Diretor do DI da PUC-Rio, Markus Endler
Artigo na IEEE Internet of Things Magazine traz debate sobre a relação entre Internet das Coisas, ciência de dados e aprendizado de máquinas
Reflexões e visões sobre a conexão entre a área de Internet das Coisas (IoT) com ciência de dados e aprendizado de máquinas foram reunidas no artigo “Challenges and Opportunities for Data Science and Machine Learning in IoT Systems – A Timely Debate” publicado em 30 de dezembro na revista IEEE Internet of Things Magazine. O texto, dividido em duas partes, compilou opiniões dadas no painel homônimo coordenado e moderado pelo diretor do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio, Markus Endler, em agosto de 2019, na Very Large Internet of Things (VLIoT). O evento ocorreu em Los Angeles, na Califórnia (EUA).
Além de Endler, o painel teve a presença de quatro pesquisadores na área de Internet das Coisas (IoT): Sumi Helal (Lancaster University); Flávia C. Delicato (Universidade Federal Fluminense); Cintia B. Margi (Universidade de São Paulo); e Satyajayant Misra (New Mexico State University). Todos os pesquisadores envolvidos foram também co-autores do artigo.
Para Endler, a publicação do artigo representa uma enorme satisfação. “Em particular, fiquei muito feliz porque foi um projeto bastante audacioso. Não é muito comum ter um artigo que resume a opinião de quatro pesquisadores, então tenho uma grande satisfação em conseguir publicar um artigo nessa modalidade diferente e reunindo pesquisadores tão respeitados”, diz.
Correlação entre áreas e desafios foram discutidos
Da esquerda para a direita: Flavia Delicato; Sumi Helal; Cintia Margi; e Satyajayant Misra durante o VLIoT 2019.
A abertura do painel foi marcada por um questionamento de Endler: “Se a infraestrutura da IoT é o sistema nervoso de um sistema ciber-físico, data science é o conhecimento e o aprendizado de máquina é o cérebro, como podemos ter certeza de que estamos coletando e processando todos os bits de informação para construir sistemas inteligentes, adaptáveis e amigáveis aos humanos”.
A partir dessa colocação, os painelistas puderam discorrer sobre o tema e a correlação entre as áreas. “O grande potencial da Internet das Coisas não é sobre obter dados, mas sobre como extrair conhecimento valioso desses dados. Nesse contexto, a ciência de dados pode dar uma grande contribuição para tornar os sistemas de Internet das Coisas mais inteligentes”, disse Flávia.
“Minha opinião é que a Internet das Coisas não é apenas uma grande infraestrutura de geração de dados, mas também uma infraestrutura inteligente e ativa que consome seus dados no local por meio de raciocínio e inteligência embutida”, completou Helal.
Outras questões que abrangem essas três áreas foram discutidas, como: problemas de comunicação; problemas de coordenação; segurança e privacidade; processamento de eventos; modelos econômicos e stream processing integrado na nuvem e nas bordas (cloud edge processing). Os pesquisadores também abordaram sobre como tais desafios podem ser enfrentados na nova geração de sistemas de Internet das Coisas.
Para Endler, “foi uma honra” dividir a mesa com grandes nomes da área de Internet das Coisas, inclusive brasileiros. Na ocasião, o diretor do DI foi o responsável por convidar os pesquisadores. “Eu fiz questão de convidar a Flavia e a Cintia, porque acho importante mostrar que o Brasil está presente e muito bem representado nessa área”, afirma. Endler também frisa que, a partir da participação no painel, parte dos pesquisadores iniciaram uma colaboração para compartilhar ideias e escrever novos artigos.
O artigo foi dividido em duas partes e está disponível aqui e aqui.
Foto: Freepik
Para Valeria de Paiva e Augusto Baffa, serviços ainda estão distantes de traçar diálogos lógicos
Não é segredo para ninguém: cada vez mais, a sociedade tem apostado no auxílio de chatbots e assistentes virtuais em diferentes momentos, desde no atendimento ao cliente até à realização de buscas na internet. E se engana quem pensa que essa tecnologia começou há pouco tempo. “Essas tecnologias vêm evoluindo desde a década de 1960 e os últimos avanços popularizaram essa tecnologia”, diz o professor do Departamento de Informática (DI) Augusto Baffa.
Tamanho investimento e reconhecimento tem surtido efeito no nosso dia a dia – e de forma bastante progressiva. De acordo com um estudo da consultoria Gartner, publicado em 2017, é esperado que a maioria das empresas adote o sistema de conservação por meio de um chatbot até 2021. Ou seja: o primeiro contato das pessoas com as empresas seria feito através de um bot, seja através de um site, rede social, aplicativo ou até mesmo pelo telefone.
Augusto Baffa, professor do DI
Dentro da PUC-Rio, Baffa implementou um chatbot chamado Woofy, que começou monitorando a rede do servidor do laboratório Galgos. Hoje, o Woofy está integrado a plataformas como o Telegram e o Facebook e responde a comandos específicos. Ele é capaz de responder a cotação do dólar, a previsão do tempo e até mesmo a alguns serviços dentro da universidade; quem perguntar sobre o bandejão, por exemplo, vai receber o cardápio do dia. “Eu comecei a estudar a parte de processamento de linguagem natural para evoluir o chatbot e agregar outros serviços a ele”, diz o professor.
Diálogo com os robôs: é possível?
Sim, os robôs são capazes de obedecer a determinados comandos. Mas você já imaginou conversar com eles, como se eles fossem outra pessoa?
“A Google apresentou o Google Duplex em 2018. Trata-se de uma tecnologia que permite o Google Assistant ligar para um restaurante e agendar uma mesa, conseguindo falar com a atendente com entonação, como se fosse um humano realizando a ligação. Tem até um vídeo que mostra os resultados dos testes”, diz Baffa.
Valeria de Paiva, professora visitante do DI
Em outro teste realizado, o assistente virtual do Google também consegue fazer algumas associações. “Ele pode responder a determinadas perguntas. Por exemplo, se você perguntar algo sobre a ‘mulher do Barack Obama’, ele vai procurar pela Michelle Obama”, conta a professora visitante do DI Valeria de Paiva, cofundadora do Topos Institute, em Berkeley (EUA).
A ficção também tratou de abordar as relações entre homem e máquina, inclusive em um aspecto romântico. No filme Her, de 2013, o protagonista Theodore, interpretado por Joaquin Phoenix, apaixona-se pela voz da sua assistente virtual.
Apesar de todos esses casos, isso não significa que os robôs estão perto de entender a complexidade do cérebro humano e de estabelecer diálogos lógicos com a gente. “Não há nenhum entendimento por parte do sistema sobre o que está acontecendo”, explica Valeria.
A professora visitante do DI esteve à frente de pesquisas com o intuito de melhorar a capacidade de se relacionar com a internet usando a voz. Para a empresa Nuance Communications, por exemplo, Valeria pesquisou sobre o avanço na comunicação com televisores e carros. Já para a Samsung Electronics, a ideia era otimizar o diálogo com os aparelhos de smart home, como geladeiras e máquinas de lavar. “Seria ótimo ‘ligar’ para a sua geladeira e perguntar se ainda tem leite suficiente em casa, antes de ir ao mercado”, brinca.
Porém, para Valeria, há alguns desafios nessa empreitada. Um deles é a conversa e a colaboração entre as fabricantes de assistentes virtuais, para que todos pudessem estar no mesmo patamar e atender ao consumidor da mesma forma.
Outro desafio é a implementação da semântica dentro dos assistentes virtuais. “A Siri ou o Google Assistent, por exemplo, reconhecem as palavras que você fala, mas não sabem o que elas significam”, diz. “Boa parte da disponibilidade dos serviços que temos hoje são muito mecânicos, baseados em regras rígidas para o reconhecimento das sentenças”, concorda Baffa.
Ou seja: por enquanto, as conversas entre humanos e máquinas vão continuar se alimentando apenas de perguntas e respostas, fornecidas através de comandos. Mas não podemos desmerecer o avanço dessa tecnologia.
“Em 2011, o robô Watson, da IBM, ganhou o jogo de Jeopardy!, que é um programa americano de programas e respostas, no qual você ouve a resposta e tem que formular a sua respectiva pergunta. No caso, o Watson participou do Jeopardy! com outros dois vencedores – humanos – do programa, e teve a capacidade de compreender a linguagem falada”, conta Baffa, que finaliza: “O grande problema dos assistentes virtuais e dos chatbots não é relacionado a perguntas e respostas, mas sim à capacidade de conversação em relação ao ser humano.”
Foto: Freepik
Disponíveis nas principais plataformas, programas falam sobre inovação, UX, internet e mais temas relevantes
O consumo e a produção de podcasts tem crescido exponencialmente no mundo todo, e o Brasil não podia ficar de fora dessa febre. De acordo com o relatório State of the Podcast Universe, publicado pela Voxnest em junho de 2020, o Brasil foi o país com a maior produção de podcasts no primeiro semestre daquele ano, e ocupou a 5ª posição de países que mais ouvem podcasts.
Para aproveitar a popularidade dos programas em áudio, separamos seis podcasts que falam sobre tecnologia, inovação, UX design, internet, entre outros assuntos. Confira!
A famosa série de conferências, conhecida por convidar palestrantes que falam sobre diversos assuntos com o intuito de engajar e inspirar o público, também se rendeu ao universo dos podcasts. O TED Talks Technology traz, em formato de áudio, o recorte de vídeos com pesquisadores e demais especialistas na área de tecnologia. Assuntos como inteligência artificial, ciência de dados e inovação digital estão entre os episódios do programa. O TED Talks Technology está disponível apenas em inglês e pode ser ouvido na plataforma Apple Podcasts.
O Braincast é um dos podcasts do site B9. Os programas são variados e costumam abordar diversos assuntos que não envolvem apenas tecnologia, mas também negócios, criatividade, inovação, comunicação digital, política, entre outros temas que também podem conversar entre si, dependendo do episódio.
O Braincast está disponível nas plataformas como:
O Loop Matinal é um podcast sobre tecnologia do canal Loop Infinito, cuja proposta é trazer notícias factuais e relevantes relacionadas a esse universo em uma linguagem ágil e descomplicada. De acordo com a descrição do programa, esse é um podcast voltado para quem não tem tempo de ler sites e blogs sobre o assunto, com episódios que duram cerca de 10 minutos.
Você pode ouvir o Loop Matinal em plataformas como:
Massachusetts Institute of Technology (MIT)
O podcast do MIT traz recortes de artigos publicados no site da instituição, relacionados a assuntos como tecnologia, matemática e ciência. Alguns episódios também enfatizam o trabalho de professores, estudantes e colaboradores da universidade. Todos os programas são em inglês.
O Massachusetts Institute of Technology (MIT) está disponível no Spotify e na Apple Podcasts.
Apresentado por André Miceli, Carlos Aros e Rafael Coimbra, o MIT Technology Review Brasil possui episódios semanais sobre assuntos como tecnologia, negócios, ciência e tendências. O podcast é um braço da Technology Review, publicação do MIT que traz relatórios e análises sobre os impactos sociais, econômicos e políticos da tecnologia.
Ouça o MIT Technology Review Brasil em agregadores como:
O podcast faz parte do site homônimo, fundado em 2018 por Erica Castro, Lenka Rejfí?ová e Maria Oliveira. Os episódios, que são quinzenais, trazem convidadas que fazem parte do mercado de tecnologia e de produtos digitais. O intuito do programa é destacar a presença das mulheres dentro do universo tecnológico e inspirar a inserção de tantas outras que querem fazer parte desse meio.
Você pode ouvir o Mulheres de Produto em plataformas como:
Autor: Leonardo Mariano Gravina Fonseca
Orientador: Simone Diniz Junqueira Barbosa
Data e Hora: 18/01/2021 às 14:00
Foto: Arquivo pessoal
Principal conferência latino-americana da área de teoria e algoritmos ocorre entre os dias 5 e 8 de janeiro; inscrições já estão encerradas
O professor do Departamento de Informática (DI) Eduardo Sany Laber será um dos palestrantes convidados do LATIN 2020 (Latin American Theoretical Informatics Symposium), a principal conferência latino-americana da área de teoria e algoritmos. A 14ª edição do evento estava prevista para maio do ano passado em São Paulo. Porém, com a pandemia de Covid-19, foi adiada para os dias 5, 6, 7 e 8 janeiro de 2021 em formato on-line. As inscrições para a conferência estão encerradas.
Em sua palestra, Laber abordará métodos que são utilizados para aprendizado de máquinas. “Essa área tem uma pesquisa muito ativa hoje em dia, que vem sendo utilizada em uma série de aplicações importantes, como o diagnóstico de doenças e a tradução automática”, explica.
Para o professor, um dos desafios da área é entender como esses métodos funcionam e por que eles tomam as suas respectivas decisões. “Existe uma preocupação muito grande na comunidade internacional de machine learning em conseguir métodos que sejam simples de interpretar. Então, a minha pesquisa tem a ver com esses métodos explicáveis ou interpretáveis para a área de aprendizado de máquina”, diz Laber, que está desenvolvendo a sua pesquisa, denominada On the Price of Explainability for some Clustering Problems, desde meados de junho do ano passado.
Conferência terá oito palestrantes convidados
Realizada desde 1992, a LATIN reúne os principais nomes da área de teoria e algoritmos. Nesta edição, o grupo de palestrantes convidados inclui oito pesquisadores, muitos deles agraciados com importantes prêmios e de renomadas instituições. Além de Laber, os palestrantes são: Maria-Florina Balcan (Carnegie Mellon University); Nikhil Bansal (CWI and Eindhoven University of Technology); Maria Chudnovsky (Princeton University); Nicole Immorlica (Microsoft Research); Alexander Razborov (The University of Chicago); Luca Trevisan (Bocconi University); e Bianca Zadrozny (IBM Research Brazil).
Segundo o professor do DI, as expectativas para a apresentação são boas. “Pretendo mostrar uma pesquisa sólida e que eu consiga, de alguma forma, representar o trabalho que é desenvolvido no Brasil. Há muitas coisas interessantes sendo produzidas aqui”, diz.
Foto: Reprodução/TV Globo
Pesquisadora foi entrevistada por Poliana Abritta para o quadro Mulheres Fantásticas, exibido no domingo (3)
A professora emérita do Departamento de Informática (DI) Clarisse Sieckenius de Souza teve sua trajetória acadêmica contada no quadro Mulheres Fantásticas exibido no domingo (3), no Fantástico (TV Globo). Pioneira na área Interação Humano-Computador (IHC), Clarisse foi entrevistada pela jornalista Poliana Abritta e explicou algo fundamental em sua pesquisa: a relação entre pessoas e máquinas.
“Você tem as pessoas que fazem os programas, você tem as pessoas que encomendam os programas para quem vai fazer os programas, você tem as pessoas que comercializam os softwares, você tem as pessoas que são afetadas pelo uso de software. A computação está no meio da sociedade. Nós estamos nos comunicando com essas pessoas só que numa linguagem que é cheia de botãozinho, cheia de menu e cheia de arrasta para cá e para lá”, contou Clarisse.
O início da carreira no Departamento de Letras da PUC-Rio e a mudança para a ciência da computação foram outros pontos destacados na entrevista. Bacharel em Tradução e Interpretação de Conferências, mestre em Língua Portuguesa e doutora em Linguística Aplicada, ela migrou para a área de exatas após um curso de especialização para intérpretes nos Estados Unidos. “Parte do curso era visitar um programa de tradução automática da Organização Pan-Americana da Saúde. Foi ali que começou minha grande paixão”, ressaltou.
Ada Lovelace também foi homenageada
O episódio do Mulheres Fantásticas também contou a história de outra pioneira da computação, a britânica Ada Lovelace (1815-1852). Muito antes do computador existir, ela criou o primeiro algoritmo para ser processado por um computador e é reconhecida como a primeira programadora da história.
Clarisse e Ada estão na lista das 54 Mulheres Notáveis da Computação Mundial criada em 2014 pelo Instituto Anita B.org e pela Associação de Pesquisa em Computação Mulher (CRA-W, na sigla em inglês). O objetivo da seleção é estimular mais mulheres nas áreas de exatas e tecnologia.
Foto: Reprodução/TV Globo
A reportagem mostra que as mulheres representam apenas 15% dos estudantes de computação e 20% dos profissionais da área no Brasil. Um problema que ocorre em outros países. Entre os profissionais que trabalham nas quatro principais empresas de tecnologia dos EUA, só 30% são mulheres. “São poucas as cientistas mulheres sênior na computação”, pontuou Clarisse.
O episódio também contou um pouco da vida da professora emérita mostrando os dois gatos dela e até uma conversa por video call entre Clarisse e a mãe.
O quadro Mulheres Fantásticas, com a participação da professora Clarisse, ainda foi destaque na coluna do Ancelmo Gois no jornal O Globo, no sábado (2).
Clique aqui para assistir o quadro Mulheres Fantásticas com Clarisse de Souza
Professora emérita do DI foi entrevistada por Poliana Abritta para o quadro Mulheres Fantásticas
Clarisse Sieckenius de Souza é a entrevistada do quadro Mulheres Fantásticas que será exibido neste domingo (3), no Fantástico (TV Globo). A chamada do programa com a professora emérita do Departamento de Informática foi divulgada nesta sexta-feira (1º) no perfil do Fantástico (@showdavida) nas redes sociais. O episódio também vai homenagear Ada Lovelace (1815-1852), reconhecida como primeira programadora da história, por ter criado o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina.
Na entrevista para a jornalista Poliana Abritta, Clarisse falou sobre sua trajetória acadêmica, que começou no Departamento de Letras da PUC-Rio. Bacharel em Tradução e Interpretação de Conferências, mestre em Língua Portuguesa e doutora em Lingüística Aplicada, ela migrou para a área de exatas e se tornou uma das pioneiras da Ciência da Computação no Brasil voltada para Interação Humano-Computador (IHC). Ela é criadora da Engenharia Semiótica, uma teoria de base semiótica para IHC, e autora de artigos e livros internacionalmente publicados.
A pesquisadora foi selecionada em 2014 pelo Instituto Anita B.org e pela Associação de Pesquisa em Computação Mulher (CRA-W, na sigla em inglês) como uma das 54 mulheres que mais se destacam pela atuação em pesquisa na área de Ciência da Computação em todos os tempos.
O quadro Mulheres Fantásticas, com a participação da professora Clarisse, será exibido neste domingo, a partir das 20h, no Fantástico, programa da TV Globo.
Foto: Standsome Worklifestyle / Unsplash
A informática e a computação foram mais imprescindíveis que nunca no ano em que a pandemia impôs o isolamento social
O que seria do “fique em casa” se não fosse a possibilidade do home office? Uma grande parte da população só pôde seguir algumas das orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para se proteger da Covid-19 graças à internet e outros recursos tecnológicos que fizeram o trabalho, as aulas e o entretenimento acontecerem em 2020. Mas, se por um lado nos blindamos contra o coronavírus, por outro ficamos mais vulneráveis aos malwares e golpes cibernéticos.
Logo no início da pandemia foi necessário se adaptar para trabalhar de casa e também seguir com o aprendizado, ainda que com aulas online. A PUC-Rio executou a transição para o ensino à distância em tempo recorde. Uma semana após o lock down em 13 de março, o time de Ensino à Distância (EAD) conseguiu estruturar tudo, unindo esforços de professores e alunos. Só no primeiro semestre de 2020 foram oferecidos 10,8 milhões de ambientes virtuais de aprendizagem, entre aulas, seminários, debates, tutoriais e webinars. Além disso, o vestibular 2021 teve provas online, o que reforça o comprometimento da instituição com seus alunos.
As videoconferências passaram a fazer parte do nosso dia a dia. Desde reuniões de trabalho até confraternizações familiares e shows, as lives foram uma “febre” nessa pandemia. Graças a aplicações como Zoom, Google Meets e YouTube, as distâncias foram encurtadas e as pessoas puderam se encontrar virtualmente, em grupos pequenos ou grandes. No segundo semestre de 2020 o canal do DI no YouTube se tornou um ponto de encontro e disseminação de conhecimento. Ciclos de seminários da graduação e pós-graduação, debates interdisciplinares e outros conteúdos de alunos e professores foram disponibilizados no canal, que atingiu a marca de 1.000 inscritos. E vem muito mais por aí no próximo ano.
Outra consequência do isolamento social foi o boom do e-commerce e serviços de entrega. Com o comércio fechado, lojas, bares e restaurantes tiveram que “se virar nos 30” para seguir vendendo, ao passo que o consumidor passou a comprar online não só comida, como tudo o mais que precisava nesse período. Para ajudar empresas a economizar tempo e dinheiro nessa logística das entregas, o professor Thibaut Vidal lançou em código aberto a versão mais precisa de seu algoritmo de otimização de rotas, que tem apenas 0,1% de margem de erro. A novidade foi destaque no jornal O Globo.
Com tanto tráfego online e tantos computadores pessoais conectados a redes empresariais, foi difícil manter a segurança da informação. Os índices de golpes virtuais e ataques cibernéticos explodiram em 2020. Só no primeiro semestre aconteceram mais de 2,6 bilhões de tentativas de ataques digitais. Nem mesmo órgãos do governos ficaram ilesos. O Ministério da Saúde, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foram vítimas desse tipo de ação criminosa. O professor do DI Anderson Oliveira comentou o ataque sofrido pelo TSE numa entrevista ao TILT, canal de tecnologia do UOL.
Após mais de nove meses desde o início da pandemia no país, o início da vacinação contra a Covid-19 é um alento. Segundo dados publicados pela revista Veja nesta segunda-feira, 28 de dezembro, o número de pessoas vacinadas já passa dos 4 milhões, em 12 países. Porém, enquanto a imunização não começa no Brasil, o melhor é continuar mantendo o isolamento. O streaming se tornou uma das principais fontes de entretenimento para quem pode ficar em casa, o que alavancou os índices de assinaturas das plataformas digitais que oferecem o serviço. Confira nossas listas de indicações de filmes e séries com temática relacionada à computação e avanços tecnológicos.
Foto: Alex Mecl / Unsplash
Reportagem abordou novas tecnologias para manobrar navios e facilitar logística de frotas nas cidades
Como fazer entregas para múltiplos destinos da maneira mais rápida e econômica possível? Um algoritmo desenvolvido por Thibaut Vidal, pesquisador do Departamento de Informática da PUC-Rio, é a solução mais precisa para essa questão. Em entrevista ao jornal O Globo, publicada em 19 de dezembro, Vidal falou sobre as aplicações da ferramenta. “Esse tipo de tecnologia é útil não apenas para grandes empresas, como Amazon ou Correios. Serve, por exemplo, para a gestão de frotas de ambulâncias, ou para um pequeno comércio com entregadores próprios”, disse.
Conhecido como dilema logístico da última milha, o problema ficou ainda mais abrangente com o boom do comércio eletrônico e entregas em domicílio durante a pandemia. O algoritmo de otimização de rotas de Vidal é o mais eficiente já desenvolvido: tem apenas 0,1% de margem de erro. “Num modelo perfeito de 100 km percorridos, o nosso algoritmo gera rotas de 100,1 km. O do Google, de 104 km”, explicou o pesquisador, comparando com a ferramenta OR-Tools. “Pode parecer pouco, mas para uma empresa que gasta R$ 1 bilhão com logística de última milha, representa uma economia de R$ 40 milhões apenas pelo uso de um algoritmo”, completou.
Algoritmo está disponível em código aberto
Resultado de uma década de pesquisa, esse algoritmo agora está disponível em código aberto, ou seja, seus benefícios podem ser aproveitados por qualquer empresa que faça o download e o integre a seus sistemas. E não só as organizações ganham, a otimização de rotas propicia menor tráfego, maior durabilidade de veículos e a diminuição de emissão de gases-estufa.
“O compartilhamento em código aberto é uma forma de incentivar o uso de tecnologias criadas na academia, reduzir o atraso entre o que é desenvolvido pela ciência e o que é empregado pelas empresas”, destacou o professor.
Para tornar sua descoberta ainda mais acessível, Vidal está desenvolvendo uma interface intuitiva, um aplicativo em que o usuário indique os pontos de parada e receba como resultado a melhor rota.
Clique aqui para ler a reportagem na íntegra no site do jornal O Globo.
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Confira a lista com sugestões de tramas relacionadas ao universo da informática e computação
Nesses tempos de pandemia, em que os índices da Covid-19 voltam a preocupar, um bom programa para as férias é embarcar em tramas da TV e do streaming. Já demos dicas de filmes sobre tecnologia e agora chegou a vez das séries. Nesta lista, reunimos 10 obras que abordam temas relevantes para quem estuda no Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio. Seja para quem está chegando agora ou para os de casa, são indicações que alimentam o interesse pelos avanços tecnológicos da informática e da computação. Confira!
Essa é para quem adora assuntos de segurança cibernética. Classificada como suspense de tecnologia, Mr. Robot tem como protagonista Elliot, um jovem programador que é engenheiro de cibersegurança de dia e hacker justiceiro à noite. Estrelada por Rami Malek e Christian Slater, a série apresenta personagens complexos num universo hacker realista. Foi vencedora do Globo de Ouro de melhor série dramática, em 2015, e está disponível na Amazon Prime Video.
Essa antologia de ficção científica criada por Charlie Brooker e lançada em 2011 pelo Channel 4, no Reino Unido, foi aclamada pelo público e crítica mundiais após ter sido adicionada ao catálogo da Netflix, em 2015, e ganhado mais três temporadas. Embora tenha episódios com personagens, cenários e até mesmo realidades diferentes, todas as histórias se passam num futuro que parece bem próximo e apresentam as consequências imprevistas das novas tecnologias. A série conquistou diversos prêmios internacionais, entre eles, seis Emmy.
A série cômica da HBO é sobre uma startup fictícia, a PiedPiper, que enfrenta todas as burocracias e dificuldades de uma pequena e nova empresa no Vale do Silício. Foi elogiada no Twitter e no blog GatesNotes, pelo próprio Bill Gates, que se identificou com o protagonista, Richard. “Se você realmente deseja entender o Vale do Silício, você deveria assistir à série da HBO Silicon Valley”, escreveu Gates. A trama traz piadas internas e referências da indústria.
Ambientada na Silicon Prairie do Texas, na década de 80, era de ouro dos computadores pessoais, a série é uma história de ficção num contexto real da revolução do computador pessoal. A partir da perspectiva de um insider ficcional, Halt & Catch Fire retrata os bastidores da indústria de computadores nos Estados Unidos, quando um engenheiro, uma hacker e um vendedor de primeira decidem desafiar gigantes como a IBM. Nas quatro temporadas, que estão disponíveis no Globoplay, a obra abarca 10 anos desse mundo da informática.
Transmitida pela CBS desde 2014, Scorpion é baseada na história real do gênio excêntrico Walter O’Brien, que hackeou a NASA quando ainda era criança, para conseguir plantas de foguetes. Aos 16, ele já trabalhava para o governo federal e, adulto, reúne uma equipe de mentes brilhantes — porém socialmente desajustadas — para defender o país de complexas ameaças tecnológicas e digitais. As quatro temporadas estão disponíveis no Globoplay.
Criada por Laeta Kalogridis e baseada no livro homônimo de Richard K. Morgan, a série se passa num futuro em que a consciência é digitalizada e armazenada, ou seja, humanos podem trocar de corpo e evitar a morte. O protagonista, Takeshi Kovacs, é um prisioneiro que, após passar 250 anos no gelo, retorna à vida em um novo corpo e precisa desvendar um assassinato para conquistar sua liberdade. Para isso, ele vai usar três armas: inteligência artificial, realidade virtual e big data. Disponível na Netflix.
Um produto original Netflix, essa minissérie documental em três episódios foi criada e dirigida por Davis Guggenheim. O Código Bill Gates se propõe a mostrar como funciona a mente de um dos homens mais ricos do mundo, por quem ele foi influenciado e quais são suas metas ainda não alcançadas. Para além da criação da Microsoft e os percalços da vida pessoal, a obra destaca a filantropia da Fundação Bill e Melinda Gates.
Antologia de terror da Amazon Prime Vídeo, Dark/Web foi comparada a Black Mirror e indicada a sete prêmios Emmy. A série explora os aspectos mais assustadores da evolução da tecnologia, como por exemplo as possibilidades de controle do indivíduo. Curiosamente, a trama não é ambientada num futuro distópico, mas sim num submundo virtual misterioso da Los Angeles atual. Embora a história seja construída por várias subtramas, tudo é amarrado por um arco dramático maior, em oito “capítulos” que variam de 30 minutos a pouco mais de uma hora de duração. O ponto de partida é o desaparecimento de uma analista de segurança cibernética, Molly Solis (Noemi Gonzalez). Ela envia mensagens para ex-colegas de escola pedindo ajuda, com um conto anexado que acaba revelando uma armadilha.
Série russa disponível na Netflix, propõe um debate sobre inteligência artificial de robôs. A história se passa num futuro próximo, em que a sociedade convive harmonicamente com robôs usados para executar várias tarefas antes humanas. Arisa é um modelo de robô de última geração, desenvolvido por chineses, com o propósito de desempenhar o papel de esposa e mãe. Uma família à beira da separação torna-se sua proprietária, e Arisa passa a ser procurada por uma corporação, investigadores de homicídios e terroristas.
Nessa série policial criada por Jonathan Nolan (WestWorld) e J.J. Abrams (Felicty, Alias, Lost e Fringe) a Inteligência Artificial é o enredo central. O drama apresenta um ex-agente da CIA e um programador milionário que salvam vidas usando uma IA de vigilância que envia as identidades de civis envolvidos em futuros crimes. Contudo, os detalhes dos crimes e as funções dos civis são um mistério. As cinco temporadas estão disponíveis no Globoplay.