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Vidal está entre os pesquisadores mais influentes do mundo
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020 às 13:55

Pesquisa de Stanford apontou 600 cientistas do Brasil que estão entre os 100 mil do ranking mundial; sete são da PUC-Rio

Thibaut Vidal, professor do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio, está entre os cientistas mais influentes do mundo, de acordo com um estudo conduzido pela Universidade Stanford, nos EUA. Além dele, outros seis professores do Centro Técnico Científico da PUC-Rio estão na lista que inclui 600 nomes do Brasil e 100 mil no mundo. O ranking de cientistas se baseia nas citações da base de dados Scopus e se divide em dois: o impacto do pesquisador ao longo da carreira, de 1996 a 2019, e o alcance de citações apenas em 2019, que é o caso de Vidal.

O estudo “Updated science-wide author databases of standardized citation indicators” classifica os cientistas em 22 campos e 176 subcampos científicos. Os outros pesquisadores da PUC-Rio que estão na lista são: Boyan Sirakov, do Departamento de Matemática, Fernando L. Freire Jr., do Departamento. de Física, José Roberto Moraes d’Almeida, do Departamento de Engenharia Química e de Materiais, Khosrow Ghavami, da Engenharia Civil, Paulo Roberto de Souza Mendes, do Departamento de Engenharia Mecânica e Rodrigo de Lamare, de Telecomunicações. 

As pesquisas de Vidal abarcam as áreas de otimização combinatória, heurísticas e aprendizado de máquina interpretável, com aplicações em logística e gerenciamento de cadeia de suprimentos, gerenciamento de produção, alocação de recursos e processamento de informações. 

O cientista já publicou mais de cinquenta artigos em jornais e conferências internacionais de renome, como ICML, Operations Research, Transportation Science, SIAM Journal on Optimization, Pattern Recognition e INFORMS Journal on Computing, entre outros.  Premiado em diferentes sociedades científicas, Vidal recebeu duas vezes o prêmio de melhor artigo da Seção de Ciência e Logística do Transporte da INFORMS, e o prêmio Robert Faure da sociedade francesa de pesquisa operacional. Atua como editor associado da revista Transportation Science e sua tese consta na lista de honra do Reitor de Estudos de Pós-Graduação da Universidade de Montreal.



Garcia: ‘A degradação de software deve ser monitorada de forma eficiente’
quarta-feira, 2 de dezembro de 2020 às 15:00

No ciclo de lives do DI, professor apresentou resultados de sua pesquisa sobre degradação e refatoração de sistemas de software

Para quem não é da área de engenharia e desenvolvimento de software talvez seja curioso pensar que sistemas de software possam ter “mau cheiro”. Mas eles têm. “Assim como na nossa saúde observamos sintomas que podem indicar uma possível doença, também nos projetos de software temos pistas, sintomas no código-fonte que podem expressar micro problemas de desenho de software, que são chamados os ‘maus cheiros’”, explicou o professor Alessandro Garcia no seminário “Degradação e Refatoração de Projetos de Software”, na sexta-feira (27), em mais uma edição do ciclo de lives da pós-graduação do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio.

O termo ‘mau cheiro’ é utilizado como uma metáfora para indicar que algo vai mal no desenho do software. Os “maus cheiros” são “sintomas” de problemas que vão se acumulando ao longo dos anos de vida de um sistema de software, causando o processo de degradação, que se alcançar um alto nível pode levar o programa a se tornar um software legado ou até mesmo ser descontinuado. “A degradação de software é relevante por vários motivos e deve ser monitorada de forma eficiente”, afirmou Garcia. 

O processo de degradação muitas vezes é desencadeado porque o desenho de software vai sofrendo mudanças baseadas em decisões ruins ao longo do tempo. Uma série de novas decisões podem reverter boas decisões que foram tomadas no passado. Além disso, outras más decisões podem ser tomadas na inclusão de novas funcionalidades ao sistema. Estas decisões equivocadas podem levar a vários tipos de problemas nos mais variados níveis de abstração do desenho de um sistema, seja em um escopo maior (por exemplo, a arquitetura do sistema) ou menor (por exemplo, o desenho interno de um módulo do sistema). Então cabe ao desenvolvedor interpretar os sintomas, ou “mau-cheiros”, a fim de inferir qual é a “doença”, qual é o grande problema de design de software que está acontecendo, para realizar as atividades de reparo de forma eficiente. 

Análise holística dos sintomas

Segundo Garcia, grandes problemas usualmente só podem ser inferidos a partir de uma análise combinada dos sintomas que foram sendo introduzidos no projeto, seja na mesma versão, ou em diferentes versões. Assim como um médico pergunta como você estava na semana passada, quando surgiu isso ou aquilo, para fazer um diagnóstico, é preciso saber o histórico do sistema de software. “Essa análise holística e histórica dos sintomas é que vai permitir que desenvolvedor conclua que ali realmente tem problema de design relevante e qual é esse problema. Não é necessariamente focado só em um sintoma. Os grandes problemas de design estão associados a múltiplos sintomas”, disse. 

 

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Para combater e eliminar a degradação, ou ao menos suavizar ou tolerar esses “maus cheiros”, é preciso fazer a refatoração do código-fonte. Essa atividade promove uma série de transformações estruturais que visam otimizar algum atributo interno ou externo de qualidade do sistema. “O objetivo principal é melhorar o desenho do sistema, resgatar e controlar novamente a manutenibilidade, ou outros atributos não-funcionais que estavam associados com problema de design no ato da refatoração”, afirmou Garcia

Contudo, a própria refatoração também pode gerar “maus cheiros”. Nos estudos e pesquisas realizadas pelo professor e sua equipe, foi observado que 80% das refatorações tem como alvo módulos do sistema que têm um ou mais “maus cheiros”. E a análise destes módulos revelou que 73% daqueles que são tocados pelas refatorações contém vários sintomas. Portanto, o time de pesquisa liderado pelo professor Garcia também trabalha em busca de técnicas e ferramentas que possam sintetizar essa série de sintomas e ajudem o desenvolvedor a tomar melhores decisões sobre os “maus cheiros” que devem ser removidos e aqueles que não devem.

“Apesar de ser uma transformação que reduz a degradação, temos notado que muito frequentemente os desenvolvedores não tomam as decisões adequadas em relação às refatorações. As ferramentas deveriam apoiar uma análise que permitisse o desenvolvedor ver rapidamente a relação entre os sintomas e, com base nessa informação mais rica, planejar melhor as refatorações. Porém, as ferramentas disponíveis na indústria e na academia estão longe ainda de fornecer esse apoio direto para facilitar as decisões no combate à degradação”, alertou.  

 



Machine teaching é tema da live de Eduardo Laber nesta sexta (4)
quarta-feira, 2 de dezembro de 2020 às 11:33

Artigo apresentado na ICML 2020 pelo professor será abordado no seminário online

No processo de aprendizado humano é comum sermos guiados por um professor que usa os exemplos mais adequados para facilitar a compreensão de algum conceito. Como este paradigma pode ser aplicado no contexto de aprendizagem automática? A linha de machine teaching busca responder esta pergunta e, no seminário “Topics in Learning: Machine Teaching and Explainability”, Eduardo Sany Laber vai discutir os resultados neste tema, que foram apresentados na principal conferência da área, a ICML (International Conference on Machine Learning) 2020. A palestra acontecerá nesta sexta-feira (4), às 15h, pelo canal do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio no YouTube e página no Facebook.

De acordo com Laber, esses resultados apresentados têm potencial de aplicação no treinamento eficiente de modelos de aprendizado de máquina e também em análise de dados de forma ampla. Ele também pretende abordar no seminário resultados de uma pesquisa em andamento sobre Explainable Machine Learning.

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“Modelos de aprendizado de máquina estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano, tomando  decisões que são relevantes para os indivíduos ou até mesmo para a sociedade como um todo. Em geral, é desejável — muitas vezes essencial — que possamos entender porque os modelos se comportam de uma determinada forma. Nesse sentido é importante o desenvolvimento de técnicas que permitam explicar o comportamento destes modelos e/ou construir modelos que sejam de fácil entendimento para o ser humano”, explica o pesquisador. 

O seminário “Topics in Learning: Machine Teaching and Explainability”, que faz parte da série de lives da pós-graduação do DI, abordará pesquisas e aplicações nas áreas de ciência de dados e inteligência artificial. Se inscreva no canal do DI no YouTube e ative o lembrete para não perder a palestra! 



“Todo cidadão deveria saber programar’, diz Bruno Feijó em live
segunda-feira, 30 de novembro de 2020 às 13:41

Professor acredita que programação deve fazer parte da educação básica, assim como aritmética

“Eu diria que todo cidadão teria que saber programar, assim como sabe fazer aritmética. Esse é o novo mundo. Não é só usar os gadgets, celulares e computadores, mas sim saber a essência do raciocínio computacional e da programação”. A declaração do professor Bruno Feijó, no seminário online “Jogos e Entretenimento Digital: a busca pelo profissional híbrido“, na quinta-feira (26), alerta para a necessidade de formar profissionais preparados para o novo mercado de trabalho.

Com uma trajetória pautada na interdisciplinaridade — graduação em Engenharia Aeronáutica, mestrado em Engenharia Civil e doutorado em Computer-Aided Design (desenho auxiliado por computador) — Feijó é um entusiasta de uma formação educacional híbrida e transdisciplinar. Ele inclusive é coformulador do Curso Multimídia para Ensino Médio Profissionalizante do NAVE/Oi Futuro, um dois projetos que visam a aplicação desse conceito. 

“É um ser híbrido que temos que formar. Voltei meu olhar para o Ensino Médio, participei da criação de uma experiência em que se colocava com muita intensidade a formação em computação e fiquei depois convencido de que problema ainda anterior, no Fundamental. Por isso, investi tanto tempo nessa preocupação com  a programação em si e com a educação mais básica. É essencial isso. O novo ser é um ser híbrido e transdisciplinar. E temos que criar isso na graduação ou até antes”, declarou Feijó.

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O pesquisador ressaltou que, mais do que interdisciplinar, se faz necessária uma educação transdisciplinar, que vá além de cada uma das áreas isoladas, sintetizando novos conceitos, rompendo as paredes entre departamentos e disciplinas, a fim de preparar as pessoas para uma nova realidade. “Isso é um conceito que eu diria que é do século XXI: transdisciplinaridade. Formar as pessoas para isso é uma prioridade, na minha opinião. Estamos caminhando para uma universidade diferente do que o imaginado já há muito tempo, com as coisas muito separadas e puras em cada um dos seus nichos”, disse. 

Feijó foi o convidado da terceira live da graduação. Organizados pela professora Noemi Rodriguez, coordenadora da graduação, os eventos online acontecem na última quinta-feira do mês, sempre às 18h. Na primeira edição Sérgio Colcher falou sobre o middleware Ginga e TV Digital 3.0. Em outubro o assunto foi a linguagem de programação Lua, com Roberto Ierusalimschy. O ciclo de seminários da graduação entra em recesso e voltará em 2021, mas todas as lives do DI estão disponíveis no nosso canal no YouTube. Confira!



Mograbi sobre IA reproduzir emoções: ‘Acho difícil, mas não impossível’
sexta-feira, 27 de novembro de 2020 às 17:43

Ao lado de Endler e Baffa, neurocientista participou do debate ‘Epistemologia, Emoções e Inteligência Artificial’, promovido pelo DI

“Será que o papel do pesquisador poderá ser substituído por máquinas inteligentes algum dia?”. A partir desta questão Markus Endler, diretor do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio, deu início ao debate interdisciplinar “Epistemologia, Emoções e Inteligência Artificial”, na quinta-feira (26), pelo canal do DI no YouTube e no Facebook. Para pensar sobre o processo criativo humano e a possibilidade de computadores chegarem a reproduzi-lo, Endler conversou com o neurocientista Daniel Mograbi — professor do Departamento de Psicologia da PUC-Rio — e Augusto Baffa, que ministra uma disciplina sobre inteligência artificial no DI. A troca de experiências, conhecimento e referências entre as áreas animou o bate-papo e gerou outras tantas questões, compartilhadas pela audiência via chat durante a live.

Na abertura do debate, Endler falou sobre o conceito de epistemologia. “É o ramo da filosofia que se ocupa do conhecimento científico e a maneira como nós humanos o adquirimos”, explicou. E lançou a grande questão: “Existe um estado emocional necessário para criar e a inteligência artificial poderá reproduzi-lo? Ou será que por não ter sentimentos os computadores estão fadados a apenas realizarem tarefas que parecem ser inteligentes mas, aparentemente, não são capazes criar novos conhecimentos?”

“Do ponto de vista da IA temos muito sistemas que imitam os seres humanos, e o desenvolvimento tecnológico nessa área continua evoluindo. Mas, no fundo, é muito mais um truque matemático e de modelagem, que usa a Neurociência como inspiração. De fato, ainda estamos apenas engatinhando nessa direção”, respondeu Baffa.

Já Mograbi falou do aspecto neurobiológico, que remete à origem da vida e ao processo de seleção natural, no que diz respeito aos pressupostos do que que anima o pensamento. “A criatividade é, provavelmente, muito adaptativa. Conseguir dar soluções novas para os desafios pode auxiliar um organismo que luta pela sobrevivência”, afirmou.

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Computadores podem ser criativos?

Outro ponto abordado por Endler foi sobre como computadores, que não têm emoção, poderiam ser criativos, uma vez que alguns estudos afirmam que as pessoas mais criativas são as que vivem as emoções com mais intensidade. “Talvez seja possível, ao longo do tempo, simular ou criar algo bem semelhante ao processo humano, com neurotransmissores, estímulos químicos gerais e reproduzindo qual seria a leitura e a influência disso nas redes neurais artificiais,” opinou Baffa.

Para Mograbi, existe um problema técnico nessa possibilidade de reproduzir fielmente as emoções humanas, dada a complexidade do processo e a ação do ambiente, que é capaz de surpreender. “É algo difícil de fazer, mas não acho impossível. Acho que as ciências como um todo teriam que avançar muito”, avaliou. Mograbi aponta que através dos estudos de neuroimagem sabemos que a criatividade se dá através das constantes idas e vindas (de ativação) entre um estado mental de devaneio e do estado mental de atenção plena para a resolução de tarefas. “Socialmente não é coincidência que se fale tanto em ócio criativo, por exemplo, porque se estivermos sempre orientados para a ação é difícil criar”, definiu o neurocientista.

O caráter racional e emocional dos agentes na IA e na neurociência, passando pelo clássico dilema dos prisioneiros que conjuntamente podem reduzir ambas as suas penas e como a empatia infere nas nossas decisões e até mesmo a astrologia como viés cultural foram assuntos abordados na conversa. 

“Uma das coisas que temos a reconhecer nesse debate é que existem muitas formas de inteligência, mais do que possamos imaginar. Nós conhecemos de forma muito privilegiada as formas biológicas de inteligência e cada vez mais a inteligência artificial. Talvez elas correspondam a caminhos diferentes”, sintetizou Mograbi.

Endler destacou a importância de um debate interdisciplinar para o enriquecimento das pesquisas de ambas as áreas. “Esse foi um primeiro passo para uma aproximação com o novo curso de neurociência. Acho que temos muito a aprender com vocês sobre como funciona a mente humana. Espero que seja o primeiro de vários bate-papos, não só com a psicologia, mas também com outros departamentos. Aguardem!”, encerrou o diretor do DI.



Alessandro Garcia fala sobre degradação de sistemas de software na sexta (27)
quarta-feira, 25 de novembro de 2020 às 11:07

Na série de lives da pós-graduação, professor apontará ferramentas para o reparo e melhoria dos sistemas

Sistemas de software evoluem com o tempo e muitos têm décadas de vida útil. Em alguns casos, devido a uma série de fatores, eles entram num estágio de degradação de qualidade muito alto, um processo chamado degradação do design de software. Esse é o tema principal do seminário “Degradação e Refatoração de Projetos de Software”, que será apresentado pelo professor Alessandro Garcia, nesta sexta-feira (27), às 15h, ao vivo pelo canal do Departamento de Informática (DI) no YouTube e pela página no Facebook.

“Vou abordar a importância de estudar o fenômeno da degradação dos sistemas de software. Se não há entendimento do processo de degradação e não são tomadas as ações adequadas, muitos sistemas acabam tendo que ser descontinuados e todo o investimento que foi feito pelas empresas desenvolvedoras de software acaba se perdendo”, afirmou Garcia.  

Programas com alto nível de degradação são chamados de software legado. Um exemplo seria um programa antigo, que utiliza tecnologias obsoletas e que já é mantido há vários anos. Entretanto, as empresas frequentemente não podem se desfazer dele por vários motivos. Apesar de o software legado estar mal estruturado e com péssimas condições para manutenção e adição de funcionalidades, pode não ser viável descontinuá-lo. Os motivos incluem a questão do alto investimento que foi requerido previamente e questões culturais, como a resistência dos usuários do software a mudanças. A troca do sistema pode gerar falta de confiança nos usuários.

“Muitas vezes a equipe de desenvolvimento não tem outra solução senão entender o processo de degradação de software, revelando as causas que induziram o sistema a se tornar um sistema legado. Ademais, é necessário aplicar boas práticas que foram aprendidas ao longo da história do projeto de software para ajudar no reparo, na melhoria desse sistema legado”, explicou Garcia.

Só nos EUA existem mais de 600 milhões de linhas de código de softwares legados sob manutenção. E isso requer um alto esforço e rigor das equipes envolvidas na manutenção desses sistemas, a fim de promover uma maior longevidade do software. Portanto, Garcia destaca que o entendimento e monitoramento do desenho (design) de software é de extrema relevância ao longo de sua evolução. Caso contrário, manter código legado de forma apropriada e eficiente gera muito custo e os desenvolvedores que cuidam dele têm muita dificuldade para reestruturar aquele software.  

Outro ponto da palestra será discutir as limitações das ferramentas que dão apoio ao engenheiro de software para combater a degradação e evitar que o software se torne um sistema legado. Elas permitem que ele veja apenas os problemas que estão ocorrendo naquele momento, ignorando toda a informação acumulada ao longo do tempo no projeto de software. As informações deste histórico são importantes para que a equipe de desenvolvedores consiga reparar acertadamente partes mal estruturadas do legado.

“Por fim vou falar de estudos recentes do meu grupo de pesquisa, que tem nos permitido entender melhor esse fenômeno de degradação do desenho do software. Nossos estudos permitem informar desenvolvedores de ferramentas que façam essa análise de histórico dos projetos de software, identificando as causas que levaram os problemas de degradação a acontecer”, adiantou o professor.

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Artigo de Lifschitz e Hermann será publicado na BMC Bioinformatics
terça-feira, 24 de novembro de 2020 às 17:25

Selecionado como best paper na CMLS 2020, trabalho traz uma proposta de solução para problema relevante da bioinformática

A parceria entre pesquisadores das áreas de computação e biologia resultou num artigo premiado internacionalmente que será publicado na revista BMC Bioinformatics. Escrito pelos professores do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio Sérgio Lifschitz e Edward Hermann, pelo ex-aluno de doutorado Cristian Tristão e pelo pesquisador da Fiocruz Antonio Basílio de Miranda, o artigo “Relational Text-type for Biological Sequences” foi escolhido como best paper em um dos workshops da 39ª Conferência Internacional de Modelagem Conceitual (ER 2020). Lifschitz apresentou o trabalho no 1º Workshop Internacional em Modelagem Conceitual para Ciências da Vida (CMLS, na sigla em inglês) que fez parte da conferência. 

“É uma revista super top na área e vão fazer uma edição com os melhores artigos selecionados. O best paper certamente entrou e ficou isento da taxa de publicação, então foi um prêmio duplo”, comemora Lifschitz. “Ter o nosso trabalho reconhecido e valorizado pelos nossos pares é sempre um enorme motivo de alegria e realização, pois nos incentiva a prosseguir, buscando novos limites”, acrescenta Miranda. 

Segundo Lifschitz, a revista vai publicar a versão estendida do artigo contendo contribuições inéditas, inclusive os resultados práticos de um trabalho que ele já vem desenvolvendo com outros dois alunos da graduação do DI a partir do resultado alcançado na tese de doutorado de Cristian Tristão. 

O projeto consiste utilizar um tipo de dados presentes em Sistemas Gerenciadores de Bancos de Dados (SGBD) relacionais para armazenar sequências de aminoácidos que tentam representar matematicamente o DNA de uma espécie. Por serem sequências muito grandes, o processamento raramente é feito com a sequência inteira. Em geral, os biólogos guardam essas informações em arquivos-texto, porém, como o conjunto de dados é muito grande, gera um problema de representação destas very large sequences (sequências muito grandes). Como não há muitas soluções prontas para o armazenamento destas  sequências biológicas em bancos de dados, Tristão propôs em sua tese o armazenamento em banco de dados relacional, usando o tipo text, que permite armazenar a quantidade de dados das sequências biológicas sem preocupação com o tamanho.

“O Antonio (Fiocruz) trouxe o problema para a gente, foi nos dizendo quais as funções eram necessárias e nós fomos pensando como desenvolver essas funções específicas para lidar com textos nesta área particular da ciência, que é a bioinformática. O Hermann ajudou a orientar na formalização e deu muitas sugestões na defesa de tese do Cristian. Cabe ressaltar que além de armazenar, desenvolvemos um conjunto de soluções com funções que o biólogo precisa, voltada para aquele domínio de aplicação. Isso acabou se mostrando um sucesso”, conta Lifschitz. 

A pesquisa segue com outros dois alunos Sergio Gustavo M. P. Moreira e Alexandre Wanick Vieira, sob orientação de Lifschitz. Eles trabalham na reimplementação de funções antigas, desenvolvimento de novas funções e uma interface tipo web para os usuários. “Esses alunos estão desenvolvendo a ferramenta e colocando o código público no GitHub, para quem quiser baixar e usar”, afirma o orientador.

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Feijó faz live sobre profissional híbrido em Jogos e Entretenimento Digital
terça-feira, 24 de novembro de 2020 às 14:43

Professor é o convidado do ciclo de seminários da graduação nesta quinta (26)

Bruno Feijó vê os jogos como a “Fórmula 1” da computação, porque lidam com os maiores desafios de simulação que a computação pode imaginar e levam a tecnologia ao seu extremo. Só que, para vencer essa “corrida” tecnológica é necessária uma equipe transdisciplinar, com profissionais híbridos. Mas, o que significa isso? Esse é o assunto do seminário “Jogos e Entretenimento Digital – a busca pelo profissional híbrido”, que será apresentado por Feijó em mais uma edição do ciclo de lives da graduação. O evento acontece nesta quinta-feira (26) às 18h, ao vivo pelo YouTube do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio. 

“A computação precisa da ajuda de várias outras disciplinas, como psicologia, neurociência, artes, design, entre outras. E depende da formação de um novo profissional, que seja híbrido. Falar sobre jogos e entretenimento digital, além de divertido é algo muito sério. E certamente um caminho inspirador para algum dia nos aproximarmos de uma Artificial General Intelligence (AGI)”, afirmou o professor. O conceito de AGI tem a ver com o desejo de que um dia máquinas e computadores consigam reproduzir de maneira geral qualquer comportamento humano inteligente. 

Para Feijó, a DeepMind — empresa britânica com foco em pesquisas e desenvolvimento de máquinas de inteligência artificial — é um exemplo de como uma visão transdisciplinar pode impactar a comunidade tecnológica positivamente. “Não é à toa que algumas das inovações mais impactantes neste boom de inteligência artificial que tomou conta do planeta nasceram de uma empresa criada por um game designer, graduado em ciência da computação e com doutorado em neurociência. São seres híbridos e transdisciplinares”, disse o pesquisador, se referindo a Demis Hassabis, CEO da DeepMind. 

A formação de um profissional híbrido deve começar nas universidades, que precisam mudar profundamente sua forma de organização para que não existam mais paredes entre os departamentos, segundo Feijó. Nas graduações de tecnologia há um treinamento intensivo de funções típicas de um lado do cérebro, com o raciocínio lógico. Enquanto em outras áreas como arte, design e comunicação outras regiões cerebrais são exercitadas. Contudo, essa cisão não é mais possível hoje em dia. “Ser híbrido é trabalhar esses conceitos todos. As soft skills (habilidades interpessoais) se tornam mais importantes ainda. O aluno de artes e design não pode odiar matemática, porque vai precisar disso”, afirmou Feijó.

A proposta de transdisciplinaridade é ir além da esfera interdisciplinar. Não é apenas uma questão de troca entre as áreas de estudo, mas sim de desenvolver novos conceitos, que vão além de cada disciplina. “Isso eu diria que é a nova formação e os jogos servem maravilhosamente bem para isso. Os jogos e o entretenimento digital, por natureza, permitem essa formação híbrida dos profissionais”, concluiu.

 

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DI promove debate interdisciplinar sobre inteligência artificial e emoções
segunda-feira, 23 de novembro de 2020 às 15:13

Markus Endler, Daniel Mograbi e Augusto Baffa vão discutir o tema em live nesta quinta (26)

É possível que no futuro a inteligência artificial (IA) desenvolva curiosidade, criatividade e emoção? Questões como esta, sobre epistemologia, emoções e IA, são o ponto de partida da live que acontecerá nesta quinta-feira (26), às 14h, ao vivo pelo canal do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio no YouTube. Em formato de debate, o evento interdisciplinar reúne o Diretor do DI, Markus Endler; o neurocientista e professor do Departamento de Psicologia da PUC-Rio, Daniel Mograbi; e o professor do DI, Augusto Baffa, para trocar informações e buscar respostas compartilhando a perspectiva da área de pesquisa de cada um.

Pesquisador na área Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos, e mais especificamente em Internet das Coisas Móveis, Endler desenvolveu o interesse pela visão da psicologia e neurociência relacionada à computação. Essa curiosidade se tornou a ponte para estabelecer o diálogo com Daniel Mograbi, que em uma de suas linhas de pesquisa investiga processos emocionais, incluindo a identificação, reatividade e regulação emocional. “Li que a emoção é um ‘ingrediente’ muito importante para os processos artísticos e, de certa forma, os científicos também, que abarcam criação e improvisação. Então vem a questão: ‘Será que máquinas vão poder replicar de alguma forma isso, poderão ter uma postura de curiosidade, apresentar emoções, e usá-las para se motivar a criar e descobrir novas coisas?’”, questiona o diretor do DI.

Segundo Mograbi, é uma questão em aberto pensar em que medida esses dispositivos artificiais e máquinas podem ter alguma forma de funcionamento que seja a mesma, parecida ou diferente da humana. “A partir do modo como o cérebro funciona, de como o pensamento e as emoções se desenvolveram ao longo das espécies, pensarei a inteligência  numa perspectiva que eu chamaria de neurobiológica. Acredito que podemos fazer aproximações pois sabemos que há vários dispositivos que funcionam de maneira parecida com nossa. ‘Será que é a mesma forma? Será que podemos inverter essa lógica, e criarmos máquinas que funcionam segundo os princípios de entidades biológicas?’, pondera o neurocientista. 

Além de ser docente na PUC-Rio, Mograbi é pesquisador visitante há nove anos no Instituto de Psiquiatria da King’s College London, onde cursou o doutorado. Cientista premiado, ele criou um curso de Bacharelado em Neurociência que é um dos primeiros do país e vai começar já no primeiro semestre de 2021. “Eu já vinha trabalhando nessa proposta de graduação desde o ano passado junto com alguns colegas. Tivemos uma procura excelente no vestibular, o que só mostra que de fato sugerimos algo que tinha um apelo, uma demanda na sociedade”, afirma o psicólogo. 

A live contará também com a participação de Augusto Baffa, que ministra uma disciplina sobre Inteligência Artificial no DI e é coordenador de desenvolvimento de jogos eletrônicos (Games) no laboratório ICAD/Visionlab.  Para Endler a perspectiva de Baffa é crucial para debater a possibilidade de computadores se tornarem capazes de fazer associação de contextos completamente diferentes. “Acho que vamos ter um debate bem rico em termos de pessoas com know-how e experiências diferentes, vai ser muito legal”, finaliza Endler.

 

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Sociedade Brasileira de Computação lança livro com capítulo escrito pelo DI
quarta-feira, 18 de novembro de 2020 às 18:31

Alunos de doutorado e mestrado, junto com seus orientadores, falam sobre a tecnologia Blockchain no terceiro volume da publicação

O livro “Computação e Sociedade” foi lançado na terça-feira (17), durante Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, realizado online. A publicação conta com mais de 60 autores e tem um capítulo escrito por alunos e professores do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio, chamado “Desmistificando Blockchain: Conceitos e Aplicações”. Os autores são: o doutorando Paulo Henrique Alves, o ex-aluno de mestrado Rodrigo Laigner, o ex-aluno de doutorado Rafael Nasser e os professores Gustavo Robichez de Carvalho, Hélio Lopes e Marcos Kalinowski.

“Nossa intenção com este capítulo foi tornar a compreensão da tecnologia blockchain mais acessível, apresentando os conceitos e fornecendo exemplos de aplicação. Acreditamos ser uma boa primeira leitura sobre o assunto, suficiente para subsidiar discussões a respeito dos impactos desta tecnologia na sociedade”, afirma Paulo Henrique Alves. 

O livro é organizado pelos professores José Viterbo, da Universidade Federal Fluminense e Cristiano Maciel da Universidade Federal do Mato Grosso. Raimundo Macêdo, Presidente da Sociedade Brasileira de Computação, fez uma fala no evento de lançamento — que devido à pandemia foi realizado virtualmente. Os três volumes que compõem a publicação estão disponíveis gratuitamente para a sociedade e podem ser acessados nos links:

Segundo Kalinowski, a tecnologia blockchain se caracteriza por prover a imutabilidade dos dados, descentralização, alta disponibilidade, transparência e segurança. “Tem sido utilizada para criar soluções disruptivas que beneficiam diferentes áreas de negócio. Algumas possibilidades de aplicação que destacamos foram: criptomoedas e serviços financeiros, contratos inteligentes, gestão da identidade e proveniência e transparência pública. Inclusive temos algumas dinâmicas para que as pessoas identifiquem a forma de aplicar a tecnologia”, explica o pesquisador.

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