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‘Inteligência Artificial não é mágica. São programas’, diz Baffa em live 
quinta-feira, 4 de março de 2021 às 17:57

Foto: Reprodução/Youtube

Palestra “Desmistificando a Inteligência Artificial” fez parte do evento de abertura do Curso de Graduação em Neurociências da PUC-Rio

Há quem acredite que a Inteligência Artificial (IA) é “mágica” ou que as máquinas fazem tudo sozinhas e se programam de forma autônoma. Também há quem encare a IA como uma grande ameaça à humanidade, atribuindo aos robôs o “domínio do planeta Terra”. Porém, a realidade é bem diferente. 

“Se as máquinas estão fazendo o que fazem, é porque isso era, no mínimo, esperado. Alguém já deu aquele caminho e proporcionou esse algoritmo para esse experimento”, disse o professor Augusto Baffa na live “Desmistificando a Inteligência Artificial”, apresentada nesta quinta-feira (4). A palestra fez parte do evento de abertura do Curso de Graduação em Neurociências da PUC-Rio, e está disponível no canal do DI no YouTube

Ao explicar o objetivo da live, Baffa disse que a ideia era falar sobre como a IA surgiu, contar o seu desenvolvimento e desmistificar a ideia de que as máquinas fazem “tudo” sozinhas. “Não é nada mágico. São programas com uma decisão um pouquinho mais esperta, mas ainda são, de fato, programas.”

Baffa explicou o conceito de Inteligência Artificial, que vem da junção dos dois termos, e ressaltou que existe uma certa dúvida sobre essa definição. De acordo com o professor, o termo “artificial” é fácil de definir – é aquilo que foi criado, que não é natural -, mas que existem várias formas de definir a palavra “inteligência”. 

“O que é inteligência? É se comportar como um ser humano? É se comportar da melhor forma possível? É pensar ou agir como um ser humano, da melhor forma possível?”, questionou. 

Mas na prática, segundo o professor, a IA é definida como uma área de pesquisa que tem como objetivo buscar métodos ou dispositivos computacionais que possuam ou aumentem a capacidade racional do ser humano de resolver problemas, pensar ou, de forma geral, “ser inteligente”.  

Relação entre IA e neurociência

Durante a palestra, voltada para os alunos do novo curso de graduação em Neurociências da PUC-Rio, Baffa também destacou a relação entre as duas áreas. 

Segundo o professor, a Inteligência Artificial é composta por uma série de condicionalismos, ou seja, de pequenas decisões que não precisam ser, de fato, totalmente inteligentes – mas sim pré-programadas. Dentro da linguagem de programação, usa-se o comando “if” (a condicional “se”, em português), que é responsável por tomar uma decisão. Porém, esse comando é um código de computador que é programado automaticamente, o que não o faz ser inteligente como um ser humano. 

A partir dessa explicação, Baffa trouxe algumas questões que relacionam a IA ao cérebro humano. “Será que o nosso cérebro tem esse livre-arbítrio completo, ou será que a gente tem uma predisposição biológica para tomar algum tipo de decisão? A IA seria mais ou menos dessa mesma forma”, disse.

O diretor do DI, Markus Endler, contribuiu com a parte final da palestra reforçando essa ligação entre os campos da Neurociência e Inteligência Artificial. “A IA ainda está longe de codificar as emoções, e creio que a neurociência, cada vez mais, tem dado mais importância às emoções como sendo os elementos que tornam alguns processos mais rotineiros. Por exemplo, quando a pessoa está se sentindo bem e motivada, ela faz uma coisa melhor e até grava isso melhor”, disse Endler.  

Definições de Inteligência Artificial

Outros pontos apresentados por Baffa foram as definições de Inteligência Artificial criadas pelo diretor de qualidade de pesquisa do Google, Peter Norvig, e pelo cientista da computação e professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, Stuart Russell. 

Os autores determinaram que existem quatro linhas de pesquisas principais, que envolvem os sistemas que agem como humanos, os sistemas que pensam como humanos, os sistemas que pensam racionalmente e os sistemas que agem racionalmente. Durante a palestra, Baffa se aprofundou em cada um dos tópicos listados e em suas respectivas pesquisas. 

Ele também explicitou a grande abrangência da IA, que está associada a diversas áreas além da Neurociência, como a estatística (que cria os processos de machine learning), a linguagem (na qual são estudados o processamento de linguagem natural e o campo da linguística) e a visão computacional (que trabalha com informações visuais, como processamento visual, foto, vídeo e reconhecimento de objetos).

A segunda parte da live foi dedicada à história dos estudos e do desenvolvimento da Inteligência Artificial. Por fim, o professor destacou notícias recentes sobre o tema e respondeu às perguntas do público.

O coordenador do curso de Neurociências, Daniel Mograbi, agradeceu a participação dos professores Baffa e Endler e reforçou a parceria entre os departamentos.



Inscrições abertas para o curso de Compliance de Dados e Formação de DPO
quinta-feira, 4 de março de 2021 às 15:35

Aulas online começam em 3 de maio; ementa reúne conceitos de Direito e de Segurança da Informação

O curso Compliance de Dados e Formação de DPO, oferecido em conjunto pelo Departamento de Informática (DI) e pelo Instituto de Direito da PUC-Rio, está com as inscrições abertas. As aulas estão previstas para acontecerem entre 3 de maio e 4 de junho, de forma online.

O objetivo do curso é abordar temas jurídicos e técnicos a fim de especializar profissionais interessados em atuar como encarregados de proteção de dados, cargo que vem sendo cada vez mais requisitado pelas empresas.

Quem é o Encarregado de Proteção de Dados?

É o profissional responsável pela comunicação entre os agentes de tratamento de dados, os titulares de dados (como uma empresa) e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) quanto aos procedimentos de tratamento de dados pessoais.

De acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), esse profissional também é conhecido como DPO (sigla em inglês para Data Protection Officer), e ele é indicado pelos controladores e/ou operadores de dados de uma empresa. 

Um dos coordenadores do curso e também professor do DI, Anderson Oliveira da Silva, frisa a importância do DPO para uma empresa. “Esse profissional vai mover a empresa em direção às políticas de proteção de dados para minimizar o risco de vazamentos, que vêm acontecendo com muita frequência. Os vazamentos não só queimam a imagem da empresa, mas também trazem, eventualmente, prejuízos financeiros para ela.”

Dentre as áreas de atuação do DPO, destaca-se a orientação dos funcionários e dos contratados de uma empresa a respeito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados. Ou seja: esse profissional é o grande responsável por atuar à frente da área.

Para quem é o curso?

O curso de extensão da PUC-Rio é voltado para profissionais de segurança da informação; advogados ou mediadores; profissionais de compliance; e gestores com noções de LGPD,  cybersecurity e normas. 

Além disso, ele também é voltado para pessoas que tenham interesse em realizar formação como encarregado de proteção de dados. Não há necessidade de formação jurídica ou em ciência de dados e sistemas de segurança para participar do curso. 

Ementa reúne conceitos e boas práticas da área

Com carga horária de 30 horas, o curso irá abordar conceitos relevantes nas duas áreas de conhecimento: Direito e Segurança da Informação.

Os alunos poderão se familiarizar com os conceitos da LGPD, de ciência de dados, de ataques cibernéticos e de sistemas de gestão de segurança da informação. Além disso, as aulas também trarão as melhores práticas de segurança da informação e os estudos de casos sobre os temas relatados.

“A nossa ideia não é fazer um curso técnico, mas sim mostrar aos alunos como acontecem os ataques cibernéticos, mostrando conceitos de vulnerabilidade e ameaças, para que eles entendam quais são as principais ameaças e como lutar contra elas”, explicou Silva. 

“Depois disso, explicaremos a importância do sistema de gestão de segurança, como construí-lo e mostraremos a aplicação dos controles das melhores práticas de segurança que, quando bem implantados, trazem segurança para uma empresa”, finalizou o coordenador.

Como se inscrever? 

As inscrições estão abertas e podem ser realizadas via CCE. O curso on-line começa em 3 de maio e termina em 4 de junho. 

As aulas serão realizadas pela plataforma Zoom às segundas e quartas-feiras, das 18h às 20h. Porém, o conteúdo será também gravado e disponibilizado para os alunos que não tiverem a oportunidade de acompanhar alguma das aulas. 

A página do CCE da PUC-Rio reúne todas as informações sobre a ementa, valores e inscrições. Para acessá-la, basta clicar aqui.



DI participa de evento inaugural do novo curso de graduação da PUC-Rio
quarta-feira, 3 de março de 2021 às 18:30

O professor Augusto Baffa é um dos palestrantes convidados do evento de abertura do curso de graduação em Neurociências 

Reconhecida pela sua excelência de ensino, a PUC-Rio começa 2021 com uma novidade: um curso de graduação em Neurociências. Para dar início às atividades, o departamento preparou, entre os dias 1º e 5 de março, uma semana de diversos eventos relacionados à proposta e à ementa do curso – e o Departamento de Informática (DI) marcará presença com uma live do professor Augusto Baffa sobre Inteligência Artificial, nesta quinta-feira (4).

Muita gente pode não se dar conta, mas os dois assuntos estão profundamente relacionados. “Um dos aspectos da Inteligência Artificial vem da psicologia e da neurociência. Na realidade, a área de IA é muito grande. Essa é uma grande ciência que estuda qualquer coisa que seja inteligente”, disse Baffa. 

No evento online, o professor do DI vai explicar a relação entre a Inteligência Artificial e a Neurociência, e mostrará notícias e vídeos para desmistificar o assunto. “Muitas pessoas encaram a Inteligência Artificial como se fosse mágica, como se a máquina estivesse pensando por conta própria. Mas não é nada disso. A máquina ainda está muito longe de pensar sozinha”, explicou Baffa. 

O coordenador do curso de Neurociências, Daniel Mograbi, crê na importância de falar sobre o tema, já que uma das tendências e perspectivas da área é a articulação de neurociências com a tecnologia. “Isso vai crescer muito nas próximas décadas, então é muito importante trazer essa perspectiva desde o início e sinalizar aos alunos que esse é o caminho.”

Mograbi, que já conhecia o trabalho de Baffa e do Departamento de Informática, também frisou a importância de convidar um especialista no tema para conversar com os alunos e interessados. “Fizemos questão de trazer uma pessoa para trocar com a gente, trazer ideias e estabelecer essa conversa”, disse Mograbi, reforçando a parceria e as relações com o DI. 

Novo curso tem ementa interdisciplinar

Lançado no Vestibular da PUC-Rio do ano passado, o curso de graduação em Neurociências começa em 2021.1. “Tivemos uma grande procura e a nossa taxa de candidato/vaga foi altíssima. Formamos a nossa primeira turma, estamos muito animados e temos muitas expectativas de crescimento”, ressaltou Mograbi. 

A ementa procura introduzir o aluno no campo das neurociências através de uma abordagem interdisciplinar, focando em áreas como Psicologia, Biologia, Química, Filosofia e Informática. No 3º período, por exemplo, os alunos poderão estudar a disciplina “Introdução à Programação”, que ajudará os estudantes a compreender uma perspectiva computacional dentro desse campo.

“Queremos formar pessoas que sejam capazes de aplicar esses conhecimentos nas mais diversas áreas. O campo de neurociências está em franca expansão e o mundo será cada vez mais impactado por esse conhecimento”, disse Mograbi.

Como assistir à palestra?

A palestra “Desmistificando a Inteligência Artificial”, do professor Augusto Baffa, faz parte do Evento de Abertura do Curso de Graduação em Neurociências da PUC-Rio e acontecerá no dia 4 de março (quinta-feira), das 10h às 11h. 

O evento será online, aberto ao público e pode ser assistido via Zoom



Por Dentro do DI: Daslab desenvolve e inova na área de Ciência de Dados
quarta-feira, 3 de março de 2021 às 13:23

O professor Hélio Lopes (esq.) recebendo, pelo daslab, o prêmio do BPI Challenge 2017, em Barcelona. Foto: Arquivo pessoal

Laboratório realiza pesquisas na área de data science e desenvolve produtos para a indústria

No terceiro post da série “Por Dentro do DI”, falaremos sobre o daslab, que é o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) em Ciência de Dados do Departamento de Informática da PUC-Rio. Ele é co-coordenado pelos professores Hélio Lopes e Simone D. J. Barbosa.

O objetivo do daslab é fazer pesquisa, desenvolvimento e inovação em Ciência de Dados, incluindo as suas áreas afins, como: aprendizado de máquina, mineração de dados, mineração de processos, visualização, UX / UI, inteligência artificial, bancos de dados, IoT e ética na computação.

“O nosso foco é desenvolver métodos e sistemas computacionais que resolvam os problemas da vida real”, disse Lopes, que criou o laboratório em 2017 a fim de proporcionar um espaço ao desenvolvimento de pesquisas na área de ciência de dados.

Ainda de acordo com o co-coordenador, o daslab realiza não só pesquisas práticas e teóricas na área de data science, mas também desenvolve produtos para a indústria. “Em dado produto para um cliente, nós trabalhamos a interpretação de relatórios operacionais, tentando extrair as informações que vinham desses textos, a fim de possibilitar buscas semânticas em linguagem natural”, exemplificou. 

Interdisciplinaridade

Um dos pontos altos do daslab é a sua forte colaboração com outros NITs do Departamento de Informática, principalmente com IDEIAS-SERG, Galgos e ExACTa. De acordo com Lopes, a área de ciência de dados é bastante interdisciplinar e conversa com as propostas dos demais NITs. 

Integrantes do daslab. Foto: Arquivo pessoal

O IDEIAS-SERG realiza pesquisa multidisciplinar em IHC e UX, focando atualmente em Engenharia Semiótica e Semiótica Computacional; Visualização de Informação e Visual Analytics; Computação Centrada em Humanos; e Ética e Mediação Algorítmica de Processos Sociais. Esse laboratório traz para o daslab seu conhecimento e experiência em análise, design e avaliação de interação e de interfaces de usuário (IHC+UX).

Já o Galgos visa desenvolver e aplicar métodos algorítmicos para o manuseio e a análise de grandes volumes de dados, e otimizar recursos de médio e grande porte. Nesse caso, o daslab colabora na parte de interpretar relatórios analíticos. 

Por fim, o ExACTa usufrui o trabalho do daslab e dos demais NITs para entregar produtos para transformação digital da indústria de uma forma ágil.

A união dos NITs resulta em uma equipe com cerca de 40 membros, entre alunos de graduação, mestrado, doutorado e participantes dos projetos, que transitam entre os diferentes trabalhos dos laboratórios. 

“A gente puxa para o lado da cooperação, estabelecendo uma troca entre os alunos e participantes, enriquecendo o trabalho e fazendo com que todos ganhem muito com isso”, explicou Lopes. “O daslab oferece uma enorme experiência para os alunos, em termos de conhecimento e prática com aplicações na indústria.”

Conquistas 

O laboratório tem executado importantes projetos com a indústria, tem promovido a difusão de conceitos de data science em diversos setores e tem sido reconhecido por seu trabalho.

No final de 2017, o daslab conquistou o BPI Challenge 2017, premiação voltada à área de mineração de processos. “Resolvemos um desafio mundial e obtivemos a conquista”, contou Lopes, que participou do evento em Barcelona, na Espanha. 

Já em 2020, o laboratório recebeu o prêmio de Melhor Artigo na International Conference on Enterprise Information Systems (ICEIS), com o artigo “Globo Face Stream: A System for Video Meta-data Generation in an Entertainment Industry Setting”, escrito por Lopes e pelos alunos de doutorado Rafael Pena, Felipe A. Ferreira, Frederico Caroli e Luiz Schirmer. 

Gostou da iniciativa e deseja fazer parte? Fique de olho, porque o daslab está disposto a receber alunos de graduação, mestrado e doutorado interessados em trabalhar com a área de ciência de dados – uma das mais requisitadas do mercado. Basta entrar em contato com os professores Hélio Lopes (lopes@inf.puc-rio.br) ou Simone Barbosa (simone@inf.puc-rio.br). 



Aulas na PUC-Rio voltam no dia 1º de março de forma remota
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021 às 17:22

Foto: Divulgação

Departamento de Informática promove encontros virtuais de boas-vindas para graduação e pós-graduação

No dia 1º de março, a PUC-Rio inicia o semestre letivo de 2021.1. Em virtude do quadro de pandemia no país, as aulas permanecerão na modalidade online na graduação e na pós-graduação, a fim de cumprir o calendário acadêmico e resguardar a saúde dos alunos, professores e funcionários. O Departamento de Informática (DI) reiniciará na data as suas atividades nos cursos de graduação – Ciência da Computação e Engenharia da Computação – e nos cursos de pós-graduação stricto sensu – mestrado e doutorado em Informática. Já a pós-graduação lato sensu seguirá o calendário proposto pela Coordenação Central de Extensão (CCE). Todos os cursos do DI são avaliados com conceito máximo no MEC e na CAPES.

As aulas e demais materiais, como slides, links para as aulas, exercícios e bibliografia, podem ser acessados e consultados pelo site EAD PUC-Rio. Além disso, os alunos receberão e-mails relacionados às disciplinas inscritas, incluindo horários, possíveis alterações, entre outros informativos. “É muito importante que o aluno tenha o e-mail cadastrado junto à PUC-Rio atualizado, porque ele receberá quaisquer notícias por lá”, frisou a coordenadora do curso de Engenharia da Computação, Noemi de La Rocque Rodriguez

Neste período, os professores trabalharão com aulas síncronas e/ou assíncronas, dependendo da disciplina. Em todo caso, a participação dos alunos é fundamental para manter o bom funcionamento da dinâmica online. “É fundamental participar das aulas e, se possível, ligar a câmera para não deixar o professor sozinho”, comentou o coordenador dos cursos de pós-graduação, Marcos Kalinowski

Dinâmicas e boas-vindas

Nesta sexta-feira (26), às 10h20, os novos alunos dos cursos de graduação estão convidados para participar de um encontro online a partir das 10h20, via Zoom. O link do encontro será enviado por e-mail, no mesmo dia, pela manhã. 

A abertura do evento será feita pela Professora Daniela Vargas, Coordenadora Central de Graduação da PUC-Rio. O encontro também terá a participação do professor Sidnei Paciornik, Decano do Centro Técnico Científico (CTC) da PUC-Rio. 

Na ocasião, os calouros poderão conversar com o Decano do CTC, com a Coordenadora do SOU – Serviço de Orientação Universitária do CTC, com a Coordenadora do Ciclo Básico e com a representante da Coordenação de Cooperação Internacional da PUC-Rio, para conhecer um pouco mais a Universidade, o CTC e o curso escolhido. 

Já na parte da tarde, os calouros conversarão com os coordenadores de graduação de seus respectivos cursos. “Estamos com muita vontade de conhecer os calouros, e esperamos encontrá-los pessoalmente o mais breve possível”, disse Noemi. 

Em relação aos cursos de pós-graduação stricto sensu, os alunos poderão participar de um evento online de boas-vindas na próxima sexta (4) com a coordenação de pós-graduação e com a direção do DI. “Esperamos que seja um semestre de muito aprendizado e estamos muito animados para receber a todos”, disse Kalinowski. 

Formato online

A Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos afirmou, em nota, que a Universidade continuará a investir na inclusão digital e na capacitação de docentes e discentes para uso das tecnologias de informação e comunicação, em linha com as recomendações do Parecer n. 5/2020 do Conselho Nacional de Educação. 

A nota ainda frisa que a continuidade das atividades acadêmicas da PUC-Rio em 2020 não teria sido possível sem o apoio de toda a comunidade, sendo possível a conclusão, com sucesso, dos dois semestres letivos do ano passado.

“Temos feito muito esforço para que as disciplinas se tornem mais agradáveis no formato online. Temos aprendido coisas interessantes, e pretendemos continuar usando as ferramentas remotas mesmo após a volta às aulas presencial”, disse Noemi.

O diretor do DI, Markus Endler, reforça as boas-vindas. “Esperamos que, ao longo deste ano, caso seja possível, possamos voltar com algumas aulas presenciais no segundo semestre”, disse Endler. “Estamos muito contentes em voltar o contato com vocês”, finalizou.



Cientistas israelenses criam software de IA voltado à matemática
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021 às 19:20

Foto: Freepik

Chamado “Máquina Ramanujan”, o sistema revela padrões ocultos em números e pode mudar a forma como nos relacionamos com as conjecturas matemáticas

Você sabia que é possível automatizar a descoberta de conjecturas matemáticas? Essa é a premissa da Máquina Ramanujan, uma nova invenção algorítmica desenvolvida em Israel, que é capaz de revelar relações ocultas entre números e de gerar novas conjecturas que envolvem constantes matemáticas. 

De acordo com a publicação LiveScience, esse sistema computadorizado consiste em algoritmos que buscam conclusões ou conjecturas matemáticas que são provavelmente verdadeiras, mas que até então não foram provadas.

“Esse software tem uma arquitetura específica, um modelo matemático específico que ele segue. Com isso, ele consegue fazer as conjecturas e provar esses padrões”, explicou o professor do DI, Augusto Baffa. “Podemos considerar a Máquina Ramanujan como uma evolução do machine learning, que é muito pautado em padrões”, completou. O estudo foi publicado no início de fevereiro na revista científica Nature.

Por que ‘Máquina Ramanujan’?

O nome do software é batizado em homenagem ao matemático indiano Srinivasa Ramanujan, que nasceu em 1887 e morreu em 1920, com apenas 32 anos. 

Durante a infância, Ramanujan já se interessava pelo universo da matemática, desenvolvendo soluções para equações que, até então, nunca tinham sido resolvidas. 

Ao longo da vida, o seu trabalho era focado em formular, conceber e desenvolver as conjecturas matemáticas, ou seja, as proposições e fórmulas que ainda não tinham sido comprovadas como verdadeiras. Vale ressaltar que as conjecturas são o ponto de partida do que chamamos de teoremas matemáticos, isto é, as provas de determinados padrões a partir de uma série de equações.

A genialidade e a sensibilidade de Ramanujan para números o renderam grandes frutos ainda em vida. Em 1918, o matemático foi o mais jovem membro da Royal Society e o segundo homem indiano a ser empossado – o primeiro foi o engenheiro naval Ardaseer Cursetjee, em 1841.

A história de Ramanujan também virou filme: “O Homem que Viu o Infinito”, de 2016, é dirigido pelo britânico Matt Brown. A obra foca na vida pessoal de Ramanujan (interpretado por Dev Patel) que, apesar da infância humilde, conseguiu contribuir em diversas áreas da matemática. 

Por conta do trabalho de Ramanujan, a equipe de pesquisa do Instituto de Tecnologia Technion-Israel, responsável pelo desenvolvimento do software que gera conjecturas usando artifícios de Inteligência Artificial, optou por batizá-lo com o nome do matemático. 

Qual é a importância desse sistema? 

Segundo o físico Yaron Hadad, vice-presidente de Inteligência Artificial e ciência de dados da empresa Medtronic e um dos criadores do software, em entrevista ao LiveScience, o intuito da Máquina Ramanujan é identificar e extrair padrões matemáticos promissores de grandes conjuntos de equações potenciais. 

Para dirigir a Máquina Ramanujan, os pesquisadores se concentraram nas constantes fundamentais, ou seja, nos números fixos e fundamentalmente verdadeiros nas equações. Um exemplo de constante famosa é a pi, que é a razão entre a circunferência de um círculo e seu diâmetro – independentemente do tamanho do círculo, essa proporção sempre será de 3,14159265 e assim por diante. 

Com base nisso, o objetivo da Máquina Ramanujan é identificar conjecturas que sejam promissoras. Até agora, essa máquina algorítmica gerou conjecturas consideradas facilmente prováveis, descobriu novas maneiras fracionárias de calcular constantes e chegou a mais de 100 conjecturas consideradas intrigantes.

“Na prática, a inteligência desse software vem dessa junção, dessa percepção por padrões”, endossou Baffa. “Ela está na direção de detectar os padrões de forma mais sutil, tal como o cérebro. O cérebro é uma máquina muito poderosa de detecção de padrões.” 

Os pesquisadores responsáveis pela Máquina Ramanujan esperam que esse software revolucione a forma de se fazer a matemática. Para aproximar esse experimento do público, eles criaram um site, RamanujanMachine.com, para compartilhar as conjecturas que esses algoritmos geram. Os usuários também podem executar as suas próprias pesquisas de conjecturas e tentar descobrir novos teoremas.

“Ainda estamos nos estágios iniciais deste projeto. (…) Acredito que generalizar esse conceito para outras áreas da matemática e da física (ou mesmo para outros campos da ciência) permitirá que os pesquisadores obtenham pistas para novas pesquisas de computadores. Assim, os cientistas humanos serão capazes de escolher os melhores objetivos para trabalhar a partir de um contexto mais amplo (…) e assim melhorar sua produtividade e impacto potencial no conhecimento humano e nas gerações futuras”, explicou Hadad ao LiveScience. 



‘Para mim, tudo começou no DI’, conta ex-aluno alemão Sanjay Jena
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021 às 13:44

Foto: Arquivo pessoal

O especialista em Otimização Matemática e Pesquisa Operacional fala da importância da PUC na sua carreira acadêmica

A excelência do ensino do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio conquista não só estudantes brasileiros, mas também estrangeiros. Esse é o caso do alemão Sanjay Dominik Jena, que fez o mestrado em Ciência da Computação (com foco em algoritmos de otimização) entre 2007 e 2009, sob a supervisão do professor Marcus Poggi

Atualmente, Jena é professor associado da École des sciences de la gestion (ESG), a faculdade de administração da Universidade do Quebec em Montreal (UQAM). Ele pertence ao departamento de Analítica, Operações e Tecnologia da Informação, e sua área de pesquisa é voltada à Otimização Matemática, Ciência da Computação e Pesquisa Operacional. 

Ele também é pesquisador da Interuniversity Research Centre on Enterprise Networks, Logistics and Transportation (CIRRELT), e membro da Canada Excellence Research Chair in Data Science for Real-time Decision-Making (CERC-DS4DM). Dentre os seus interesses, destaca-se a otimização em grande escala e a otimização orientada a dados, bem como a sua aplicação em problemas industriais e relacionados às áreas de transporte, logística e gestão de receitas (revenue management). 

A atual estadia no Canadá está diretamente relacionada ao seu trabalho no mestrado no DI. “Na PUC-Rio, eu tive meu primeiro contato com as áreas de pesquisa e otimização matemática”, disse Jena, que optou por continuar a sua carreira acadêmica nesse viés e subir mais um degrau na sua vida profissional – desta vez, com o doutorado. 

“Eu queria fazer meu doutorado em outro país, e o professor Poggi me sugeriu de ir para o Canadá. Minha ideia original era fazer o doutorado aqui e voltar para o Rio depois, mas conheci minha esposa, tivemos dois filhos e decidimos ficar aqui.” 

Curiosidade em explorar novas culturas

Mas como e por que Jena chegou ao Brasil e, mais especificamente, à PUC-Rio? Segundo ele, que nasceu na cidade de Colônia, na Alemanha, a vontade de conhecer novas culturas é uma herança de família. “Meu pai é indiano e minha mãe é alemã, então sempre fui muito curioso para viver novas experiências culturais”, explicou.

Durante a graduação, realizada na Universidade de Ciências Aplicadas de Colônia, Jena teve a oportunidade de fazer um estágio de 6 meses em qualquer lugar do mundo. Lá, um professor brasileiro, que trabalhava em um estudo de sistemas de informações geográficas, conseguiu um estágio para ele na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele veio em 2004 e gostou tanto da cidade e do país que decidiu ficar mais um tempo – e, consequentemente, começar a sua trajetória no DI. 

Nesse período, o alemão conheceu a PUC-Rio e conversou com os professores Marco Antonio Casanova e Marcus Poggi. Voltou para a Alemanha e, depois de um ano, regressou ao Brasil para fazer parte da sua tese de graduação, em conjunto com o professor Casanova, no Instituto Tecgraf. Mas antes de optar definitivamente pelo DI, Jena retornou à Alemanha mais uma vez para defender a sua tese de graduação, e até conseguir uma bolsa de mestrado e voltar ao Rio de Janeiro. 

A importância do DI para a sua carreira

A sua tese de mestrado, “Sugar cane cultivation and harvesting: MIP approach and valid inequalities”, orientada por Poggi, foca no planejamento operacional do cultivo e colheita de cana-de-açúcar. O trabalho considera recursos como equipes de corte e transporte, capacidades das usinas e uso de maturadores, e estende aos problemas de empacotamento e de restrições de fluxo em redes para modelar o escalonamento da colheita. A publicação foi realizada em colaboração com a Gapso, empresa desenvolvedora de sistemas analíticos de planejamento, hoje pertencente à consultoria Accenture.

Segundo Jena, o mestrado lhe deu a oportunidade de ter o seu primeiro contato com as áreas de Otimização Matemática e Pesquisa Operacional, que são o seu domínio hoje em dia. 

“Para mim, tudo começou no DI”, disse o ex-aluno, frisando momentos marcantes que viveu no Departamento. “Graças ao DI, eu visitei a minha primeira conferência científica no Brasil – o Latin American Theoretical Informatics Symposium (LATIN) e comecei a escrever os meus primeiros artigos científicos com o Poggi. Então, sou muito grato ao DI por essas experiências”, finaliza. 



Por Dentro do DI: ExACTa desenvolve soluções para empresas parceiras
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021 às 12:10

Foto: Arquivo pessoal

Iniciativa focada em experimentação ágil, cocriação e transformação digital tem amplo impacto na receita dos clientes

No segundo post da série “Por Dentro do DI”, que trata sobre os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio, falaremos sobre o ExACTa, que criou e utiliza uma forma inovadora de trabalhar com experimentação ágil e cocriação para prover soluções em transformação digital. 

O objetivo do ExACTa é estreitar os laços entre pesquisa e desenvolvimento, permitindo aplicar resultados de pesquisa para desencadear inovação e excelência nas empresas parceiras, como é o caso da Petrobras. 

O ExACTa realiza pesquisa aplicada em ciclos ágeis para entregar, em curto espaço de tempo, soluções de TI que resolvam problemas de negócio e maximizem os resultados dos clientes. Para tal, são empregadas tanto pesquisas inéditas realizadas especificamente no contexto dos projetos quanto aplicados resultados de pesquisas desenvolvidas em outros laboratórios temáticos do DI.  

A iniciativa é coordenada pelos professores do quadro principal do DI, Helio Lopes, Marcos Kalinowski, Marcus Poggi e Simone Barbosa, que são pesquisadores das áreas de Ciência de Dados, Engenharia de Software, Otimização e Interação Humano Computador. 

“Entre os diferenciais do ExACTa, estão a orientação a resultados para o cliente, a forte integração com pesquisa e a abordagem própria e inovadora para a cocriação de soluções de pesquisa e desenvolvimento com agilidade”, disse Kalinowski, que também destaca a equipe altamente qualificada e a qualidade da infraestrutura física e ferramental, que permite a realização de dinâmicas de cocriação tanto em formato presencial quanto remoto.

Dentre as áreas de atuação da iniciativa estão soluções multidisciplinares envolvendo ciência de dados, inteligência artificial, internet das coisas (IoT), otimização, entre outros.

Pilares da iniciativa

O primeiro pilar que rege o trabalho do ExACTa é a experimentação ágil; ou seja, todo o processo é focado na integração com a estratégia do negócio do cliente, de forma ágil e pautado na experimentação contínua. “Desenvolvemos uma tecnologia onde a gente traz, do negócio, soluções para serem desenvolvidas e colocadas em operação”, explica Lopes.

Foto: Arquivo pessoal

O segundo é a cocriação, que consiste na atuação da equipe do ExACTa em conjunto com a equipe do cliente, de forma que agilize a criação de soluções inovadoras que agreguem valor ao negócio.

Por fim, o intuito da iniciativa é promover transformação digital, oferecendo soluções disruptivas e que empreguem tecnologia de ponta, pensando fora da caixa para buscar a excelência operacional do cliente. 

Reconhecimento

Tamanho trabalho tem surtido efeito. A partir dos pilares de experimentação ágil, cocriação e transformação digital, o ExACTa tem alcançado resultados surpreendentes. 

“As soluções são entregues em um tempo mediano de quatro meses”, disse Lopes, destacando os processos da iniciativa. “Em 2020, entregamos seis soluções para a Petrobras, que foram colocadas em operação em vários setores.”

O resultado é notório. Segundo Lopes, as soluções implementadas na Petrobras trouxeram um retorno de pelo menos sete vezes o valor investido. 

“Já em relação à nossa abordagem inédita de cocriação, ela resultou em publicações  em conferências científicas especializadas na área, como a EuroMicro Conference on Software Engineering and Advanced Applications (EuroMicro SEAA) 2020 e a International Conference on Product-focused Software Process Improvement (PROFES) 2020, que é um dos principais fóruns internacionais sobre processos de software, recebendo excelente retorno da comunidade internacional”, ressaltou Kalinowski.

Equipe qualificada

O trabalho do ExACTa não seria possível se não fosse a sua equipe altamente qualificada. Além da coordenação dos professores Hélio, Kalinowski, Poggi e Simone, a iniciativa conta com a presença de quatro líderes de equipe – Jacques Chueke, Juliana Alves Pereira, Rodrigo Lima e William Fernandes –  mais de 20 agentes de transformação digital contratados especificamente para o ExACTa e cerca de outros 50 colaboradores contratados pelos laboratórios temáticos diretamente relacionados com a iniciativa. 

Marcos Kalinowski, Helio Lopes e Jacques Chueke. Foto: Arquivo pessoal

A iniciativa oferece oportunidades práticas diferenciadas para profissionais de destaque. Os desenvolvedores e pesquisadores da equipe são talentos formados pelo Departamento de Informática da PUC-Rio ou por outras instituições de ponta, a maioria com mestrado ou doutorado em suas áreas de atuação.

Chueke, por exemplo, é doutor em Ciência da Computação na área de Interação Humano Computador pela City University of London. Hoje, ele atua como líder de equipe de UX (User Experience) e UI (User Interface) no ExACTa. Seu trabalho consiste na materialização de soluções que atendam aos usuários finais, transformando-as em artefatos digitais interativos. “As interfaces criadas para as soluções permitem o acesso fácil, seguro e útil aos dados pertinentes a cada projeto”, explica. 

Para Chueke, a iniciativa reúne profissionais que possuem uma forte presença corporativa, mas que  também se dedicam à pesquisa acadêmica. “Os aspectos corporativos e acadêmicos são contemplados com eficiência e harmonia, e possibilitam a inovação e aplicação de tecnologia de ponta”, finaliza.

Para saber mais sobre o ExACTa, acesse http://www.exacta.inf.puc-rio.br ou envie um e-mail para contato@exacta.inf.puc-rio.br.



Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência amplia debate sobre o tema
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021 às 17:35

Foto: Freepik

A data, criada pela UNESCO, incentiva meninas e mulheres a seguirem no ramo de ciências exatas, incluindo Ciência da Computação

O Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência é celebrado nesta quinta-feira (11). A data, criada em 2015 pela UNESCO, busca ampliar as discussões sobre o assunto e incentivar práticas de equidade de gênero na área de ciências exatas. Segundo o relatório “Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM)”, realizado pela UNESCO em 2018, apenas 28% dos pesquisadores nas áreas de exatas em todo o mundo são mulheres. 

Nas premiações elas também são minoria. Apenas 17 ganharam o  Prêmio  Nobel em física,  química  ou  medicina  desde Marie Curie, que foi a primeira a vencer a premiação em 1903. Em contrapartida, 572 homens conquistaram a honraria nesse mesmo intervalo de tempo.   

Ainda de acordo com o relatório, essa desigualdade é explicada por diversos fatores sociais e econômicos, incluindo a discriminação, os estereótipos de gênero e o baixo incentivo às meninas e às mulheres a persistirem na área, o que afeta os seus níveis de confiança nas habilidades em exatas.

No campo da informática, a situação não é diferente. Segundo a professora do DI e coordenadora da graduação, Noemi Rodriguez, a sua área de atuação – que envolve campos como Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos – é composta por poucas mulheres. 

“A área perde no desenvolvimento dos seus trabalhos, e as mulheres perdem a oportunidade de fazer coisas extremamente interessantes”, disse. 

Como incentivar a entrada de mulheres na área de ciências exatas?

O estímulo precisa acontecer desde a infância. As escolas, os sistemas educacionais e a família cumprem um papel fundamental para atrair as meninas para essa área, e devem nadar contra os estereótipos de gêneros criados pela sociedade. 

“A definição da área que a pessoa vai seguir é feita, em grande parte, por volta dos 11, 12 anos. Por muitas vezes, as meninas dessa idade não são estimuladas a seguirem no campo de exatas, inclusive dentro de casa.  Por exemplo: o computador e os brinquedos de montar são colocados no quarto do irmão, e não no dela”, apontou Noemi.

Iniciativas, como a criação do Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, ajudam a incentivar e incluir mulheres nesses espaços de trabalho e de pesquisa, como destacou a professora do DI Simone Diniz Junqueira Barbosa. “Uma data comemorativa motiva a concentração de vários eventos que divulguem oportunidades, casos e exemplos de mulheres na ciência”.

Dentro da área de computação, Simone destaca o grupo Meninas Digitais, da Sociedade Brasileira da Computação (SBC), que tem como objetivo a divulgação da área. Duas ex-alunas de doutorado do DI, Luciana Salgado e Sílvia Amélia Bim, atuam no grupo, respectivamente no comitê gestor e como consultora. 

“Iniciativas como essa são fundamentais para tentar desfazer algum preconceito ou mal entendido que as mulheres sofrem dentro do campo. Nossa área precisa da diversidade, e toda diversidade é bem-vinda para enriquecer as discussões na área e impulsionar o seu avanço”, complementou Simone. 

Desafios e oportunidades

Ser mulher em um espaço majoritariamente masculino não é fácil. A aluna do DI e divulgadora científica Nina da Hora concorda que esse é um grande desafio, e realça que é necessário se mostrar forte o tempo inteiro. 

“Porém, ao mesmo tempo que é um desafio, é muito compensador”, disse Nina, destacando que a presença de mulheres no meio da ciência da computação ajuda na criação de tecnologias que não sejam racistas e/ou sexistas. “É possível ver e questionar aquilo que eu estou participando.”

No DI, temos grandes exemplos de professoras e pesquisadoras que contribuem para os mais diversos segmentos de Ciência da Computação, como as próprias professoras Noemi e Simone. Noemi, por exemplo, trabalha com programação concorrente, paralela e distribuída, e com linguagens de programação; e Simone, nas áreas de Interação Humano-Computador (IHC) e Ciência dos Dados. 

Outro exemplo notório do Departamento é a professora emérita Clarisse de Souza. Além de ser uma das fundadoras da área de IHC junto à Sociedade Brasileira de Computação, Clarisse também é criadora da Engenharia Semiótica, uma teoria de base semiótica para IHC. Parte de sua trajetória foi contada no Fantástico, da TV Globo, em janeiro de 2021. 

Nosso quadro atual se completa com a professora visitante do DI Valeria de Paiva, cofundadora do Topos Institute, em Berkeley (EUA), que é cientista e pesquisadora em matemática, lógica e linguística; e com as professoras do quadro complementar: Ana Carolina Letichevsky, Cecília Reis Englander Lustosa, Claudia Ferlin, Joísa de Souza Oliveira, Melissa Lemos Cavaliere, Myriam Sertã Costa e Paula Ypiranga dos Guaranys

Para Simone, a presença de influências e referências femininas na área ajuda a estimular as alunas que querem ingressar no ramo. 

“De vez em quando, recebo mensagens de ex-alunas comentando sobre a diferença que a gente fez na vida delas. É muito gratificante seguir um caminho que é visto como possibilidade para outras pessoas”, disse, complementado uma mensagem de otimismo. “Acho que nada deveria impedir a gente de fazer o que a gente quer e gosta. Vai ter sempre gente para abrir as portas e agir como mentor.”



Aluna do DI dá entrevista para GloboNews sobre vazamento de dados
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021 às 19:51

Foto: Reprodução/GloboNews

Nina da Hora falou sobre o assunto e deu dicas de segurança digital 

Em janeiro de 2021, cerca de 223 milhões de números de CPF foram expostos em megavazamentos de dados, considerados os maiores da história do Brasil. Para falar sobre o assunto, a aluna do curso de Ciência da Computação da PUC-Rio e divulgadora científica, Ana Carolina da Hora, conhecida como Nina da Hora, participou do “Jornal da GloboNews Edição das 10”, em 6 de fevereiro.

Em conversa com a jornalista Camila Bonfim, Nina disse que, muito provavelmente, nenhum brasileiro saiu ileso dos vazamentos. “A curiosidade de saber se o seu CPF foi vazado pode ser substituída por buscar formas de se prevenir e reduzir os danos”, explicou.  

Durante a entrevista, Nina deu dicas de como as pessoas podem se proteger de possíveis golpes, reforçando o cuidado com ligações que pedem para confirmar dados. Nesse caso, os golpistas podem utilizar os seus dados para acessar informações pessoais e aplicar prejuízos financeiros. 

Nina também destacou a atenção redobrada com os idosos, que são mais vulneráveis a caírem em fraudes do gênero. “Primeiro de tudo, é necessário conversar com eles, e depois prestar atenção em tudo o que eles acessam”, frisou. 

Nina é aluna do penúltimo período do curso de Ciência da Computação da PUC-Rio, além de ser pesquisadora de diversas iniciativas e colunista da publicação MIT Technology Review Brasil. Também é uma das criadoras do “Computação sem Caô”, projeto apoiado pelo Instituto Serrapilheira, que busca democratizar o entendimento da ciência da computação no Brasil.

Saiba mais sobre os vazamentos

A origem dos vazamentos ainda não foi descoberta. O que se sabe até agora é que são três tipos diferentes de arquivos.

O primeiro arquivo possui dados básicos de 223 milhões de CPFs, como nome, sexo e data de nascimento. Essas informações estão disponíveis em um link ativo que circula pela internet. 

O segundo arquivo está sendo vendido e possui informações mais específicas, como dados de escolaridade, foto de rosto e renda dos usuários dos CPFs. Já o terceiro arquivo à venda reúne informações de empresas e inclui os mesmos dados atrelados ao CPF. 

Os vazamentos também incluem CPFs de pessoas falecidas, uma vez que o número de inserções supera a população brasileira, atualmente estimada em 212 milhões de pessoas.

Clique aqui e assista à entrevista de Nina da Hora na Globo News.