O Globo destaca o uso de ‘big data’ no esporte

DI desenvolve diversos projetos na área de Ciência de Dados em parceria com a indústria

 

Vem de longe o protagonismo do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio no desenvolvimento de tecnologias ligadas à ciência de dados e nas parcerias com a indústria. Os programas do DI destacam-se na América Latina, segundo o estudo inglês Times Higher University Impact Rankings, no que diz respeito ao ‘desenvolvimento da indústria, inovação e infraestrutura’. 

 

Este tipo de emprego dos recursos tecnológicos foi destaque nesta segunda-feira (21) na reportagem “Esporte e inovação: Ciência de Dados guia decisões da performance ao marketing, mas precisa chegar à alta gestão”, do jornal O Globo. O texto mostra como estratégias de sucesso podem ser traçadas a partir do uso intensivo da big data, técnica que atribui inteligência aos dados. 

 

O professor do DI Hélio Lopes é um dos coordenadores do grupo de Ciência de Dados ExACTA, iniciativa que engloba os laboratórios daslab, IDEIAS-SERG, Galgos e LES e desenvolve projetos com a indústria em diferentes áreas, como finanças, seguros, entretenimento e óleo e gás. Lopes lembra que o DI tem atuado fortemente neste último setor, trabalhando desde geofísica e geologia, para exploração de recursos, até informações referentes à logística, ao planejar a distribuição. Mas a Ciência de Dados pode contribuir com qualquer área, inclusive no esporte, como mostra a reportagem de O Globo.

 

O professor destaca que as indústrias têm suas demandas específicas, e cada parte do processo requer tecnologias diversas. “Com a crescente demanda da indústria para transformação digital, o principal passo para o sucesso é colocar os dados no centro de tudo. A Ciência de Dados veio para fazer essa transformação. Isso quer dizer olharmos para o tripé pessoas-processos-tecnologia que existe em cada indústria. Os dados são a forma como esses elementos do tripé se comunicam”, explica Lopes.

 

Leia a matéria completa do jornal O Globo:

 

Desde 2002, quando o beisebol mostrou ao mundo como utilizar estatística e ciência de dados para ganhar o jogo, o esporte aprendeu que a vitória pode advir da revelação de um padrão de comportamento até então desconhecido do adversário. Isso é aplicado em modalidades diversas. Por exemplo, um jogador de vôlei, de 1,98m, que salta 3,50m e impulsiona uma bola para atingir a velocidade de 150km/h, é um adversário que impõe respeito. Entretanto, uma equipe técnica pode diagnosticar que esse atleta recorrentemente utiliza o lado esquerdo da rede para cortar no ponto decisivo e assim traçar estratégias mais eficientes de defesa.

 

No alto rendimento, isso só é possível com o uso intensivo da ciência de dados, ou “big data”, técnica que atribui inteligência aos dados. No entanto, o uso dessas informações vai muito além do jogo, sendo responsável também por decisões que permeiam a alta gestão e as estratégias de marketing.

 

A ciência de dados é uma área do conhecimento que combina vários campos: estatística, método científico e análise com objetivo de extrair inteligência dos dados — ou “valor”, como chamam os especialistas. Ela chegou ao esporte para responder as demandas das equipes técnicas por informações que pudessem melhorar de forma contínua a performance do elenco e personalizar o conhecimento sobre os adversários. Com o tempo, criou-se um outro tipo de rivalidade, uma disputa acirrada e milionária entre as equipes por dados que o oponente não possua. Desta forma, cientistas e analistas de dados tornaram-se profissionais imprescindíveis. O primeiro coleta as informações de fontes diversas para fazer predições, encontrar padrões e inferir sobre a resolução de problemas. O analista é mais aplicado e específico, trabalha com ferramentas voltadas à inteligência dos negócios. Seu objetivo é interpretar dados e produzir indicadores de desempenho.

 

Expansão e limites

O uso dos dados no esporte de elite começou na performance e depois passou para o marketing. Agora, pouco a pouco, essas áreas começam a pressionar a alta gestão pela implantação de uma estratégia de dados para tomada de decisão. Tem sido assim no Brasil e foi desta forma em grande parte do mundo.

 

Na área técnica, a ciência de dados chegou através de empresas que desenvolvem soluções específicas para várias modalidades. Entre as mais utilizadas estão a Wyscout, Instat e SportCode. A disseminação dessas plataformas universalizou o acesso às informações e, consequentemente, inteligência passou a ser a capacidade de produzir uma informação diferenciada, customizada e secreta. Por esse motivo, as organizações com mais recursos, além de utilizarem as plataformas, têm seus próprios bancos de dados voltados a orientar seus profissionais.

 

Já a área de marketing, impactada pela indústria do entretenimento, precisou adotar ciência de dados para multiplicar sua base de fãs através do uso intensivo de mídias sociais e canais de streaming. Prioritariamente, foram adotadas rotinas com base em business analytics, um conceito que descreve a exploração dos dados de uma organização, com ênfase na análise estatística.

 

Com a base de fãs crescendo, multiplicou-se a geração de novas oportunidades comerciais e a dependência tecnológica das organizações esportivas para conquista dessa nova fonte de recursos, com objetivo de transformar cada fã em cliente (um mundo onde algoritmos decidem onde colocar um banner, por exemplo).

 

No marketing do esporte brasileiro, o uso da ciência de dados tem se tornado mais comum. As equipes mais ricas têm seus próprios profissionais. Já aquelas com orçamento mais restrito terceirizam o tratamento de dados visando responder perguntas para engajar seu fã. Essas ideias valem para tênis, vôlei, surfe, basquete… No futebol, chama atenção uma força nordestina emergindo com Bahia, Fortaleza, Sport, Santa Cruz e CSA, que já utilizam inteligência de dados para engajar seus torcedores e simpatizantes, modernizando estratégias de marketing e aumentando a base de sócio-torcedor e vendas através de ações comerciais.

 

No Brasil, a aplicabilidade da ciência de dados na gestão é pouco explorada. Em grandes clubes fora do país, é realidade como ferramenta para tomada de decisão; já chegou ao topo da organização e, hoje, discute-se como, quanto e quando começarão a pagar aos fãs pelos dados utilizados. No Brasil, o assunto terá protagonismo por dois motivos. Primeiro, não há caminho de volta. Segundo, com a promulgação da Lei Geral de Proteção de Dados em 2018 e sua vigência iniciada em março do ano passado, as organizações esportivas poderão escolher entre o amor e a dor para acelerar suas curvas de aprendizado: ou através da geração de conhecimento ou pelo doloroso pagamento de multas.

 

Mundo pós-pandemia

O desafio da nova gestão esportiva é pós-moderno. Essa é a nova etapa de desenvolvimento da nossa sociedade, não somente do mundo do esporte. É um ponto de virada quando passamos a utilizar tecnologia para gerar inteligência.

 

No esporte do mundo pós-pandemia — quando o caixa está abalado e o aumento da receita requer a entrada maciça do capital privado — sairá na frente quem conseguir mais rapidamente se adaptar aos novos modelos de negócios que serão baseados no uso intensivo de tecnologia para geração de novas receitas. Será necessário investir na educação dos gestores, na integração das áreas e na contratação de especialistas para que essa “inteligência pós-moderna” se faça disponível.

 

A organização esportiva pós-moderna tem Tecnologia da Informação estratégica e um corpo de cientistas de dados apoiando diretamente a tomada de decisão de seus líderes — seja o responsável maior da organização, como o presidente de um clube, seja os diretores dos departamentos. A TI meio, aquela que cuida da infraestrutura, torna-se o braço operacional. Na pós-modernidade, onde a tomada de decisão dos gestores esportivos não se fará sem o apoio de soluções tecnológicas, a TI pensa.

 

É uma mudança cultural, o maior desafio que as pessoas que estão à frente das organizações esportivas precisam enfrentar. Ventos inspiradores chegam da Bundesliga e da liga profissional norte-americana de basquete, a NBA, onde a TI já é estratégica, decide-se com base nos dados produzidos por equipes de cientistas e tanto a alta gestão quanto o marketing e a equipe técnica funcionam embasados por informação de qualidade.

Parcerias do DI com empresas são destaque no Valor Econômico

Em reportagem, o diretor do DI Markus Endler falou sobre a importância de uma postura proativa para conseguir parcerias

Em reportagem na 1ª página, Markus Endler enfatiza proatividade na busca por colaborações

Leia a Materia Completa

O papel do Departamento de Informática (DI) no desenvolvimento de inovações tecnológicas e na criação de parcerias com o setor empresarial foi destaque no Valor Econômico nesta quarta-feira (16). A reportagem, com foto do diretor do DI, Markus Endler, saiu na primeira página do jornal. A matéria aborda ainda dois outros centros de excelência na zona sul do Rio que também desenvolvem esse tipo de iniciativa, o Tecgraf, da PUC-Rio, e o IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada).

 

Endler ressaltou que o Departamento de Informática mantém estreita colaboração com a indústria desde sua criação, em 1967. À frente do DI desde junho de 2020, o diretor buscou organizar o processo de atração de empresas parceiras, com pessoas designadas para visitá-las e explicar as competências do DI. “É uma postura mais pró-ativa”, disse. A reportagem mostrou que o DI tem entre 30 e 40 empresas parceiras atualmente, incluindo Petrobras, Mongeral, LifeMed, Nvidia e NEC. Estas parcerias já renderam investimentos de cerca de R$ 108 milhões no departamento desde 2019.

 

A matéria também destaca o trabalho do Instituto Tecgraf com empresas. O diretor, Marcelo Gattass, contou que o Tecgraf já nasceu com um contrato com a Petrobras, sendo capaz de se sustentar. O instituto tem receita anual de R$ 100 milhões, fruto de 30 contratos em andamento com empresas como Shell, GE, Rede D’Or e a própria Petrobras. Um dos projetos desenvolvidos por Gattass foi o de uma inteligência artificial, criada para a Eneva, capaz de indicar onde pode haver ocorrência de gás natural com base em sísmicas.

 

Como exemplo de resultados desse tipo de parceria do DI da PUC-Rio, a reportagem citou a linguagem de programação Lua, criada pelo DI nos anos 90, que surgiu de uma demanda da Petrobras, que precisava integrar diferentes softwares.

 

Outra instituição citada por avançar na tarefa de apresentar soluções e inovações para questões da indústria foi o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), que tem buscado uma maior aproximação com empresas privadas e criou um centro de inovação para isso.

 

Para ler a matéria completa do Valor Econômico clique aqui.

 

LEIA TAMBÉM

http://www.inf.puc-rio.br/blog/noticia/noticia/gattass-relembra-desafios-do-tecgraf-em-projetos-com-a-petrobras

http://www.inf.puc-rio.br/blog/noticia/noticia/linguagem-de-programacao-e-a-ferramenta-de-software-por-excelencia-diz-ierusalimschy

http://www.inf.puc-rio.br/blog/noticia/noticia/linguagem-lua-e-destaque-na-imprensa-devido-ao-sucesso-da-roblox

Por Dentro do DI: Instituto Tecgraf é pioneiro em parceria com indústria

O diretor do Tecgraf/PUC-Rio, prof. Marcelo Gattass (segundo à esquerda), ao lado de colaboradores do Instituto, no estande do Tecgraf na Rio Oil & Gas 2018. Foto: Reprodução / Instituto Tecgraf/PUC-Rio

Laboratório, que tem a computação gráfica como área de pesquisa, colabora há mais de 30 anos com a Petrobras

Mais de três décadas de pesquisa e desenvolvimento na área de computação gráfica e uma sólida parceria com a indústria. Esses são alguns dos atributos do Instituto Tecgraf, vinculado ao Departamento de Informática da PUC-Rio. O laboratório é coordenado pelo professor do DI Marcelo Gattass e desenvolve sistemas computacionais, simulações numéricas, computação distribuída e visualização gráfica interativa tridimensional.

O instituto nasceu como um ponto de interseção da Informática com os departamentos de Engenharia Civil e Matemática da universidade. Foi criado em 1985, pelo professor Luís de Castro Martins, que era diretor do Rio Data Centro (RDC) da PUC-Rio. A ideia era desenvolver a área de computação gráfica no campus. 

Abrigados em duas salas dentro do RDC, a missão da equipe inicial do Tecgraf era também ajudar no desenvolvimento da biblioteca GKS/PUC, uma implementação nacional do então padrão internacional Graphical Kernel System, usado para desenvolver programas gráficos interativos. 

Gattass fez parte daquele primeiro núcleo, e logo passou a liderar os trabalhos desenvolvidos por lá, o que chamou a atenção da diretoria do DI. Após o convite do então diretor, José Lucas Rangel, Gattass ingressou no nosso departamento, assim como o Tecgraf, que foi totalmente abraçado pela Informática da PUC-Rio até 2013. Foi neste ano que o laboratório se tornou um instituto diretamente ligado à Vice-Reitoria de Desenvolvimento da universidade. 

Segundo Gattass, o atual objetivo é manter o Tecgraf engajado tanto no ambiente acadêmico quanto na sociedade de uma forma geral. “Eu sempre procurei fazer algo que colocasse a PUC como uma universidade de produção de conhecimento, de formação de pessoas de excelência”, define. 

Leia também: Perfil: Marcelo Gattass trouxe parcerias com empresas e indústria ao DI

Parceria com a indústria

Não há como falar do Tecgraf sem destacar sua longa colaboração com o setor industrial. A principal parceira do grupo é a Petrobras. A cooperação com a empresa vem desde a criação do Instituto. 

De lá para cá, o Tecgraf desenvolve, implementa e mantém diversos sistemas em operação na Petrobras, nas áreas da exploração, produção e abastecimento, e também com foco na segurança e na proteção do meio ambiente. Um dos projetos de responsabilidade do instituto é justamente o do sistema que previne derramamento de petróleo dos navios e plataformas da Petrobras. “A gente ajudou muito o setor a se tornar mais seguro e a combater vazamentos”, conta Gattass. 

Marcelo Gattass durante inauguração do Prédio Pe. Laércio em 17 de outubro de 2013. Foto: Arquivo pessoal

O Tecgraf também tem projetos em parceria com empresas como Transpetro, GE Brasil, Eneva, Shell Brasil e Marinha do Brasil. O Instituto também colabora com outros departamentos acadêmicos da PUC-Rio e instituições de ensino e pesquisa nacionais e internacionais.

Além da indústria de óleo e gás, o instituto trabalha nos setores de segurança, entretenimento e medicina, atuando de forma ampla em diversas áreas de competência, como Modelagem e Simulação Computacional, Gestão de Dados e Ciência de Dados, Tecnologias de Interatividade Digital,  Indústria 4.0 e Otimização e Logística. “Nosso intuito é buscar o envolvimento dos alunos em um trabalho que seja relevante, e gerar riqueza com isso”, explica o professor. 

A longa e abrangente associação com o setor industrial rendeu diversos prêmios e conquistas ao Tecgraf, ao Gattass, aos seus colaboradores e à própria universidade. Recentemente, a Ciência da Computação da PUC-Rio conquistou o 1º lugar na lista de cursos de universidades brasileiras da área que mantêm projetos com a indústria no Emerging Economies University Rankings 2021, divulgado pela prestigiosa revista inglesa “Times Higher Education”. “Grande parte do nosso reconhecimento com a indústria vem do Tecgraf”, ressalta o diretor do DI, Markus Endler. 

Equipe ampla e engajada 

Em 1987, o Tecgraf começou com uma equipe de 12 pessoas. Hoje, são mais de 400 colaboradores, que trabalham em projetos dos mais diversos clientes. Tamanho crescimento exigiu preparo e suporte. Na coordenação das gerências que compõem o Tecgraf hoje, está o gerente geral técnico e ex-aluno do DI Carlos Cassino. É ele quem mapeia as novas demandas e busca estimular um trabalho colaborativo em prol dos bons resultados. “Meu papel é ter uma visão geral do que os grupos estão fazendo, tentar integrá-los e fazer prospecção com empresas para buscar novos projetos”, explica.

Equipe do Tecgraf responsável por desenvolver o Projeto CCPD – Centro de Controle de Proteção de Dutos para a Transpetro: Ricardo Terzian, Leonardo Barros, Douglas Carriço, Maria Julia Lima, Samir Azzam, Silvio Hamacher, Carlos Cassino, Carlos Coutinho Netto, Rodrigo Iaigner (em pé da esquerda para direita); Melissa Lemos, Daniel Gonçalves e Rodnei Silva Couto (sentados da esquerda para direita). Foto: Reprodução / Instituto Tecgraf/PUC-Rio

Por sua vez, a pesquisadora Melissa Lemos, ex-aluna do DI, é a gerente de projetos na área de big data, trabalhando com busca e integração de dados. Um dos que estão sendo tocados por sua equipe é o Danke, com um tecnologia de busca de dados que não exige que os usuários tenham habilidades técnicas específicas para pesquisar, recuperar, explorar e resumir informações em bancos de dados.

Esse modo de operar do Danke é usado em produtos pensados para vários clientes do Tecgraf, como a Petrobras. “Já aplicamos busca para diversos projetos da indústria de óleo e gás, como, por exemplo, na área de inspeção, manutenção e segurança de plataformas”, conta Melissa. Mais recentemente, o Danke foi utilizado em aplicações web para ajudar a extrair dados relacionados à Covid-19.

Para os pesquisadores, o crescimento do Tecgraf é fruto de um ambiente colaborativo e de valorização de pessoas. “Precisamos fazer com que o conhecimento reflita para todo o ambiente, gerando uma espiral positiva que atraia cada vez mais alunos e pessoas”, disse o professor. 

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