um especialista em algo específico, mas o Galgos me deu essa chance de ampliar horizontes para outras coisas, me transformar em um profissional mais completo”, afirma Spyrides.

Poggi lembra que o Galgos, que na época ainda se chamava ATD-LAB, começou com um esforço conjunto dele e dos professores do DI Hélio Lopes e Eduardo Laber. E destaca que a colaboração entre a equipe está no DNA do laboratório. “Eu, o Hélio e o Laber fizemos esse grupo e logo chegaram outros para colaborar. Desde que o Galgos surgiu, já existia essa coisa da parceria mesmo. Os alunos querem aprender e interagem bastante entre si, desde a graduação”, aponta Poggi.

Alunos do Galgos e de outros laboratórios reunidos Foto: Arquivo Pessoal

Pelo fato de o Galgos ser um laboratório com grande diversidade de áreas de atuação, existe também a colaboração com outros laboratórios. Entre eles se destacam o ExACTa, uma iniciativa de experimentação ágil e cocriação para transformação digital, e o Laboratory for Advanced Collaboration (LAC), que desenvolve softwares para redes móveis, Internet das Coisas e ambientes de computação pervasiva.

Parcerias com o setor produtivo

O Galgos também produz inovação em parcerias com empresas. O projeto PRONAV (patrocinado pela Petrobras) estuda algoritmos para gerar a movimentação dos produtos claros e escuros ao longo da costa do Brasil; enquanto o projeto RC (em parceria com a FAST-SearchandTransfer) visa a extração automática de conteúdo relevante de páginas Web.

A possibilidade de participar de grandes projetos com o setor produtivo é outro ponto ressaltado por Spyrides. “Uma coisa que impressiona no DI, na pós como um todo, é a liberdade. Agora, você é responsável pela sua própria trajetória. O acesso ao professor se torna muito mais pessoal. Por isso, conseguimos articular esses projetos”, conta.

O trabalho do laboratório também recebe reconhecimento internacional. Em 2017, o ex-aluno de doutorado do DI Eduardo Uchoa, que fez parte do Galgos, recebeu o prêmio de melhor artigo científico no International Symposium on Mathematical Programming, junto com Artur Pessoa, também aluno do departamento.

A qualidade das pesquisas produzidas pelo Galgos também pode ser constatada pelas publicações em veículos científicos relevantes, como ACM TOIS, SICOMP, Mathematical Programming, ACM TALG, WWW, IPCO, dentre outros.

 

Aluno do DI vence desafio internacional de natural language processing (NLP)

Lucas Pavanelli. Foto: Arquivo Pessoal

Lucas Pavanelli, aluno de mestrado, conquistou o primeiro lugar em categoria do eHealth-KD Challenge, promovido por universidades da Espanha e de Cuba.

A colaboração leva muito mais longe que a competição. Essa foi a ideia que norteou o trabalho de Lucas Pavanelli, aluno de mestrado do Departamento de Informática (DI) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Em um esforço conjunto entre o DI, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a PUC-PR, Lucas conquistou o primeiro lugar na categoria Entity Recognition Scenario no eHealth-KD Challenge 2021. A pesquisa foi orientada pelo professor Eduardo Laber.

O grupo também conquistou o segundo lugar geral na competição, em colaboração com professores das outras três universidades. Foram dois meses de elaboração para chegar em um sistema capaz de dar a melhor resposta possível para os problemas do desafio, que consistiam em criar um algoritmo para extrair dados a partir de textos disponibilizados pelos organizadores.

As informações presentes no material eram do domínio biomédico, área que Lucas abordou em seu mestrado. Durante o desafio, os organizadores apresentaram questões junto aos gabaritos. A ideia era demonstrar aos participantes o que era esperado de seus algoritmos. Já na última etapa, não havia gabarito com as respostas, dificultando consideravelmente as tarefas.

A área da pesquisa de Lucas é chamada de processamento de língua natural (ou NLP, em inglês), um domínio da inteligência artificial. Segundo o aluno, o DI foi essencial para conseguir estudar esse campo da computação, principalmente por conta da colaboração com outros acadêmicos. “O DI foi bem importante, principalmente o professor Eduardo Laber. Quando eu entrei no mestrado eu já tinha interesse nessa área, assim como meu orientador. Ele sempre me apoiou e por isso consegui estudar mais sobre esse assunto”, disse Lucas.

Ele afirma ser possível expandir a pesquisa para outras áreas no futuro. “Nós desenvolvemos um modelo novo, o que é bom do ponto de vista de pesquisa. O esforço que tivemos ao longo desse tempo pode ser usado para resolver outras tarefas, com outras aplicabilidades”, concluiu.