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Texto de Sérgio Colcher e Álan Guedes na revista especializada Set fala sobre atualizações do middleware para a TV 2.5
Os avanços tecnológicos alcançados desde a criação da TV Digital 2.0, em 2007, levaram a uma demanda de atualização também no middleware Ginga. Por isso, uma nova versão vem aí: o DTVPlay. O professor Sérgio Colcher, coordenador do TeleMidia Lab e o pesquisador Álan Guedes — que participam do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD) — publicaram um artigo na revista especializada Set falando sobre essas atualizações.
“A TV digital está em uma transição muito forte agora. Todos os padrões do mundo estão se atualizando. Então, a TV 2.5 é ainda um meio do caminho, mas é uma atualização importante para o Ginga estar sintonizado com as aplicações de hoje em dia, como o streaming e aplicações móveis também”, afirma Guedes.
Conhecida como TV 2.0, a televisão digital foi implementada no Brasil em 2007. O middleware Ginga, criado no laboratório de TeleMídia do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio pelo professor Luiz Fernando Gomes Soares (1954-2015), se tornou um padrão internacional, que agora terá sua primeira grande atualização, visando uma melhor comunicabilidade com os novos recursos das televisões SmartTV, serviços de streaming, celulares e dispositivos de Internet das Coisas (IoT).
Álan Guedes fala sobre nova versão do Ginga / Foto: Arquivo Pessoal
“O maior avanço do Ginga na TV 2.5 é se comunicar com o ambiente de Smart TV e mobile. Com isso ele vai saber um pouco mais do seu perfil e pode direcionar anúncios e propagandas mais personalizadas. O Ginga agora não estará vivo só no broadcast do canal. Tem um componente que passa a se comunicar com a Smart TV e com o celular do usuário, para então capturar informações de perfil e poder recomendar conteúdos, personalizar anúncios, entre outras novas funcionalidades”, explica o pesquisador.
Isso significa que, com o DTV Play, componente dessa versão nova do middleware, um usuário que está consumindo um conteúdo num canal de TV aberta, poderá receber como recomendação um outro conteúdo, relacionado ou similar a esse, no streaming. E vice-versa. Baseado nas informações de perfil do usuário — capturadas via celular, por exemplo — o Ginga permite que sejam veiculados anúncios e propagandas mais de acordo com os interesses de quem assiste. Mas, para isso, será necessária autorização prévia.
“Tem que ter autorização do usuário, via QR code ou mensagem solicitando permissão, como é muito comum atualmente em smartphones, que pedem para usar a localização, por exemplo. Não será automático, o usuário precisa permitir”, alerta Guedes. O pesquisador estima que no final de 2021 as primeiras TVs 2.5 estejam chegando ao acesso do consumidor final.
“As normas foram publicadas esse ano (2020), estamos fechando uma validação, um conjunto de aplicações que validam esse Ginga. Os fabricantes têm que implementar esse conjunto de aplicações para dizer que está funcionando. É como se fosse um teste de conformidade. Prevemos terminar no início do próximo ano, os fabricantes já estão trabalhando nisso. Minha estimativa é que no final de 2021 as TVs mais novas já cheguem com essa versão atualizada do Ginga, o DTVPlay. Esse é o planejamento”, pondera Guedes.
Bruno Gomes, Matheus Adler e João Pedro Vale celebram aprovação no mestrado do DI / Foto: Arquivo Pessoal
Universitários aprovados para o programa de pós-graduação contam porque escolheram o DI e quais são suas expectativas
A noite da última segunda-feira (14) foi de comemoração para os alunos aprovados no processo de seleção para o mestrado e doutorado do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio. Estudantes de diferentes partes do país celebraram o resultado, como Debora Stuck, do Rio de Janeiro, e Bruno Gomes, João Pedro Vale e Matheus Adler, de São Luís, no Maranhão. No caso dos três últimos, que são amigos e fizeram juntos a graduação, a tão sonhada vaga no mestrado significa uma mudança de vida também geográfica. Bruno, João Pedro e Matheus fizeram posts emocionados em suas redes sociais falando da admissão.
“A vida é muito louca, nunca imaginaria que eu em meus 21 anos teria uma aprovação em mestrado desses. Foi dureza, muito estresse, muita ansiedade, muita preocupação (até demais), mas felizmente deu certo. Vai ser uma vida nova começando, uma nova realidade que tenho certeza que também não será fácil, mas com muita dedicação tenho fé que vai dar tudo certo. Obrigado a todos os envolvidos, que acreditaram e torceram por mim, agora é PUC-Rio 2021”, escreveu Bruno Gomes.
Quem fez a ponte entre o DI e os três estudantes foi Antônio Busson, pesquisador do TeleMídia Lab no DI, que tinha sido professor deles na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). “Quando o professor falou sobre o Departamento e o TeleMídia, dei uma pesquisada, li o histórico, comparei com outras universidades e vi que, desde 1964, o DI tem nota máxima no CAPES. É um programa de pós-graduação com muita história e muito legado. Pesquisei em sites internacionais também e todos falam que é uma das maiores referências do Brasil nessa área. Fui ver o corpo docente e encontrei nomes de peso, que eu já tinha visto em livros. Então, fica até difícil não escolher o DI, são muitos pontos positivos”, contou João Pedro Vale.
Debora Stuck já atua na iniciativa ExACTa e foi aprovada na seleção de mestrado do DI
Matheus Adler relata que a preparação para o processo seletivo começou ainda em janeiro de 2020. Além dos estudos, do trabalho de conclusão de curso na graduação, ele e os dois amigos também buscaram a publicação de artigos e apresentação de pesquisas de iniciação científica para se qualificarem para o mestrado. Toda essa dedicação valeu a pena quando saiu a relação dos aprovados. “Nesse momento foi uma sensação que não dá pra descrever. É até uma história engraçada: uma amiga que veio me parabenizar antes de eu ter visto meu nome na lista. Não entendi nada e não acreditei, a princípio. Mas quando abri o site e vi meu nome, fiquei até sem reação. Falei pra minha mãe, que estava ao meu lado, e a partir dali foi só festa”, disse.
Debora Stuck chegou ao DI por meio da iniciativa ExACTa, um dos núcleos de inovação tecnológica do Departamento. “A escolha de fazer o mestrado no DI está ligada à minha formação em Ciência da Computação e à oferta de linhas de pesquisa na área de inovação, ênfase do trabalho desenvolvido pela iniciativa ExACTa, onde atuo como Analista de Pesquisa e Desenvolvimento. E pela excelência de ensino da Pós do DI, com reconhecimento acadêmico e profissional”, destacou.
Agora que já podem se dizer mestrandos, os novos alunos de Departamento se preparam para a próxima etapa acadêmica, cheios de expectativas.. “Quero aprender bastante e espero que o mestrado nos abra portas para novas oportunidades, inclusive fora do país, numa empresa ou universidade. Acredito que o DI vai me ajudar nesse sentido, foi um dos motivos que me impulsionou a fazer essa escolha”, afirmou Gomes.
“Minha expectativa é contribuir para meu enriquecimento pessoal e profissional, por meio do envolvimento em atividades teórico-práticas e pela troca de experiências que o ambiente acadêmico proporciona. E também a oportunidade de ampliar minha rede de contatos”, finalizou Debora.
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Professores indicam tramas que falam sobre Inteligência Artificial e outros assuntos da computação
Há muito tempo que os avanços tecnológicos e inovações nas áreas da computação ganharam as telas de cinema. Desde clássicos como 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968) até o recente Dilema das Redes, lançado em janeiro de 2020 pela Netflix, são muitos os filmes que abordam esses temas, das mais variadas formas. E como o semestre letivo está chegando ao fim, por que não unir informação e entretenimento nas férias? Confira a lista de indicações dos professores do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio: são nove títulos, entre ficção, biografias e documentários, que podem ampliar os horizontes sobre assuntos como inteligência artificial, aprendizado de máquina, banco de dados, sistemas computacionais, entre outros. Então, é só fazer a pipoca e começar a maratona!
Estrelado por Joaquin Phoenix, Amy Adams e Scarlett Johansson, esse filme de Spike Jonzen levou Oscar de melhor roteiro original em 2014. Mostra o drama de um escritor solitário que se apaixona pelo sistema operacional projetado para atender a todas as suas necessidades. O desenvolvimento desse romance improvável e seu desfecho, você vai ter de assistir para conferir. Está disponível no catálogo do Globoplay.
Adaptação do best-seller homônimo, escrito por Dave Eggers. A história parte da realização do grande sonho de Mae (Emma Watson), que é trabalhar na maior empresa de tecnologia do mundo, O Círculo. Fundada por Eamon Bailey (Tom Hanks), a organização tem como principal produto o SeeChange, uma pequena câmera que permite aos usuários compartilharem detalhes de suas vidas com o mundo. Conforme vai subindo na hierarquia d’O Círculo, Mae é incentivada por Bailey a viver sua vida com total transparência. Porém, quando todos estão assistindo, ninguém está realmente seguro.
Este documentário da Netflix foi um dos assuntos muito comentados na pandemia e levou muita gente a repensar sobre manter ou não seus perfis nas redes. O filme explora o perigoso impacto humano das redes sociais, com especialistas em tecnologia alertando sobre os riscos e “armadilhas” de suas próprias criações.
Vencedor de três Oscars e quatro Globos de Ouro, o longa de David Fincher narra a trajetória de Mark Zuckerberg na criação do Facebook nos seus tempos de estudante na Universidade Harvard. Em seis anos ele se torna o mais jovem bilionário da história, tamanho o sucesso da rede social. Mas, apesar da fortuna e dos 500 milhões de amigos online, sua ascensão sem precedentes traz problemas legais e também pessoais.
Parcialmente baseado no livro “Fire in the Valley: The Making of the Personal Computer”, escrito por Paul Feiberger e Michael Swaine, o filme de Martyn Burke narra a ascensão da Apple e Microsoft, mostrando a conflituosa relação de Steve Jobs (Noah Wyle) e Bill Gates (Anthony Michael Hall) nos bastidores.
Ashton Kutcher interpreta Steve Jobs nesse filme de Joshua Michael Stern, que começa ainda 1976, quando Jobs abandonou a faculdade e deu início a uma revolução junto com seu amigo Steve Wozniak, um gênio da tecnologia. Juntos eles inventaram o primeiro computador pessoal, chamado Apple 1. A narrativa apresenta a personalidade controversa de Jobs e como, apesar de ter mudado o mundo para sempre com a Apple, o fato de ele ter passado por cima dos outros no processo prejudicou sua vida pessoal. Está disponível no catálogo da Amazon Prime Video.
Um original Netflix, esse documentário expõe através de histórias reais de diferentes lados do escândalo Cambridge Analytica/Facebook, o perigoso e chocante mundo da exploração de dados.
AI – Artificial Intelligence (2001)
Do aclamado diretor Steven Spielberg, esse filme impressionou toda uma geração, com a versão de ficção científica da clássica história de Pinóquio. Haley Joel Osment interpreta David, o primeiro menino-robô programado para amar. Adotado por um casal, ele enfrenta uma série de circunstâncias inesperadas e não conquista a aceitação dos humanos nem das máquinas. Por isso, David decide embarcar em uma jornada em busca de seu verdadeiro mundo. Já faz quase 20 anos desde o lançamento do longa, mas é um caso daqueles em que sempre vale a pena ver de novo!
Vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado e indicado a outras sete estatuetas na premiação de 2015, o filme de Morten Tyldum nos apresenta a história de Alan Turing, considerado o pai da computação por ter criado uma máquina durante a segunda guerra mundial que foi uma das precursoras do computador. Turing era um gênio matemático inglês que liderou a equipe responsável por desvendar a “Enigma”, códigos que os alemães usavam para se comunicar na guerra. O longa tem Benedict Cumberbatch como protagonista e Keira Knightley como a criptoanalista numismatista Joan Clarke.
Mais de 50 vídeos foram disponibilizados no canal, que já passa da marca de 20 mil visualizações
O distanciamento social imposto pela pandemia da Covid-19 fizeram das lives e dos videos na internet o “novo normal” das conversas, das reuniões e do aprendizado. O Departamento de Informática (DI), como todos os departamentos da PUC-Rio, foi extremamente ágil na troca para o mundo remoto digital, passando todas as aulas para o modo online em apenas uma semana. Mas além disso, o DI também fez do seu canal YouTube um ponto de encontro virtual para a troca de ideias e apresentacão de conteúdos científicos de sua reconhecida pesquisa de ponta em Computação, apresentando seminários, debates, defesas de teses e dissertações, depoimentos e outros conteúdos abertos ao público. Áreas da Computação cobertas pelo DI, como ciência de dados, internet das coisas, engenharia de software, banco de dados, machine learning e games foram apresentadas mostrando a qualidade da produção científica do Departamento.
“No passado, resultados de pesquisa só eram compartilhados, debatidos e disseminados nos círculos acadêmicos, e possivelmente também em projetos com a indústria. Mas ao grande público, de fato, era vedado acesso às atividades de pesquisa e dos seus resultados concretos, dificultando assim a compreensão de como a pesquisa pode ser trabalhosa, demanda método científico e/ou disciplina de engenharia. Mas também como ela pode ser fascinante e gerar resultados úteis em áreas de aplicação nunca antes imaginadas. Divulgando e tornando a ciência e tecnologia desenvolvida do DI mais visível e transparente, acreditamos estar contribuindo assim não só para a disseminação da ciência, como também aumentando a nossa inserção social”, afirmou Markus Endler, diretor do Departamento
No segundo semestre de 2020 os seminários da pós-graduação, que eram realizados presencialmente no passado, passaram para o formato de live com transmissão online pelo YouTube e página do Facebook. Com isso, as palestras que antes eram assistidas apenas pelos alunos presenciais passaram a alcançar muito mais pessoas. Organizadas por Marcos Kalinowski, coordenador da pós-graduação, as lives semanais abordaram temas atuais e da maior relevância na Computação.
Acesse a playlist das lives da pós-graduação
A graduação também promoveu lives organizadas pela professora Noemi Rodriguez. O primeiro palestrante foi o professor Sergio Colcher, coordenador do TeleMídia Lab. Ele falou sobre pesquisa em Multimídia e o middleware Ginga, que foi desenvolvido no laboratório e se tornou um padrão internacional. O principal arquiteto da linguagem de programação Lua, Roberto Ierusalimschy, foi o convidado da segunda live, chamada “Lua na PUC-Rio”. Ierusalimschy falou contou como foi o início de sua carreira, o desenvolvimento de Lua e suas mais recentes atualizações. Na terceira rodada, o assunto foi a busca pelo profissional híbrido em Jogos e Entretenimento Digital, com o professor Bruno Feijó, que ressaltou os possíveis benefícios do aprendizado em programação ser incluído na educação básica.
Debate interdisciplinar
Aberto a parcerias dentro e fora da PUC-Rio, o DI promoveu debates com outras áreas, como o evento Tecnologias Digitais e as Áreas do Conhecimento Humano, realizado em conjunto com a PUC Endowment. Com foco na inovação por meio da transdisciplinaridade, o evento reuniu pesquisadores, departamentos da universidade e empresas para discutir a importância de unir forças estabelecendo parcerias entre as ciências exatas e humanas, entre os vários departamentos da PUC-Rio, instituições de ensino e também entre a própria academia e a indústria.
Em novembro, outro debate interdisciplinar online, “Epistemologia, Emoções e Inteligência Artificial, reuniu o diretor do DI, Markus Endler, o neurocientista e professor da psicologia na PUC-Rio, Daniel Mograbi, e o professor Augusto Baffa, que ministra uma disciplina sobre Inteligência Artificial. Na conversa os três debateram sobre o processo criativo humano e a possibilidade de computadores chegarem a reproduzi-lo algum dia. Iniciativas como essas serão ainda mais recorrentes e ampliadas em 2021, no sentido de incentivar cada vez mais os diálogos entre departamentos e áreas de estudo.
Participação dos alunos no YouTube do DI
A participação dos alunos é outro ponto forte do canal no YouTube. Além de vídeos resumindo projetos finais de graduação, dissertações de mestrado e defesas de tese de doutorado, há também depoimentos de ex-alunos falando sobre sua trajetória no DI e os vídeos de Research Talks, em que o aluno apresenta seu trabalho de pesquisa científica. E pra quem fica intimidado em falar para uma câmera, tem até tutorial com dicas para fazer uma boa gravação.
Mais de 50 vídeos foram disponibilizados pelo DI só no segundo semestre de 2020. Foram mais de 20 mil visualizações e aproximadamente 2,5 mil horas de exibição. Todo esse conteúdo gerou mais de 30 matérias publicadas no site e compartilhadas nas redes, fomentando a circulação do conhecimento para além dos limites da universidade. E isso é só o começo. No próximo ano tem muito mais novidades vindo por aí! Se inscreva no canal e ative o lembrete para fazer parte deste círculo do saber, pesquisa e desenvolvimento! Clique aqui para se inscrever.
Foto: Engin Akyurt/Unsplash
Professor do DI especialista no assunto dá dicas de segurança da informação no home office
No primeiro semestre de 2020, o Brasil sofreu mais de 2,6 bilhões de tentativas de ataques digitais. Recentemente, órgãos do governo como o STJ (Superior Tribunal de Justiça), o Ministério da Saúde e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foram afetados por esse tipo de ação criminosa. Essa onda de invasões de sistemas e até de sequestro de dados tem a ver com o aumento exponencial do uso e da dependência de redes e dispositivos domésticos imposto pela pandemia do novo coronavírus, através do home office, segundo a Fortinet Threat Intelligence Insider Latin America, plataforma que coleta e analisa incidentes de segurança cibernética em todo o mundo.
“Na empresa, uma equipe de suporte tem o papel fundamental de preservar a segurança da infraestrutura de TI, como por exemplo a rede de dados e equipamentos. No home office, essa gestão é do usuário leigo que não tem a competência para garantir o mesmo grau de segurança. Para reduzir os riscos do trabalho em home office, a empresa precisa adotar uma política que minimize os riscos”, afirma Anderson Oliveira da Silva, que ministra a disciplina de Segurança da Informação no Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio.
Silva ressalta que as empresas devem entender que o elo mais fraco da corrente de segurança da informação são os usuários. “De nada adianta investir em uma infraestrutura de proteção se os usuários do sistema de informação não tiverem treinamento adequado em segurança cibernética”, diz. Ele aponta as principais ações para aumentar a segurança no trabalho remoto:
Professor Anderson Oliveira da Silva dá aula sobre Segurança da Informação no DI da PUC-Rio
Contudo, mesmo essas medidas não podem garantir total eficácia contra ataques. “Na área de segurança temos uma máxima: não é possível ter 100% de segurança. Os profissionais de segurança trabalham na identificação das ameaças e vulnerabilidades para implantar barreiras de proteção que reduzem os riscos a níveis aceitáveis”, explica o professor.
Ransomware: o ‘sequestrador’ de dados
De acordo com um artigo da Revista Época Negócios, desde março de 2020, ataques hackers causaram prejuízos milionários e paralisações em operações de pelo menos 20 empresas brasileiras. O que muitos desses ataques têm em comum é o uso de um ransomware, um tipo de software malicioso usado para criptografar ou impedir o acesso a uma grande quantidade de arquivos de um computador, sistema de dados ou mesmo de uma rede inteira.
“Primeiro, o ransomware gera uma chave criptográfica simétrica para criptografar um arquivo e, em seguida, criptografa essa chave com a chave pública residente no código malicioso, produzindo o que chamamos de envelope digital do arquivo. Finalmente, o arquivo cifrado e o envelope são unidos em um arquivo final e o arquivo original é apagado. Resumindo, apenas o arquivo final é mantido no disco da vítima. Somente quem tem a chave privada, par da chave pública, consegue recuperar o arquivo original. Essa chave está na posse dos autores do ataque”, descreve Silva.
Além disso, o próprio ransonware faz o pedido de resgate, apresentando uma mensagem com instruções de pagamento do valor exigido em troca da restauração dos arquivos originais. “O pagamento do resgate é, em geral, realizado com criptomoeda que impossibilita o reconhecimento dos autores”, alerta o especialista.
Autor: Romeu Ferreira de Oliveira
Orientador: Julio Cesar Sampaio do Prado Leite
Data e Hora: 21/12/2020 às 15:00
Autor: Rafael de Siqueira T. Cavalcanti
Orientador: Julio Cesar Sampaio do Prado Leite
Data e Hora: 16/12/2020 às 09:30
Pedro Almeida, Paulo Mendes, Daniel Moraes, Antônio Busson, Alan Guedes e outros ex-membros TeleMídia | Foto: Arquivo Pessoal
Laboratório do DI apresentou suas pesquisas no evento com nove artigos aceitos
O Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio teve destacada atuação no Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web (WebMedia), que aconteceu online, de 30 de novembro a 4 de dezembro de 2020. Dedicado à pesquisa e à inovação de sistemas hipermídia/multimídia, multimídia em rede e machine learning (aprendizado de máquina), o TeleMídia Lab, do DI da PUC-Rio apresentou nove artigos no evento e um deles teve menção honrosa na categoria melhor artigo curto. “Estou bastante satisfeito. Sinto que temos conseguido trabalhar na formação dessa equipe de forma muito efetiva e especialmente gratificante em tempos tão diferentes e difíceis”, comemora Sergio Colcher, coordenador do laboratório TeleMídia e professor do quadro principal do DI.
Promovido anualmente pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), o WebMedia é o principal evento do tema no Brasil e fomenta intercâmbios científico e técnico entre alunos, pesquisadores e profissionais das áreas de Multimídia, Hipermídia e Web. Assim como o TeleMídia Lab, o WebMedia foi fundado pelo professor Luiz Fernando Gomes Soares, do DI. Desde a sua precoce morte, em 2015, ele é homenageado no Simpósio com o prêmio Luiz Fernando de Computação. “Tratamos o evento como se fosse uma coisa nossa, do laboratório. Nós tentamos sempre submeter bons artigos, no sentido de fazer aquele trabalho de ‘dever de casa’ que é cuidar do que é nosso, temos muito esse sentimento”, afirma Álan Guedes, que atua no laboratório e na organização do prêmio.
Professor Sergio Colcher é coordernador do TeleMídia Lab
“Sem dúvida, foi um ótimo desempenho. O WebMedia tem crescido muito, e é talvez o principal fórum específico para as pesquisas que fazemos no TeleMídia. Em eventos acadêmicos internacionais recentes, como a última conferência em Tóquio, percebemos que temas inovadores ligados à tecnologia blockchain passaram a ter grande destaque. Inclusive, um dos painéis mais concorridos abordou justamente ???????????????????, revelando como esses novos formatos digitais têm despertado interesse acadêmico e comercial globalmente”, destaca Colcher. “Essa atuação me deixa com uma sensação boa de dever cumprido, e devo esse agradecimento a toda a equipe e, em especial ao Álan Guedes, que consegue estar presente em tudo, com todos, o tempo todo”, disse.
Confira a lista dos trabalhos apresentados e os respectivos autores que são alunos e professores do DI:
Paulo Renato C. Mendes, Antonio José G. Busson, Daniel Moraes | Sergio Colcher
A Cluster-Matching-Based Method for Video Face Recognition
Paulo Renato C. Mendes, Antonio José G. Busson | Sergio Colcher e Daniel Schwabe
SucupiraBot: An Interactive Question-Answering System for the Sucupira Platform
Ivan Pereira, Jéssica Sousa, Polyana B. Costa | Sergio Colcher e Simone Barbosa
Interactive 360-degree Videos in Ginga-NCL Using Head-Mounted-Displays as Second Screen Devices
Paulo Renato C. Mendes e parceria com professores externos ao DI.
Shaping the Video Conferences of Tomorrow With AI
Paulo Renato C. Mendes, Eduardo S. Vieira, Pedro Vinicius A. de Freitas, Antonio José G. Busson | Sergio Colcher
Towards Neural-Symbolic AI for Media Understanding
Polyana B. Costa, Guilherme Marques, Arhur C. Serra, Daniel de S. Moraes, Antonio J. G. Busson, Guilherme Lima | Sergio Colcher
Antonio José G. Busson | Sergio Colcher
ListeningTV: Accessible Video using Interactive Audio Descriptions
(Menção Honrosa na premiação de melhor artigo curto)
Daniel de Sousa Moraes | Álan Guedes | Sergio Colcher
ÁGATA: um chatbot para difusão de práticas para Educação Ambiental
Ivan de Jesus Pereira Pinto | Sergio Colcher
Guedes lembra que o próprio middleware Ginga, desenvolvido no TeleMídia Lab, sugiu de trabalhos que foram publicados no WebMedia. “Levamos resultados para lá que viram padrões. Empresas vêem, se utilizam desses padrões e publicam lá de novo. Isso contribui para o evento e vira um palco para que pesquisas em multimídia e web sejam fomentadas”, ressalta o pesquisador.
Colcher afirma que nada disso teria sido possível, não fosse a cultura, o exemplo e a história do DI e todos os seus professores. “Obviamente incluindo a memória do nosso saudoso LF [Luiz Fernando Gomes Soares], cujo legado de honestidade e compromisso são os bens maiores que procuramos preservar em nosso ambiente do Telemídia”, finaliza. O Prêmio Luiz Fernando de Computação incentiva projetos de impacto social, como era o foco de pesquisa do professor.
Professor apresentou modelos de machine teaching no último seminário do ciclo de lives da pós-graduação em 2020
O Machine Learning (aprendizado de máquina) desperta muito interesse tanto na academia quanto na indústria, sobretudo por suas impressionantes aplicações, como por exemplo os carros autônomos e o processamento de linguagem natural. “De uns seis anos para cá houve alguns breakthroughs (descobertas) nessa área”, afirmou o professor Eduardo Sany Laber no seminário “Topics in Learning: Machine Teaching and Explainability”, apresentado na sexta-feira (4). A palestra marcou a última rodada do ciclo de lives da pós-graduação do Departamento de Informática da PUC-Rio em 2020, e segue disponível no canal do DI no YouTube.
Laber falou sobre os tópicos que vêm sendo estudados na comunidade de machine learning, e ressaltou a relevância da machine explainability. “É importante hoje em dia ter o entendimento do porquê de esses sistemas baseados em inteligência artificial funcionarem de uma maneira e não de outra. Isso pode dar segurança no uso dessas tecnologias”, disse. O pesquisador mostrou o modelo mais usual de estudar learning, chamado passive machine learning. E falou também sobre active learning, que é um outro modelo bastante usado.
“A ideia de machine teaching surgiu nos anos 90, na comunidade de teoria de machine learning. Mas, de alguns anos para cá pesquisadores começaram a perceber que isso pode ter conexões com outros modelos de learning e a ver potencial de aplicações disso”, declarou Laber.
Teaching na teoria e na prática
O objetivo em machine teaching é escolher os exemplos, o “training set” que o algoritmo de aprendizado tem que ter para aprender de forma mais eficiente, com menos exemplos. A partir do modelo chamado “teaching a black box learner”, proposto por pesquisadores da universidade de San Diego, Laber e seus colaboradores aplicaram em sua pesquisa a principal técnica de conectar o problema de teaching com um problema clássico em otimização combinatória que é o set cover online.
“Se guiarmos o nosso aprendizado, podemos aprender mais rápido ou com menos exemplos. O resultado que se tem com esse modelo é essencialmente o melhor possível. Na nossa pesquisa, o que fizemos foi estender esse modelo para torná-lo menos restritivo. Um dos modelos que propusemos e analisamos é o ‘smooth transition learner’, em que o learner faz transições suaves. Com esse modelo o learner tem uma convergência mais rápida”, explicou.
Além das contribuições teóricas de seu trabalho, Laber também fez alguns experimentos computacionais com 12 datasets e dois tipos de learner: random forest e LGBM. Os resultados revelaram que há vantagem no set cover teatcher em relação ao passive machine learning, no sentido que o primeiro requer menos exemplos. E observou também que essa vantagem fica mais significativa quando são targets mais altos de acurácia são considerados.
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Já em relação à explainability, o pesquisador estuda o problema de clustering, que é um problema clássico e tem uma série de aplicações em análises de dados. “Estamos trabalhando nesse modelo para avançar o conhecimento nesse problema. E a pergunta principal que estamos tentando responder é: quanto pagamos por ser explicável? É isso que estamos buscando entender matematicamente e do ponto de vista prático”, afirmou.
Laber respondeu às perguntas enviadas via chat ao vivo e anunciou que foi convidado a apresentar outra de suas pesquisas na Latin 2020, a principal conferência da teoria/ algoritmos da América Latina. O evento acontecerá em 6 de janeiro de 2021 às 13:40.
O ciclo de lives da pós-graduação do DI volta no próximo semestre. Todas as palestras seguem disponíveis para serem assistidas a qualquer momento, pelo canal do YouTube. Se inscreva no canal para ser informado das próximas!
Diogo Mendonça e Hugo Villamizar, orientados por Marcos Kalinowski, foram premiados no Concurso de Teses e Dissertações em Qualidade de Software
Dois trabalhos orientados pelo professor Marcos Kalinowski, do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio, foram premiados no Concurso de Teses e Dissertações em Qualidade de Software (CTDQS 2020) que ocorre anualmente no Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software (SBQS). Diogo Mendonça levou o prêmio de melhor tese de doutorado e Hugo Villamizar conquistou a segunda melhor dissertação de mestrado. A premiação foi transmitida pelo canal da Sociedade Brasileira de Computação no YouTube, na sexta-feira (4).
“Quero agradecer primeiro ao SBQS, pois essa tese foi submetida lá atrás, no workshop de teses e dissertações em 2017, recebi vários feedbacks interessantes que ajudaram a evoluir o trabalho. E também aos meus orientadores, que foram muito importantes para a tese. o Arndt Von Staa, com a pegada dele mais prática e o Marcos Kalinowski com a parte mais experimental”, afirmou Mendonça em seu discurso de agradecimento.
“Só de ter participado do concurso de teses e dissertações para mim já é um prêmio, então fico muito feliz pelo resultado. Parabéns ao meu orientador Marcos Kalinowski, porque sem o acompanhamento e a orientação dele o trabalho não teria sido feito”, celebrou Villamizar em sua fala durante a premiação.
Kalinowski destaca o mérito de seus orientandos
Diogo Silveira Mendonça defendeu sua tese de doutorado em 2019 Foto: Arquivo Pessoal
A tese ”Pattern-Driven Maintenace: a Method to Prevent Unhandled Latent Exceptions in web applications” (manutenção orientada a padrões: um método para evitar exceções latentes não tratadas em aplicativos da web), defendida por Mendonça no doutorado, foi classificada como a melhor do concurso. O prêmio foi nomeado “Professor Ricardo de Almeida Falbo”, em homenagem ao docente, falecido em julho de 2020. “Fico muito feliz em receber o prêmio com o nome do professor Falbo, não pude conhecê-lo, mas pelos comentários que ouvi sobre ele, parece ter sido uma pessoa muito boa, um profissional muito admirável”, agradeceu Mendonça.
Kalinowski parabenizou o ex-aluno de doutorado pela visão pragmática para a resolução de problemas práticos da indústria e pela condução de três estudos usando diferentes estratégias experimentais, alinhando avaliações no contexto industrial e também com estudantes. “Parabenizo-o por isso e também ao professor Arndt, pois assumi a orientação a partir da metade do caminho, quando a proposta já tinha sido iniciada. Fico muito feliz e honestamente surpreso. Acredito que tem muito mérito justamente por resolver um problema prático na área de qualidade de software. É uma abordagem disponível que pode ser aplicada para melhorar a confiabilidade de aplicações web e acho que tem muita coisa ainda para acontecer a partir daí”, disse o orientador do trabalho.
Hugo Villamizar defendeu sua dissertação de mestrado em 2019 – Foto: Arquivo Pessoal
Chamada “An approach for reviewing security-related aspects in agile requirements specifications of web applications” (Uma abordagem para revisar aspectos relacionados à segurança em especificações de requisitos ágeis de aplicativos da web), a dissertação de VIllamizar conquistou o segundo lugar no CTDQS 2020. “Hugo conduziu muito bem todas as etapas, desde o estudo secundário, passando pela proposta, a implementação e avaliação, rodou estudos experimentais, fez um texto bem escrito e publicou bem”, afirmou o orientador Kalinowski.
Villamizar segue no DI, agora cursando doutorado e Mendonça é professor no CEFET. “Ele terá uma caminhada do outro lado agora, também como orientador”, ressaltou Kalinowski.