Lauro Souza. Foto: Reprodução
Do banco universitário ao mundo empreendedor: Lauro Souza uniu a ciência da computação ao surfe
Os conhecimentos em informática vão muito além do ambiente acadêmico. Para o ex-aluno do Departamento de Informática (DI), Lauro Souza, a ciência da computação se uniu a uma grande paixão pessoal: o surfe.
Com uma trajetória de mais de dez anos no mercado financeiro, Lauro, graduado em economia, decidiu tomar um novo rumo: se dedicar a um projeto empreendedor. A SurfConnect nasceu a partir de uma necessidade. O carioca percebia a ausência de um sistema prático para monitorar as ondas do mar, algo já difundido no exterior.
De início, houve dificuldade em executar a visão do que era planejado para a SurfConnect. A falta de experiência em computação, somada às dificuldades em traduzir para um desenvolvedor o que era esperado, fizeram Lauro olhar para a universidade como uma maneira de adquirir o conhecimento necessário para tocar seu negócio em tecnologia.
Depois de concluir algumas matérias de graduação como aluno extraordinário, o jovem empreendedor foi aceito no mestrado do DI, onde produziu a pesquisa “Identificação e Mapeamento das Propriedades das Ondas através de Sensor Remoto de Vídeo”. A dissertação, sob orientação do professor Waldemar Celes Filho, é focada em um sistema de extração de estatísticas sobre ondas marítimas através de visão computacional.
O ex-aluno também destacou a importância da atuação da professora Noemi de la Rocque no processo de entrada na universidade. Como coordenadora da graduação, Noemi o incentivou a se inscrever em matérias e, depois, no processo de seleção para o mestrado.
Lauro diz que as perspectivas para o futuro da SurfConnect estão ligadas aos avanços que esse sistema pode trazer à plataforma. “No futuro, esperamos que esse algoritmo calcule a altura das ondas, e também a direção de onde elas quebram, e disponibilize esses dados para os assinantes da SurfConnect”, disse o ex-aluno.
Lauro também destaca a importância que o mestrado teve para viabilizar o projeto: “No início, começamos com um sistema básico de câmeras, com cadastro e login. Depois que concluí o mestrado, refizemos todo o aplicativo da SurfConnect. Agora, contamos com inteligência artificial”, concluiu.
A plataforma já vem fazendo sucesso, e foi tema de uma reportagem da Record TV , que mostrou as câmeras instaladas nas praias cariocas. O sistema criado por Lauro vai ajudar no monitoramento das ressacas.
A história do Lauro pode ser inspiração para futuros alunos. As inscrições para os programas de mestrado e doutorado do Departamento de Informática terminam em 2 de julho. Clique aqui para se inscrever.
Coordenador do BioBD, professor Sérgio Lifschitz falou sobre pesquisas com bancos de dados| Foto: Reprodução
Em live, professor Sérgio Lifschitz falou sobre projetos em parceria com o INCA voltados à descoberta de variantes e fármacos
São múltiplas as possibilidades de aplicação das pesquisas em bancos de dados. Na última sexta-feira (25), o professor do DI Sérgio Lifschitz falou sobre projetos desenvolvidos pelo Laboratório de Bioinformática e Bancos de Dados (BioBD) em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A apresentação foi na live da pós-graduação transmitida pelo Facebook e YouTube do DI.
Lifschitz, que coordena o BioBD, contou que estão em andamento duas pesquisas voltadas à implantação de um sistema de workflow científico, em particular para a bioinformática, com aplicações diferentes.
Uma delas busca dar apoio à descoberta de variantes do genoma e tratamentos do câncer através da identificação de diferenças entre o genoma de um indivíduo ou grupo de indivíduos alvos em comparação com um genoma de referência. Os dados são coletados de pacientes reais, sendo resguardada sua privacidade.
“Propomos colaborar trazendo o processo de abstração da computação, colocando isso no sistema e permitindo manutenção, com um olhar de reprodutibilidade e performance”, afirmou Lifschitz. “Esse resultado é interessante porque pode ser oferecido a médicos e pesquisadores do próprio INCA para serem usados para estudos e tratamentos direcionados”, completou.
Uma segunda pesquisa se debruça sobre a identificação de potenciais terapêuticos em câncer colorretal. Lifschitz destacou que um desafio no desenvolvimento de fármacos está no reconhecimento de potenciais genes, já que existem aproximadamente 100 mil genes humanos. É necessário, portanto, filtrar as opções disponíveis.
Durante a apresentação, o professor falou ainda sobre uma outra pesquisa que está em desenvolvimento em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz): o projeto Gene e Bioinformática 2.0, que propõe uma releitura do dogma central da biologia a partir de uma nova modelagem.
“Existem interpretações diferentes de grupos da biologia e da bioinformática sobre o que é um gene. Um dos nossos objetivos é dar uma visão integrada sobre o assunto, tentando cobrir as diferentes visões que existem das diversas pesquisas”, explicou.
Este foi o último seminário da pós-graduação do DI neste semestre. Para ficar por dentro das próximas novidades, inscreva-se no nosso canal do YouTube (youtube.com/dipucrio) e fique atento às nossas redes sociais!
Em live, o Chief Technology Officer da OLX falou sobre as competências de um bom gestor
Você já pensou sobre as qualidades que um profissional precisa para assumir um cargo de chefia? Segundo o professor Raul Renteria, que atua como Chief Technology Officer (CTO) na empresa OLX, um bom gestor precisa ter um lado de liderança que vem desde etapas anteriores. “O líder, seja ele um engenheiro, um desenvolvedor ou um gestor, deve ser capaz de influenciar a equipe e criar conexões”, descreveu Renteria durante a live da graduação do Departamento de Informática (DI) nesta quinta-feira (24), transmitida pelo Facebook e YouTube.
“É importante para o gestor carregar uma bagagem técnica relevante para poder ajudar a equipe e gerar impacto positivo no trabalho como um todo. Ver as pessoas do time se desenvolvendo e conseguindo alcançar os objetivos é muito gratificante”, destacou durante entrevista conduzida pela professora Noemi Rodriguez, coordenadora da graduação do DI.
O Chief Technology Officer é responsável pelo trabalho de gestão e desenvolvimento de times, mas também pela estratégia técnica da empresa, ou seja, como conectar a tecnologia com o negócio. “É importante dar o alinhamento necessário para que todos entendam o processo com transparência. Devemos pensar como a tecnologia pode agregar valor à experiência do usuário final”, explicou Raul, que começou sua trajetória na OLX há quatro anos à frente do grupo de big data.
“Eu fui chamado para fomentar a cultura de dados na empresa e capacitar as equipes. Ao criar o time de dados, acabei assumindo mais times, e à medida que os resultados vinham e eu me envolvia, foram surgindo novas oportunidades”, lembrou.
Antes disso, Raul já havia trabalhado no desenvolvimento de máquinas de busca na empresa Fast e na Microsoft, onde teve sua primeira experiência na área de gestão ao liderar um time remoto. “Nos meus últimos anos na Microsoft já estava mais de frente para o negócio, buscando entender não só a parte técnica, mas o porquê de tudo”, comentou Renteria.
Coordenador do BioBD, professor Sérgio Lifschitz, vai falar sobre trabalhos e parcerias que vêm sendo realizados na área
Não faltam oportunidades para quem deseja aplicar seus conhecimentos em computação à área de ciências da vida. Na live da pós-graduação do Departamento de Informática (DI) desta sexta-feira (25), às 15h, no Facebook e YouTube do DI, o professor Sérgio Lifschitz vai discutir como a computação pode colaborar para uma pesquisa interdisciplinar e falar sobre a importância dessa participação para viabilizar trabalhos científicos.
Lifschitz é coordenador do Laboratório de Bioinformática e Bancos de Dados (BioBD), que desenvolve pesquisas envolvendo grandes volumes de data e realiza parcerias com instituições de excelência como Fiocruz e INCA. O professor explica que os bancos de dados têm inúmeras aplicações possíveis. Uma delas é a bioinformática, uma solução para otimizar pesquisas, acelerando seus resultados e reduzindo seus custos financeiros.
No seminário, Lifschitz vai falar sobre colaborações que vêm sendo conduzidas pelo BioBD, como o projeto de uma nova modelagem que permite uma releitura do dogma central da biologia. Também será apresentado o trabalho com sistemas de gerência de workflow científico na aplicação de tratamentos de câncer.
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http://www.inf.puc-rio.br/blog/noticia/noticia/por-dentro-do-di-biobd-une-biologia-computacional-a-bancos-de-dados
DI desenvolve diversos projetos na área de Ciência de Dados em parceria com a indústria
Vem de longe o protagonismo do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio no desenvolvimento de tecnologias ligadas à ciência de dados e nas parcerias com a indústria. Os programas do DI destacam-se na América Latina, segundo o estudo inglês Times Higher University Impact Rankings, no que diz respeito ao ‘desenvolvimento da indústria, inovação e infraestrutura’.
Este tipo de emprego dos recursos tecnológicos foi destaque nesta segunda-feira (21) na reportagem “Esporte e inovação: Ciência de Dados guia decisões da performance ao marketing, mas precisa chegar à alta gestão”, do jornal O Globo. O texto mostra como estratégias de sucesso podem ser traçadas a partir do uso intensivo da big data, técnica que atribui inteligência aos dados.
O professor do DI Hélio Lopes é um dos coordenadores do grupo de Ciência de Dados ExACTA, iniciativa que engloba os laboratórios daslab, IDEIAS-SERG, Galgos e LES e desenvolve projetos com a indústria em diferentes áreas, como finanças, seguros, entretenimento e óleo e gás. Lopes lembra que o DI tem atuado fortemente neste último setor, trabalhando desde geofísica e geologia, para exploração de recursos, até informações referentes à logística, ao planejar a distribuição. Mas a Ciência de Dados pode contribuir com qualquer área, inclusive no esporte, como mostra a reportagem de O Globo.
O professor destaca que as indústrias têm suas demandas específicas, e cada parte do processo requer tecnologias diversas. “Com a crescente demanda da indústria para transformação digital, o principal passo para o sucesso é colocar os dados no centro de tudo. A Ciência de Dados veio para fazer essa transformação. Isso quer dizer olharmos para o tripé pessoas-processos-tecnologia que existe em cada indústria. Os dados são a forma como esses elementos do tripé se comunicam”, explica Lopes.
Leia a matéria completa do jornal O Globo:
Desde 2002, quando o beisebol mostrou ao mundo como utilizar estatística e ciência de dados para ganhar o jogo, o esporte aprendeu que a vitória pode advir da revelação de um padrão de comportamento até então desconhecido do adversário. Isso é aplicado em modalidades diversas. Por exemplo, um jogador de vôlei, de 1,98m, que salta 3,50m e impulsiona uma bola para atingir a velocidade de 150km/h, é um adversário que impõe respeito. Entretanto, uma equipe técnica pode diagnosticar que esse atleta recorrentemente utiliza o lado esquerdo da rede para cortar no ponto decisivo e assim traçar estratégias mais eficientes de defesa.
No alto rendimento, isso só é possível com o uso intensivo da ciência de dados, ou “big data”, técnica que atribui inteligência aos dados. No entanto, o uso dessas informações vai muito além do jogo, sendo responsável também por decisões que permeiam a alta gestão e as estratégias de marketing.
A ciência de dados é uma área do conhecimento que combina vários campos: estatística, método científico e análise com objetivo de extrair inteligência dos dados — ou “valor”, como chamam os especialistas. Ela chegou ao esporte para responder as demandas das equipes técnicas por informações que pudessem melhorar de forma contínua a performance do elenco e personalizar o conhecimento sobre os adversários. Com o tempo, criou-se um outro tipo de rivalidade, uma disputa acirrada e milionária entre as equipes por dados que o oponente não possua. Desta forma, cientistas e analistas de dados tornaram-se profissionais imprescindíveis. O primeiro coleta as informações de fontes diversas para fazer predições, encontrar padrões e inferir sobre a resolução de problemas. O analista é mais aplicado e específico, trabalha com ferramentas voltadas à inteligência dos negócios. Seu objetivo é interpretar dados e produzir indicadores de desempenho.
Expansão e limites
O uso dos dados no esporte de elite começou na performance e depois passou para o marketing. Agora, pouco a pouco, essas áreas começam a pressionar a alta gestão pela implantação de uma estratégia de dados para tomada de decisão. Tem sido assim no Brasil e foi desta forma em grande parte do mundo.
Na área técnica, a ciência de dados chegou através de empresas que desenvolvem soluções específicas para várias modalidades. Entre as mais utilizadas estão a Wyscout, Instat e SportCode. A disseminação dessas plataformas universalizou o acesso às informações e, consequentemente, inteligência passou a ser a capacidade de produzir uma informação diferenciada, customizada e secreta. Por esse motivo, as organizações com mais recursos, além de utilizarem as plataformas, têm seus próprios bancos de dados voltados a orientar seus profissionais.
Já a área de marketing, impactada pela indústria do entretenimento, precisou adotar ciência de dados para multiplicar sua base de fãs através do uso intensivo de mídias sociais e canais de streaming. Prioritariamente, foram adotadas rotinas com base em business analytics, um conceito que descreve a exploração dos dados de uma organização, com ênfase na análise estatística.
Com a base de fãs crescendo, multiplicou-se a geração de novas oportunidades comerciais e a dependência tecnológica das organizações esportivas para conquista dessa nova fonte de recursos, com objetivo de transformar cada fã em cliente (um mundo onde algoritmos decidem onde colocar um banner, por exemplo).
No marketing do esporte brasileiro, o uso da ciência de dados tem se tornado mais comum. As equipes mais ricas têm seus próprios profissionais. Já aquelas com orçamento mais restrito terceirizam o tratamento de dados visando responder perguntas para engajar seu fã. Essas ideias valem para tênis, vôlei, surfe, basquete… No futebol, chama atenção uma força nordestina emergindo com Bahia, Fortaleza, Sport, Santa Cruz e CSA, que já utilizam inteligência de dados para engajar seus torcedores e simpatizantes, modernizando estratégias de marketing e aumentando a base de sócio-torcedor e vendas através de ações comerciais.
No Brasil, a aplicabilidade da ciência de dados na gestão é pouco explorada. Em grandes clubes fora do país, é realidade como ferramenta para tomada de decisão; já chegou ao topo da organização e, hoje, discute-se como, quanto e quando começarão a pagar aos fãs pelos dados utilizados. No Brasil, o assunto terá protagonismo por dois motivos. Primeiro, não há caminho de volta. Segundo, com a promulgação da Lei Geral de Proteção de Dados em 2018 e sua vigência iniciada em março do ano passado, as organizações esportivas poderão escolher entre o amor e a dor para acelerar suas curvas de aprendizado: ou através da geração de conhecimento ou pelo doloroso pagamento de multas.
Mundo pós-pandemia
O desafio da nova gestão esportiva é pós-moderno. Essa é a nova etapa de desenvolvimento da nossa sociedade, não somente do mundo do esporte. É um ponto de virada quando passamos a utilizar tecnologia para gerar inteligência.
No esporte do mundo pós-pandemia — quando o caixa está abalado e o aumento da receita requer a entrada maciça do capital privado — sairá na frente quem conseguir mais rapidamente se adaptar aos novos modelos de negócios que serão baseados no uso intensivo de tecnologia para geração de novas receitas. Será necessário investir na educação dos gestores, na integração das áreas e na contratação de especialistas para que essa “inteligência pós-moderna” se faça disponível.
A organização esportiva pós-moderna tem Tecnologia da Informação estratégica e um corpo de cientistas de dados apoiando diretamente a tomada de decisão de seus líderes — seja o responsável maior da organização, como o presidente de um clube, seja os diretores dos departamentos. A TI meio, aquela que cuida da infraestrutura, torna-se o braço operacional. Na pós-modernidade, onde a tomada de decisão dos gestores esportivos não se fará sem o apoio de soluções tecnológicas, a TI pensa.
É uma mudança cultural, o maior desafio que as pessoas que estão à frente das organizações esportivas precisam enfrentar. Ventos inspiradores chegam da Bundesliga e da liga profissional norte-americana de basquete, a NBA, onde a TI já é estratégica, decide-se com base nos dados produzidos por equipes de cientistas e tanto a alta gestão quanto o marketing e a equipe técnica funcionam embasados por informação de qualidade.
Em reportagem, o diretor do DI Markus Endler falou sobre a importância de uma postura proativa para conseguir parcerias
Em reportagem na 1ª página, Markus Endler enfatiza proatividade na busca por colaborações
O papel do Departamento de Informática (DI) no desenvolvimento de inovações tecnológicas e na criação de parcerias com o setor empresarial foi destaque no Valor Econômico nesta quarta-feira (16). A reportagem, com foto do diretor do DI, Markus Endler, saiu na primeira página do jornal. A matéria aborda ainda dois outros centros de excelência na zona sul do Rio que também desenvolvem esse tipo de iniciativa, o Tecgraf, da PUC-Rio, e o IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada).
Endler ressaltou que o Departamento de Informática mantém estreita colaboração com a indústria desde sua criação, em 1967. À frente do DI desde junho de 2020, o diretor buscou organizar o processo de atração de empresas parceiras, com pessoas designadas para visitá-las e explicar as competências do DI. “É uma postura mais pró-ativa”, disse. A reportagem mostrou que o DI tem entre 30 e 40 empresas parceiras atualmente, incluindo Petrobras, Mongeral, LifeMed, Nvidia e NEC. Estas parcerias já renderam investimentos de cerca de R$ 108 milhões no departamento desde 2019.
A matéria também destaca o trabalho do Instituto Tecgraf com empresas. O diretor, Marcelo Gattass, contou que o Tecgraf já nasceu com um contrato com a Petrobras, sendo capaz de se sustentar. O instituto tem receita anual de R$ 100 milhões, fruto de 30 contratos em andamento com empresas como Shell, GE, Rede D’Or e a própria Petrobras. Um dos projetos desenvolvidos por Gattass foi o de uma inteligência artificial, criada para a Eneva, capaz de indicar onde pode haver ocorrência de gás natural com base em sísmicas.
Como exemplo de resultados desse tipo de parceria do DI da PUC-Rio, a reportagem citou a linguagem de programação Lua, criada pelo DI nos anos 90, que surgiu de uma demanda da Petrobras, que precisava integrar diferentes softwares.
Outra instituição citada por avançar na tarefa de apresentar soluções e inovações para questões da indústria foi o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), que tem buscado uma maior aproximação com empresas privadas e criou um centro de inovação para isso.
Para ler a matéria completa do Valor Econômico clique aqui.
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Professor e coordenador de pós-graduação do DI Marcos Kalinowski
Em live, o coordenador da pós-graduação do DI falou sobre os principais passos para conduzir uma boa pesquisa
Você já teve problemas em sua pesquisa por falta de planejamento? Na metodologia survey, uma das mais usadas para pesquisas em engenharia de software mundo afora, preparar um projeto bem estruturado e definido é o caminho das pedras para um trabalho bem-sucedido. Esta foi uma das recomendações do professor e coordenador de pós-graduação Marcos Kalinowski durante a live da última sexta-feira (18), transmitida pelo YouTube e Facebook do Departamento de Informática (DI).
As pesquisas survey são um tipo de investigação quantitativa ou qualitativa conduzida antes ou depois de um determinado fenômeno. Também é possível fazer comparações entre estes dois períodos. Essa metodologia se volta à coleta de dados e informações específicas a partir de características dos grupos participantes e é geralmente aplicada através de um questionário estruturado.
No seminário, Marcos Kalinowski descreveu os aspectos básicos do survey, como os tipos de questionários, perguntas e suas categorias, e lembrou de alguns importantes pontos de partida. “Existem condições a serem atingidas para aplicar os questionários. A população alvo deve ser capaz de entender as perguntas e ter conhecimento suficiente para respondê-las. Além disso, é fundamental que a população esteja motivada e querendo participar do survey.”
Segundo o professor, as teorias têm um alto valor na construção dos surveys. “Você pode e deve se embasar em um referencial teórico forte para montar seu modelo teórico e pensar no que você efetivamente está querendo avaliar, confirmar ou descobrir com sua pesquisa. O alinhamento com teorias é essencial”, ressaltou Kalinowski.
Em seguida, Kalinowski falou sobre diferentes formas de projetar os surveys, destacando que o propósito inicial deste tipo de pesquisa é, frequentemente, a caracterização a partir de dados obtidos através das perguntas. Alguns aspectos a serem caracterizados podem incluir produtividade e qualidade de um produto, satisfação de usuários e retorno de investimento.
“O entendimento, que já envolve uma análise qualitativa mais elaborada, pode ser também o objetivo do survey, mas normalmente não é o primeiro passo”, esclareceu o professor. “Nunca buscamos explicar coisas a respeito da amostra, mas sim generalizar para a população. A narrativa sobre a amostra é dada apenas através de estatísticas descritivas”, completou.
Durante a apresentação, Marcos Kalinowski citou alguns trabalhos da área nos quais esteve envolvido. Um deles foi a Pandemic Programming, uma pesquisa de colaboração internacional que investigou como a pandemia da Covid-19 afeta os desenvolvedores de software e como suas empresas podem ajudar. O trabalho estudou principalmente o efeito da pandemia no bem-estar e na produtividade dos trabalhadores, aspectos que estão intimamente conectados, além de avaliar como o contexto geral é afetado. A pesquisa observou que os desenvolvedores que tiveram dificuldades com aspectos econômicos em seus ambientes de home office sofreram uma piora no bem estar e, consequentemente, na produtividade.
O seminário do professor Marcos Kalinowski fez parte da série de lives da pós-graduação do DI que acontece toda sexta-feira, às 15h, no YouTube e Facebook do departamento. Para não ficar de fora das próximas apresentações, inscreva-se no nosso canal do YouTube (youtube.com/dipucrio)!
Professor Marcos Kalinowski vai falar de lições a partir de experiências internacionais
Frequentemente usadas em engenharia de software, as pesquisas survey são extremamente relevantes na área tecnológica. No entanto, a falta de debates metodológicos gera lacunas que podem comprometer a validade dos levantamentos como um todo.
A próxima live do Departamento de Informática (DI), nesta sexta-feira (18), às 15h, pelo YouTube e Facebook, vai expor os fundamentos da pesquisa survey e trazer uma sumarização de suas melhores práticas. O seminário vai ser apresentado pelo coordenador de pós-graduação Marcos Kalinowski, que é referência em metodologia científica, experimentação e pesquisa aplicada na área de engenharia de software.
O professor vai compartilhar lições importantes e desafiadoras a partir de experiências com surveys internacionais de larga escala. Na live, serão discutidos aspectos como amostragem, coleta de dados e análise estatística e qualitativa.
“Surveys são instrumentos importantes para capturar o estado da prática e fenômenos relacionados à engenharia de software na indústria, tanto para explorar novas hipóteses quanto para confirmá-las. Entretanto, falhas no planejamento e na análise dos dados podem levar a um resultado nulo, irrelevante”, afirma Kalinowski.
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Professores Eduardo Laber (esquerda) e Thibaut Vidal (direita)
Trabalhos dos professores do DI são os únicos do Brasil na conferência que acontece de forma online em julho
Os professores do Departamento de Informática (DI) Eduardo Laber e Thibaut Vidal tiveram seus artigos aceitos na International Conference on Machine Learning (ICML 2021), uma das principais conferências da área de Aprendizado de Máquinas e Inteligência Artificial. Estes são os dois únicos trabalhos brasileiros aceitos no evento, que reúne pesquisadores de renomadas universidades e centros de pesquisa de todo o mundo para a apresentação de pesquisas inovadoras.
Laber e o aluno de doutorado do DI Lucas Murtinho assinam o artigo “On the price of explainability for some clustering problems”. Já Vidal e Axel Parmentier (École Nationale des Ponts et Chaussées) publicam o trabalho “Optimal Counterfactual Explanations in Tree Ensembles”.
Diante do efeito que as decisões automatizadas têm sobre os humanos, o professor Vidal aponta que a interpretabilidade do modelo se tornou um problema importante no aprendizado de máquina. “Muitos processos de aprendizado de máquinas e de algoritmos de tomada de decisões são uma ‘caixa-preta’ porque não deixam claro ao usuário como o resultado final foi obtido. Somos humanos, precisamos de uma explicação. Se não deu certo, queremos saber o que houve de errado para que funcione da próxima vez. Esta é uma tarefa difícil: dar uma explicação, e é isso que estudamos”, explica Vidal.
Pensando nisso, o trabalho “Optimal Counterfactual Explanations in Tree Ensembles” propõe um algoritmo capaz de guiar o utilizador. Além de fornecer um resultado do tipo sim/não (por exemplo, em relação a uma análise de crédito), este algoritmo também oferece explicações na forma de um conjunto de ações que permitiriam ao utilizador atingir o resultado desejado em uma análise subsequente. “Esta análise é crítica para a segurança e a transparência do processo de tomada de decisões, permitindo também detectar eventuais vieses ou erros”, ressalta o professor, que também teve outro artigo aceito na ICML no ano passado.
Já a pesquisa “On the price of explainability for some clustering problems” se debruça sobre outro desafio: analisar e agrupar dados de forma coerente. O professor Eduardo Laber explica que um dos métodos mais populares para essa tarefa é o k-means, mas é limitado pois não esclarece ao usuário a lógica utilizada para construir os grupos. O artigo apresenta uma forma capaz de obter agrupamentos quase tão bons quanto os do k-means, mas com a vantagem de uma lógica simples de entender.
Este é o quarto ano consecutivo que, conjuntamente com seus alunos e colaboradores, o professor do DI tem um artigo aceito na conferência. O trabalho terá direito a uma palestra estendida, concessão dada a apenas 3% das pesquisas submetidas. “Ter um artigo sendo apresentado na ICML representa a certeza de estar na companhia da elite de pesquisa, a nível internacional, na área de aprendizado de máquina. Além disso, fico com a prazerosa sensação de que estou contribuindo para que meus alunos tenham uma experiência de pesquisa bastante diferenciada”, declara Laber.
A International Conference on Machine Learning é uma das conferências de Inteligência Artificial que mais cresce no mundo e reúne participantes de diversos campos, desde acadêmicos, estudantes e postdocs até pesquisadores industriais, empreendedores e engenheiros. Neste ano, a edição acontece de forma online entre os dias 18 e 24 de julho. A lista completa dos artigos selecionados nesta edição pode ser acessada clicando aqui.
Reportagens falaram sobre conquista do desafio mundial da Apple e falta de profissionais de TI no mercado
A conquista dos nove alunos do Departamento de Informática (DI) da PUC-Rio que venceram o concurso Swift Student Challenge 2021, da Worldwide Developers Conference (WWDC), conferência anual de desenvolvedores da Apple, foi destaque em uma matéria publicada na Veja Rio, na sexta-feira (11). Já o diretor do DI, Markus Endler, colaborou para uma matéria do jornal O Globo publicada neste domingo (13).
A reportagem do Globo abordou estratégias que empresas brasileiras têm adotado para driblar o déficit de profissionais de TI no mercado de trabalho, como a capacitação de parte de seus funcionários para exercerem funções na área. Endler contribuiu com informações para uma arte, na edição impressa do jornal, que ilustra as habilidades que um profissional de TI deve ter para entrar e se manter no ramo. Pensar fora da caixa, ter grande capacidade de foco, trabalho em equipe e boa formação em matemática, português e inglês são algumas delas (veja a arte abaixo).
Na mesma edição de O Globo, uma segunda reportagem trata de como o estudo a distância em TI pode abrir portas no mercado de trabalho. O professor Ivan Mathias Filho, coordenador do curso de Ciência da Computação da graduação do DI, indica que para alcançar os melhores cargos é importante uma faculdade na área, e que uma formação básica pode ajudar em vagas que requerem apenas o ensino médio.
Alunos do DI são destaque na Veja Rio
Os alunos do DI Karina Tronkos e Matheus Kulick relataram à repórter Luiza Maia, da Veja Rio, como foi a experiência de participar e ganhar o Swift Student Challenge 2021. Os alunos tiveram que desenvolver, em duas semanas, um aplicativo utilizando Swift, linguagem de programação criada pela empresa de tecnologia em parceria com a comunidade Open Source.
“Eu estava em período de provas na faculdade, então foi muito desafiador desenvolver tudo no prazo. Estava tenso, porque só testei o recurso uma vez”, disse Kulick à revista. Em seu projeto, o estudante usou a tecnologia de face tracking, uma ferramenta de acessibilidade que consegue mapear alguns movimentos do rosto do usuário e transformar em ações no aplicativo. “A tecnologia me encantou pela acessibilidade, já que além do exemplo do jogo, ela pode ser usada para outros diversos aplicativos”, compartilhou.
Pentacampeã na competição, Karina falou do empenho que teve para conquistar o prêmio. “O nervosismo que eu senti foi como se fosse a primeira vez, porque eu busco me dedicar ao máximo para fazer toda parte de programação, design, além de trabalhar todo o conceito que eu quero transmitir aos avaliadores”, contou à Veja Rio.